16.6.14

Livros da Relógio D’Água na nova Ler






Acaba de sair a Ler em nova versão trimestral.
A revista mantém a grande entrevista, neste caso ao jornalista Ferreira Fernandes, tem textos mais longos, evita a dispersão da crítica fragmentária e publica um conto e alguns ensaios.
A sua abertura à literatura do «espaço lusófono» reflecte o trajecto geográfico e cultural do director, Francisco José Viegas.
As crónicas são em parte substituídas por textos de correspondentes.
Na escolha inicial de 19 livros, são destacados dois da Relógio D’Água: A Planície, de Jhumpa Lahiri; e Sobre Literatura, de Umberto Eco.




«Jhumpa Lahiri escreve sem deixar rasto, com uma leveza perturbada e delicada, “como se fosse um fino tapete escorregadio colocado sobre o caminho”.» (p. 3)




«A diferença entre a erudição e o aborrecimento está largamente comprovada na colecção de ensaios reunidos neste livro de Eco – o mesmíssimo autor de O Nome da Rosa e de O Pêndulo de Foucault, dois notáveis divertimentos romanescos que só um erudito podia ter escrito para fugir ao aborrecimento (isto também explica o horror que lhes têm os leitores incapazes de rir).» (p.3)




Nas «Leituras Miúdas», de Carla Maia de Almeida, um dos livros escolhidos é Mary Poppins, acabado de publicar pela Relógio D’água em tradução de José Miguel Silva: «Com Emma Thompson no papel de P. L. Travers, um filme sobre a autora de Mary Poppins e a sua relação com Walt Disney remete-nos para o livro publicado em 1934. Há agora uma bela edição em português.» (p. 25)




O dossiê principal da revista é um texto de António Mega Ferreira, retirado das suas conferências «Viagens pela Literatura Europeia». Mega Ferreira destaca a importância de Dostoievski e Tolstoi, e neste caso de Guerra e Paz, que considera «um romance de uma vastidão quase sobre-humana» (p. 120).

«Tolstoi e Dostoievski. Cada um à sua maneira, pode dizer-se qua ninguém marcou mais profundamente o devir da forma romanesca do que estes dois escritores colossais, autores de obras tão densas quanto inovadoras, que constituem, aos olhos do ocidente europeu, o momento incial aparente da literatura russa.» (p. 118)

 
Enfim, desejos de boa sorte para a Ler regressada a uma versão trimestral.

 

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