«Em Vinte e Quatro
Horas da Vida de Uma Mulher e em Carta
de Uma Desconhecida – publicados por Stefan Zweig, em 1922, com outras três
novelas –, uma hábil narração na primeira pessoa ilumina os corredores e as
sombras do labirinto interior de duas mulheres. Nos dois casos, a técnica do
autor molda-se à auto-análise de um passado longamente escondido e só naquele
momento revelado.
Tanto numa, como noutra novela, o narrador inicial é uma
figura secundária, um mero indício, rapidamente substituído pelas respectivas
figuras femininas. (…)
Zweig é exímio a moldar o estilo da escrita à mulher
amargurada, armada com os complexos de culpa que quer arremessar ao
destinatário, ou da que se embrenha na torrente da memória e vira para si
própria o estilete de uma autópsia em plena vida.» [Hugo Pinto Santos, Time
Out, 5-2-2014]
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