O Prémio de Crítica e Ensaística de Arte e Arquitetura AICA/Fundação
Carmona e Costa relativo ao biénio 2011/2012 foi atribuído a Ana Vaz Milheiro pela
obra Nos trópicos sem Le Corbusier, publicado pela Relógio de Água em
2012 (ex aequo com Nuno Faria, pela obra Para Além da História).
O júri, constituído por Joaquim Moreno, Paulo Pires do Vale e Delfim Sardo,
considerou que «o livro de Ana Vaz Milheiro agrega um conjunto de ensaios
críticos pioneiros sobre um objeto histórico que importava abordar: o trabalho
dos gabinetes de projeto coloniais na África sob dominação portuguesa durante o
Estado Novo. O júri salienta a qualidade e o rigor da informação reunida e
agora disponibilizada.»
A cerimónia de atribuição do prémio terá lugar na sede da Fundação Carmona
e Costa no dia 7 de Janeiro pelas 18h00.
«Um prefácio é uma lente montada sobre um livro segundo uma
determinada perspetiva. (…) Quando o livro é uma coleção de textos a questão
agudiza-se (…). A não ser que constituam um corpo coerente e tenham sido
organizados com princípio(s) claro(s). É esse o caso do Nos Trópicos sem Le
Corbusier, coletânea com um título sugestivo, expressão clara do conteúdo
(…). Se o título (que é também o do último texto) define o tempo, o subtítulo
(Arquitectura luso-africana no Estado Novo) diz-nos, aqui equivocamente, qual é
o espaço. Revela-nos ainda mais: qual é o contexto sociopolítico, histórico.
Há outras teses neste conjunto de textos. (…) Gosto da forma
como se insinuam através de contextualizações mais aprofundadas do que tem sido
comum na historiografia especializada nesta temática e cronologia. Note-se, por
exemplo, como emergem as diferenças, que por certo agora a autora estará a
desenvolver, entre os contextos e resultados da produção arquitetónica na
Guiné, Angola e Moçambique.» [Walter Rossa]
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