«De achamento
em achamento, Dalton não descobre a língua portuguesa: abre, sim, caminho para
um dos usos mais rigorosos e concisos de que ela é capaz – “o padre, narigão
purpurino do abuso do vinho” (p.62). Os atalhos que toma nada têm de aprazível:
cozem ao sol de um Brasil de tons carregados, ou gelam no volte-face do clima
curitibano; oscilam como um trilho prestes a resvalar; são duros como a picada
cravada de minas. Mas o ponto de chegada é uma luminosa fórmula de exactidão.
Com a grandiosidade austera do que dantes se gravava sobre pedra – “Todo grande
crime é por motivo fútil” (p. 40).» [Hugo Pinto Santos, Time Out, 05-06-2013]
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