Aos dez anos,
Paula Rego entrou para o Colégio Inglês, onde recitou estes versos pela primeira
vez. Agora, já com netos, redescobriu-os para executar uma série de gravuras,
que poderiam ter sido feitas por uma criança, espontaneamente, desenhando
directamente na tela, sem qualquer estudo prévio. Propositadamente, não se
distanciou da ilustração, por querer recuperar uma categoria artística
normalmente considerada humilde e homenagear artistas vitorianos como John
Tenniel, que criou Alice, o pintor demoníaco Arthur Rackham, e Beatrix Potter,
que também amava os animais e os defendeu – contra os jardineiros. Como todos
eles, Paula Rego trata o fantástico de um modo real, veste animais com roupa de
gente e apresenta deslocações de escala, como se se tratasse de um sonho. Estas
rimas atraíram-na também porque é uma especialista a usar o humor como meio
para confrontar o terror: «Eu pinto para dar um rosto ao medo», disse ela.
5.6.13
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