«A mulher que matou os peixes
é, como confessa na primeira página, Clarice Lispector, a autora deste livro.
Mas este triste facto só é narrado no fim; antes conta uma série de contos felizes
sobre bichos que teve para provar aos jovens leitores que a morte dos dois
“vermelhinhos” foi “sem querer”. Fala-nos da rata Maria de Fátima, dos
cachorros Dilermando e Jack, inteligentes e corajosos, de Bruno e Max, dois
cães amigos que se zangam para defender os donos, da gata que tinha grandes
ninhadas e da macaca Lisete que usava brincos e colares baianos. Tantas
histórias engraçadas por causa de um simples descuido: três dias sem dar comida
aos peixes.»
«Nora Barnacle
e James Joyce conheceram-se em Dublin, em 1904. Pensa-se que saíram juntos pela
primeira vez no dia 16 de Junho, desse ano. A data de 16 junho é hoje celebrada
como Bloomsday por ser o dia o dia em que decorre a ação da obra-prima
do escritor: o romance Ulisses, que tem por protagonista Leopold Bloom.
Nora serviu de musa a Joyce e inspirou muitas das sua principais personagens
femininas: Gretta Conroy, de Os Mortos; Bertha, de Exílios; Molly
Bloom, de Ulisses; Anna Livia, de Finnegans Wake. As cartas
reunidas no presente volume tornaram-se célebres pela crua descrição das
fantasias sexuais de Joyce. A troca epistolar concentra-se em dois grandes
períodos: 1904, ano do seu encontro, e 1909, quando o escritor está em Dublin
com o filho e Nora permanece em Trieste, onde o casal se havia fixado. Estas
cartas notáveis alternam paixão e ciúme, romantismo e erotismo, candura e
obscenidade.»
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