Na revista Ler
de Fevereiro de 2013, José Riço Direitinho escreve sobre Dalton Trevisan a
propósito da recente edição, pela Relógio D’Água, de O Vampiro de Curitiba,
Novela nada Exemplares e do romance A Polaquinha: «Dalton
Trevisan empresta a quase todas as histórias uma dimensão essencialmente
sexual, de uma sexualidade febril, muitas vezes cheia de ambiguidades. Dito
assim, o leitor poderá ser levado a pensar de imediato num outro contista
brasileiro, Rubem Fonseca, mas é grande a diferença: em Trevisan tudo parece
passar-se numa estranha dimensão oculta, é um atuar por detrás do cenário num
mundo de desejos reprimidos, ações que têm lugar em espaços escuros e atávicos
(abundam em todos os seus livros), espaços de traição, numa aparente fuga ao
lícito, como em A Polaquinha (um exemplo entre dezenas de
possibilidades).»
No mesmo
número da revista, José Guardado Moreira escreve sobre Cartas a Nora, de
James Joyce: «A exaltação sexual manifestada por escrito e exacerbada pela
distância, pela suspeita, pelo ciúme, pela paixão e pelo desejo são bem
expressas pelo escritor irlandês: “Nora, meu fiel amor, minha obscena colegial
de olhos doces, sê a minha puta, a minha amante, o quanto desejares, serás
sempre a minha bela flor silvestre das sebes, a minha flor azul-escura
humdecida pela chuva.”»
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