No ípsilon do Público de 11 de Janeiro de 2013, Maria da
Conceição Caleiro escreve sobre Um Sopro de Vida, de Clarice Lispector:
«Um Sopro de Vida (Pulsações) é um texto inclassificável. Poderíamos
dizer o mesmo de outros de Lispector. Ela é desde o começo uma clave verbal
diferente. Mas este é mais inclassificável ainda. Editado em 1978, depois da
sua morte (1977), composto de fragmentos que ela escreveu e/ou ditou até o seu
fim e que Olga Borelli reuniu, sai-se dele menos incólume ainda do que dos
outros livros da autora, porque aqui a escrita surge mais estilhaçada,
morrendo-se nela o corpo-alma de Lispector. (…) Saímos deste livro chorando
compulsivamente e glorificando o seu esplendor ou ainda, como agora é moda,
extraindo máximas, metalepse que a anestesia. (…) É a contiguidade de situações
que confere ao livro um trágico esplendor.»
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