19.11.12

Vladimir Nabokov na Relógio D'Água





Escrito numa prosa irrequieta, fluente e mágica, este romance acompanha Ada desde o seu primeiro encontro na infância com Van Veen em Ardis Hall — a mansão campestre do tio deste, numa luminosa América de sonho. São décadas de êxtase em que atravessam continentes, se separam e reúnem, até compreenderem a estranha verdade da sua singular relação.
Ada ou Ardor é o mais nabokoviano romance de Nabokov.
A imaginação do autor não se exprime apenas no amor de Ada e Van, a irmã e o irmão. O fio narrativo dessa paixão é acompanhado de falsas citações, títulos erróneos, digressões sobre o tempo e ajustes de contas culturais.

«Ada é o livro pelo qual eu gostaria de ser lembrado depois da minha morte.» [Vladimir Nabokov]


 

Em 1927, Nabokov dava grandes passeios solitários pelos bosques da ilha de Rugen. Foi então que lhe surgiu o enredo de um romance que reuniria marido, mulher e amante numa praia do Báltico.
Franz instala-se em Berlim em casa do tio Dreyer para trabalhar nos seus armazéns. Mas Martha, a esposa do tio, decide seduzi-lo, acabando por o envolver num projecto de assassínio que conhece um desenlace imprevisto.
Rei, Dama, Valete é, segundo o autor afirma no prólogo à edição inglesa de 1967, um tributo a Flaubert. Mas as referências à bíblica mulher de Putifar ou a Lady Macbeth são evidentes.


«De todos os meus romances, esta fera rutilante é a mais alegre. A expatriação, a pobreza, a nostalgia não influenciaram a sua composição refinada e exultante. Concebida nas areias costeiras da baía da Pomerânia no Verão de 1927, construída ao longo do Inverno seguinte, em Berlim, e concluída no Verão de 1928, foi publicada nos começos de Outubro pela editora russa emigrada Slovo, com o título Korol’, Dama, Valet. Era o meu segundo romance russo. Eu tinha vinte e oito anos.» [Do Prólogo de Vladimir Nabokov]

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