Escrito numa
prosa irrequieta, fluente e mágica, este romance acompanha Ada desde o seu
primeiro encontro na infância com Van Veen em Ardis Hall — a mansão campestre
do tio deste, numa luminosa América de sonho. São décadas de êxtase em que
atravessam continentes, se separam e reúnem, até compreenderem a estranha
verdade da sua singular relação.
Ada ou
Ardor é o mais
nabokoviano romance de Nabokov.
A imaginação
do autor não se exprime apenas no amor de Ada e Van, a irmã e o irmão. O fio
narrativo dessa paixão é acompanhado de falsas citações, títulos erróneos,
digressões sobre o tempo e ajustes de contas culturais.
«Ada é
o livro pelo qual eu gostaria de ser lembrado depois da minha morte.» [Vladimir
Nabokov]
Em 1927, Nabokov dava grandes passeios solitários pelos
bosques da ilha de Rugen. Foi então que lhe surgiu o enredo de um romance que
reuniria marido, mulher e amante numa praia do Báltico.
Franz instala-se em Berlim em casa do tio Dreyer para
trabalhar nos seus armazéns. Mas Martha, a esposa do tio, decide seduzi-lo,
acabando por o envolver num projecto de assassínio que conhece um desenlace
imprevisto.
Rei, Dama, Valete é, segundo o autor afirma no prólogo à edição inglesa
de 1967, um tributo a Flaubert. Mas as referências à bíblica mulher de Putifar
ou a Lady Macbeth são evidentes.
«De todos os
meus romances, esta fera rutilante é a mais alegre. A expatriação, a pobreza, a
nostalgia não influenciaram a sua composição refinada e exultante. Concebida nas
areias costeiras da baía da Pomerânia no Verão de 1927, construída ao longo do
Inverno seguinte, em Berlim, e concluída no Verão de 1928, foi publicada nos
começos de Outubro pela editora russa emigrada Slovo, com o título Korol’, Dama, Valet. Era o meu segundo
romance russo. Eu tinha vinte e oito anos.» [Do Prólogo de Vladimir Nabokov]
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