Na
Tentações, da revista Sábado de 23 de Agosto, Eduardo Pitta
escreve: «Dado à estampa quando o autor tinha 75 anos, Novelas Eróticas é um conjunto de seis textos em que são nítidas as
marcas do simbolismo decadentista então em voga. Destacaria “O Sítio da Mulher
Morta”, por reunir numa peça única todas as linhas de força da obra, mas
qualquer dos outros é exemplar.
A
partir do ponto ulterior ao da história contada (“eu tinha 25 anos e estava namorado
e portanto couraçado contra quaisquer suspeitas…”), Manuel Teixeira-Gomes evoca
momentos de grande sensualidade com várias mulheres, sempre muito jovens: “Era
uma forte rapariga de seus 15 anos, com o desenvolvimento de mulher feita,
embora vestindo saia curta…”»
No
último número do Atual, suplemento do
Expresso de 25 de Agosto, Pedro Mexia
escreve: «Quando “erótico” significava “interdito”, as Novelas Eróticas de Teixeira-Gomes causavam um certo frisson. O
escritor, que também foi o sétimo Presidente da República, era um hedonista, e
em livros como Agosto Azul (1904)
apresentou uma visão sensual e pagã dos “frutos terrestres”. Estas Novelas (contos, na verdade) são mais
tardias (1935), mais ousadas e mais trágicas. O erotismo “explícito” envelheceu
mal em termos verbais, há demasiado “êxtase”, “sofreguidão” e “espasmos de gozo”.
Mas a força dos textos não está na consumação sexual, está na descrição do
desejo como fantasia ou fantasma.»
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