No Atual, suplemento do Expresso de 2 de Junho,
Clara Ferreira Alves escreve sobre Cosmópolis, «a única obra literária
que descreve o tempo em que vivemos e o inscreve na nossa consciência como o
triunfo absurdo de um sistema numérico sobre uma civilização. A era do
algoritmo. Don DeLillo é o único escritor que conseguiu escrever sobre a
guerra, o terrorismo e o capitalismo e Wall Street como profecias cumpridas. Cosmópolis,
publicado em 2003 e referente a 2000, ano de dobra do milénio e auge da
expansão financeira, é uma história dessas. (…) David Cronenberg encontrou um
escritor mais inteligente e uma escrita mais cruel do que o costume e o
encontro correu bem. O filme reproduz o livro. DeLillo é, aqui, mais
cronenberguiano do que Cronenberg. Este é o mundo em que vivemos. Cosmópolis
é um filme obrigatório. Um livro obrigatório.»
No Jornal de Letras de 30 de Maio, Fernando Guimarães,
na sua «Crónica de Poesia», reflectindo sobre os actos de observar, conhecer e
imaginar, escreve sobre o mais recente livro de Bernardo Pinto de Almeida, Negócios
em Ítaca, em que se reproduzem fotografias de Isabel Lopes Gomes. Afirma o
crítico que, nos poemas deste livro, «está bem presente o problema da imagem,
que, no fundo, é comum tanto à poesia como às artes plásticas (…). Um outro
aspeto a destacar consiste no modo como um certo tonus emocional se faz
sentir, derivando para uma acentuação tendencialmente disfórica (…), através de
uma espécie de monólogo em que se pensa o sentido da vida, da morte, do amor,
do envelhecimento ou daquele reencontro que pode representar o próprio
intinerário da nossa existência.»
Na mesma edição do jornal, José Carlos Vasconcelos escreve sobre
O Afável Monstro de Bruxelas, de Hans Magnus Enzensberger: «A obra
pressupõe investigação, tem uma parte histórica, sobre a génese da UE,
observações objectivas, análises, dados, factos concretos, e é a partir de tudo
isto que o ensaísta, com inteligência e ironia, a que amiúde se junta o humor,
constrói a narrativa — na qual, é verdade, também está bem presente o dedo do
escritor. (…) Enfim, um pequeno excelente livro, saído na Alemanha em 2011,
numa coleção em que também já foram editados, entre outros, dois títulos de
José Gil, e vários de Slavoj Zizek.»
Jorge Listopad, no JL, em «Segunda Via», dirige-se a Rui Nunes, a
propósito da sua última obra: «Olhe, Rui, gostei muito desse seu livro. O
título, Barro, é exacto.»
Ainda no JL, no suplemento dedicado à educação, pode ler-se
uma entrevista a David Acheson, autor de 1089 e Tudo o Resto,
recentemente editado pela Relógio D’Água, em que o professor de Matemática fala
da disciplina: «A Matemática tem uma beleza própria. Mesmo se pusermos de lado
a sua aplicação prática, os argumentos lógicos só por si são de uma grande
beleza. (…) liga-nos ao futuro, pela sua aplicação na Ciência e até no mais
banal telemóvel ou gadget. Mas, ao mesmo tempo, através dela
estabelece-se uma profunda relação com o passado. Há noções matemáticas que são
hoje como foram há milénios. Os problemas mudam mas há elementos que se mantêm.
Atravessamos semelhantes processos de investigação, de raciocínio e de
pensamento.»
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