8.6.12

A Relógio D’Água no ípsilon de 8 de Junho de 2012




Nesta edição do ípsilon, Maria Conceição Caleiro entrevista Rui Nunes a propósito do seu último livro, Barro, e sobre este escreve: «Barro está povoado de imagens deslumbrantes. Nunca gratuitas, nunca a mais. Um exemplo de transtorno ou deslocação mesmo mínima da sintaxe e da voz pontuada gesto a gesto, singularidade a singularidade: “vem da varanda um bater espesso de asas: entreabro a porta: um pequeno falcão debate-se na tijoleira. Agarro-o; a macieza das penas, trémula. Pouso-o no parapeito. E ele atira-se para o vazio, desce até quase roçar o descampado de malvas e cardos, e depois eleva-se por um amplo bater de asas.”
O livro está povoado disto. E outros, de muita violência, de insuportável violência, de alegria impiedosa e infantil, natural.»



Na mesma edição, José Riço Direitinho escreve sobre Anjos e Comboios, de Denis Johnson: «Sonhos e Comboios é uma breve história épica (é também uma tocante história de amor) que nos traz inteira a primeira metade do século XX americano, não o das grandes cidades, mas o da tranfiguração dos grandes espaços naturais com todos os seus desafios. (…) A atmosfera criada por Denis Johnson, associada à delicadeza pouco usual do contar da história, tornam Sonhos e Comboios um livro que permanecerá na memória por muito tempo.»

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