Na revista Ler de Maio de 2012, José Guardado Moreira
escreve sobre O Doutor Glas, de Hjalmar Söderberg: «O registo da
narrativa avança rompendo as convenções, trazendo às páginas do diário sonhos
de significado evidente, algumas anotações banais do quotidiano, digressões
mentais, num solilóquio contínuo, em busca de um sentido: “A verdade é como o
Sol, na medida em que o seu valor para nós depende de nos encontrarmos ou não a
uma distância conveniente.”»
No mesmo número da revista, José Riço Direitinho escreve
sobre A Mulher Que Tentou Matar o Bebé da Vizinha, de Liudmila
Petruchévskaia: «Composta por 19 contos publicados avulso (em revistas e
jornais) ao longo de vários anos, esta colectânea está dividida em quatro
partes e é um bom exemplo da arte narrativa de Petruchévskaia. Um retrato, em
tons de negro e cinzento, de uma União Soviética com assuntos tabu, que até à glasnost
não podiam aparecer nos livros (…).A Mulher Que Tentou Matar o Bebé da
Vizinha é, sem dúvida, um dos melhores livros publicados este ano em
Portugal.
Filipa Melo escreve sobre Clarice Lispector: «O Lustre,
tal como Água Viva, de 1973, é uma das mais exigentes, mas mais
compensadoras propostas da escritora brasileira. Ambas são agora editadas, pela
primeira vez, em Portugal, pela Relógio D’Água.
Em Água Viva, carta-narrativa destinada pela
personagem-narradora ao seu amante, ela explica: “Este não é um livro porque
não é assim que se escreve. O que escrevo é só um clímax? Meus dias são um só
clímax: vivo à beira.”»
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