No primeiro número de 2012, Carla Maia de Almeida visita Hélia Correia no mundo das fadas, a propósito do seu mais recente livro infanto-juvenil: «Sobre A Chegada de Twainy, a história de uma fada perdida da sua gente — isto é, das outras fadas, gnomos, duendes, elfos e restantes elementos da little people, a “gente pequena” —, quase tudo pode ser explicado, mesmo sabendo que “os porquês são sempre acasos”. Sendo um livro imbuído de maravilhoso, paradoxalmente, “está cheio de realidade”. De lugares, personagens e referências mais ou menos explícitas que fazem parte do mundo da escritora.»
José Mário Silva diz de Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares, cuja 2.ª edição sairá nos próximos dias: «A Cidade do México tem, sobre o narrador destas histórias curtas e oníricas, um efeito semelhante ao da tarantela, esse ritual das pessoas que foram picadas por uma aranha venenosa e têm de dançar para não morrer. É isso que a prosa de Tavares faz: dança para não morrer, cura-se pelo movimento, segue o fluxo das multidões (“não há rua, não se vê o chão, se olhas para baixo és empurrado, se olhas para cima és empurrado”), os textos correm, saltam, tropeçam, tentam escapar para longe dos bairros tenebrosos onde o fio de uma navalha espera o turista incauto, o estrangeiro vulnerável.»
Na secção «Zona Franca», Fernando Sobral dá o seu aval a Cityboy, de Geraint Anderson: «No mundo financeiro, repleto de sonhos, há um lado que nos lembra Darth Vader. É esse universo subterrâneo e desconhecido que Geraint Anderson descreve, depois de durante bastante tempo o ter feito nas páginas de um jornal londrino. Se a obra, por vezes, parece um livro de ficção é porque a marcha do mundo financeiro está repleta de situações quase inacreditáveis.»
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