4.1.11

A Relógio D’Água na Ler de Janeiro de 2011




Na votação dos leitores da Ler das melhores obras de 2010: Adoecer, de Hélia Correia.


Filipa Melo analisa O Conflito: A Mulher e a Mãe, de Elisabeth Badinter, que afirma que «as novas concepções de maternidade defendidas por uma onda natalista, ecologista, naturalista e “reaccionária” estão a dar cabo de décadas de emancipação da mulher e luta pela igualdade dos sexos». A filósofa, acrescenta Filipa Melo, «não aponta soluções nem é catastrofista», mas motivou um intenso debate público.



Numa selecção de «20 Livros para Encarar o Abismo», Filipa Melo sugere Da Tragédia à Farsa, de Slavoj Zizek, autor esloveno que «disseca a nossa época sem piedade, recorrendo a heterogéneas armas de análise» e associa «o nosso mal-estar ao “núcleo utópico da ideologia capitalista” e sustenta a viabilidade de “novas forma de práxis comunista”».
Na mesma selecção surge Cólera e Tempo, obra em que Peter Sloterdijk «percorre a história da cólera enquanto essencial escape de tensões», também sugerida como tábua de salvação.





Neste número da Ler dedicado à crise, em artigo sobre Keynes, Fernando Sobral aborda Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda: «O regresso actual das teorias de Keynes (explicitadas na sua Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, publicada em 1936) faz-se como contraponto à ideologia de que os mercados se regulavam a si próprios. Algo que se revelou uma falácia. Como recorda o Nobel da Economia Paul Krugman na introdução à nova edição da Relógio D’Água, Keynes «não era socialista – ele veio salvar o capitalismo, não enterrá-lo».



Finalmente, na rubrica «Livros em Dia», Manuel Medeiros, livreiro da Culsete, em Setúbal, volta aos clássicos modernos. Toma a palavra de Montaigne, nos Ensaios coligidos por Rui Bertrand Romão: «Serve-me a leitura especialmente para estimular com diversos objectos a minha razão, para me fazer laborar o juízo, não a memória.»




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