28.2.25

Sobre O Que Maisie Sabia, de Henry James

 «Creio que a impressão que me deixaram essas atividades amorosas entre quatro pessoas adultas, observadas pelo frio olhar de uma espécie de Alice-no-país-das-maravilhas, foi sobretudo a de um romance mundano (…) quase perverso de tão engenhoso, singular pelo virtuosismo com que as personagens secundárias mudam de lugar em redor da pequena heroína, como os elementos de um corpo de baile ou de uma equação de álgebra.

(…) Na época em que James escreveu Maisie, ou seja, em 1897, ninguém se atrevia a explorar seriamente o campo da sexualidade infantil. Freud era conhecido apenas por alguns especialistas. No entanto, não podemos deixar de pensar que a sociedade bem-pensante havia arrumado a um canto o pecado original, e que Santo Agostinho teria ficado menos surpreendido do que os primeiros leitores de Maisie ao comprovar a tranquila naturalidade com que esta rapariga se movimentava no meio a que chamamos o “mal”.» [«Os Encantos da Inocência. Uma Releitura de Henry James», Marguerite Yourcenar]


O Que Maisie Sabia (tradução de Daniel Jonas) e outras obras de Henry James estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/henry-james/

Em breve estará também disponível A Fera na Selva, com tradução de Miguel Serras Pereira.


Sobre Ensaios — Antologia, de Montaigne

 «No capítulo XVII do Livro II dos Ensaios, «Da Presunção», Montaigne diz o seguinte: “Mas as almas belas são as almas universais, abertas e preparadas para tudo, se não instruídas, pelo menos, instruíveis: o que digo para acusar a minha; porquanto, seja por fraqueza seja por negligência (e o negligenciar o que está aos nossos pés, o que temos entre mãos, o que de mais perto concerne a prática da vida, é coisa bem longínqua do que tenho por bom), nenhuma há como a minha tão inepta e tão ignorante de muitas coisas vulgares e que não se podem ignorar sem vergonha.” Este trecho, com o seu movimento sinuoso e paradoxal, ilustra bem o estilo de Montaigne e o modo como ele frequentes vezes entrecruza o que exprime acerca de si mesmo com juízos de alcance ético e antropológico. O ideal que aqui enuncia, de uma alma caracterizada essencialmente pela pura disponibilidade, pela abertura plena à apreensão do real, e por um insaciável desejo de saber concomitante de uma atitude de humildade e suspeita perante o mesmo saber, embora, em tom autodepreciativo (o qual, de resto, não pode deixar de ser visto como uma inscrição a contrario na crítica da presunção e da filáucia levada por si a cabo neste capítulo), declare não o atingir, corresponde de alguma forma ao que — tendo em vista a sua obra, o itinerário da sua vida e o que nelas se revela — ele incarnou, coisa que, aliás, não é de espantar a respeito de quem, ao longo de toda a existência, sempre aplicou “todos os esforços a formar a [sua] vida”, fazendo disso o seu “ofício e trabalho” (II, 37, 784a).» [Da Introdução]


Ensaios — Antologia, de Montaigne, com prefácio e tradução de Rui Bertrand Romão, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/ensaios-antologia-2/

27.2.25

Sobre Destroçado, de Hanif Kureishi

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Destroçado, de Hanif Kureishi (tradução de José Miguel Silva)


No final de 2022, em Roma, Hanif Kureishi sofreu uma queda. Quando recuperou os sentidos, já não conseguia andar. Passou a depender da ajuda de outros e a necessitar de cuidados constantes num hospital. Assim começou uma odisseia de um ano pelos sistemas médicos de Roma e Itália, com a esperança de um dia regressar à sua casa em Londres.

Confinado, sentiu-se compelido a escrever. Mas, sem conseguir usar o computador ou segurar numa caneta, teve de ditar aos familiares as palavras que lhe surgiam. Reflexões sobre a sua condição, mas também sobre a paternidade, a imigração, o sexo, a psicanálise e, claro, a escrita. O resultado foi este livro. Uma sucessão de relatos. Um diário de uma vida destroçada, narrado com honestidade, humor e energia; mas também de uma nova existência, nascida da dor e da perda.


“Há muito que Hanif Kureishi é uma das vozes mais emocionantes, irreverentes e influentes da sua geração. Neste diário, belo e comovente, enfrenta uma calamidade pessoal com humor, honestidade e elegância literária. Um feito extraordinário.” [Salman Rushdie]


“Fala-se de muita destruição neste relato notável e desprovido de sentimentalismo sobre uma queda devastadora, mas algumas coisas permanecem perfeitamente intactas. O humor, o talento, a curiosidade, a clareza e a irreverência de Hanif estão todos aqui. Adorei este livro.” [Zadie Smith]


“Poderoso, angustiante e envolvente. Vai mudar a forma como nos ligamos à vida e ao amor.” [Elif Shafak]



Hanif Kureishi nasceu em Londres e aí estudou Filosofia no King’s College. É autor de vários romances, de que se destacam O Buda dos Subúrbios (galardoado com o Prémio Whitbread na categoria de Melhor Primeiro Romance), Intimidade, Algo para Te Dizer e A Última Palavra.

Entre os guiões que escreveu está My Beautiful Laundrette (que foi nomeado para o Oscar de melhor argumento original), além de Sammy and Rosie Get Laid e The Mother.

É ainda autor de várias antologias de contos.

Foi distinguido como Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres, recebeu o PEN Pinter Prize e o título de Commander of the Order of the British Empire.

As suas obras encontram-se traduzidas em trinta e seis línguas. É professor de Escrita Criativa na Kingston University.


Destroçado e outras obras de Hanif Kureishi estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/hanif-kureishi/

Sobre Rostos da Morte, de Byung-Chul Han

 “Em torno da morte proliferam fenómenos. A morte faz com que se desenrolem metáforas e metonímias. Tal é a aparência necessária que faz com que a vida seja o que é. Mas o aparente não é o falso, não é o oposto do verdadeiro. A aparência não se limita a falsear o ser, mas faz com que ele se manifeste de um determinado modo, transformando-o assim em linguagem.”


A perda pela morte é irreversível e também por isso é difícil olhá-la de frente. Mas a reflexão sobre a morte pode convertê-la numa experiência viva. 

Byung-Chul Han fala-nos da caleidoscópica variedade da morte, através das suas leituras de Adorno, Heidegger, Derrida, Levinas, Kafka e Handke.

Este seu livro procura tornar audível a linguagem da morte, que nos vai interpelando ao longo da vida. É assim que se abrem novas perspectivas, surgindo a morte como criadora de espaços habitáveis para a nossa existência mortal.


Rostos da Morte (trad. Miguel Serras Pereira) e outras obras de Byung-Chul Han estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/byung-chul-han/

26.2.25

Sobre Os Meus Amigos, de Hisham Matar

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Os Meus Amigos, de Hisham Matar (tradução de Maria Beatriz Sequeira)


Nomeado para o Booker Prize, finalista do National Book Award e vencedor do Prémio Orwell na categoria de Ficção Política, este é o novo romance do autor de O Regresso.


Certa noite, era ainda um jovem a crescer em Bengasi. Khaled ouve uma história lida em voz alta na rádio, sobre um homem devorado por um gato. Fascinado pelo poder dessas palavras — e pelo seu enigmático autor, Hosam Zowa —, Khaled embarca numa jornada que o levará para longe de casa, para estudar na Universidade de Edimburgo.

Imerso numa sociedade aberta e muito distante do mundo que conhecia na Líbia, Khaled participa num protesto contra o regime de Khadafi em Londres, mas vê-o transformar-se numa tragédia. Ferido, a lutar pela vida, não pode deixar o Reino Unido nem regressar ao seu país natal. Até o facto de contar aos pais o que aconteceu, através de linhas telefónicas sob escuta, poderia pô-los em perigo.

Um encontro inesperado num hotel coloca Khaled cara a cara com Hosam Zowa, o autor daquela fatídica história, e leva-o a viver a amizade mais profunda da sua vida. É uma amizade que não só o ampara como o obriga, à medida que a Primavera Árabe emerge, a enfrentar as tensões entre a revolução e a segurança, entre a família e o exílio, e a definir a sua identidade.


«Uma meditação literária magistral sobre os temas que o autor explorou ao longo da vida.» [The New York Times]


«Um romance brilhante sobre inocência e experiência. Sobre amizade, família e exílio. Deixa claro, uma vez mais, que Hisham Matar é um romancista de supremo talento.» [Colm Tóibín]


«Sábio, urgente e profundo.» [Claire Messud]



Hisham Matar é um romancista, ensaísta e memorialista britânico-líbio, nascido nos Estados Unidos da América. Passou a infância em Trípoli, na Líbia, até que a família foi forçada ao exílio devido à oposição política do pai ao regime de Khadafi. Mudaram-se para o Egito e, em 1990, o pai foi sequestrado por agentes do governo líbio, o que marcou profundamente a vida e a obra de Matar.

O seu romance de estreia, Em Terra de Homens, foi finalista do Man Booker Prize em 2006. O seu livro de memórias sobre a busca pelo pai, O Regresso, venceu o Pulitzer na categoria de Biografia ou Autobiografia em 2017. Os seus ensaios foram publicados na The New Yorker, no The Guardian e no The New York Times, entre outras publicações.


Mais informação em https://www.relogiodagua.pt/produto/os-meus-amigos/

25.2.25

De As Pessoas do Drama, de H. G. Cancela

 «À minha frente, um muro. Uma faca nas costas. Eu sentia-lhe a lâmina, seca como uma luz que apenas projectasse sombra. Entre o muro e a lâmina não havia nada. Vontade, medo, expectativa, nada. Eu teria perguntado, se soubesse a pergunta, teria respondido, se houvesse resposta. Não, em ambos os casos. Não a quem perguntar, não a quem responder, não a quem acusar, eu próprio mergulhado nessa mistura de solidão e de miséria sexual de onde emergem arte, crime e religião, todos obrigados a cavar o vazio que depois se esforçam por preencher ou por dissimular. Eu duvidava, no entanto, que dos dois lados da faca o vazio fosse compatível com aquilo que o pretendia preencher. Voltei-me devagar.» [De As Pessoas do Drama]


«As Pessoas do Drama», vencedor Grande Prémio de Romance e Novela da APE 2017, e outras obras de H. G. Cancela estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/h-g-cancela/

Sobre Em busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust

 «Durante muito tempo fui para a cama cedo. Por vezes, mal apagava a vela, os olhos fechavam-se-me tão depressa que não tinha tempo de pensar: “Vou adormecer.” E, meia hora depois, era acordado pela ideia de que era tempo de conciliar o sono; queria poisar o volume que julgava ter nas mãos e soprar a chama de luz; dormira, e não parara de reflectir sobre o que acabara de ler, mas tais reflexões haviam tomado um aspecto um tanto especial; parecia-me que era de mim mesmo que a obra falava…» [Primeiras frases de Em Busca do Tempo Perdido, volume I, tradução de Pedro Tamen]


Em Busca do Tempo Perdido é um livro que tem, nas palavras do seu autor, «a forma do tempo».

E, na verdade, o que distingue este romance é o reforço da sua concepção da memória como recriadora do passado. É isso que permite o misterioso encanto da narrativa e o tom de dolorosa nostalgia em que o passado envolve o presente.

Mas o recurso à memória involuntária faz com que Proust nunca transmita uma realidade de que a sua imaginação esteja ausente.

Ainda muito jovem, conhecia de cor todos os pormenores da vida das damas que tinham frequentado os salões de Paris desde o século xvii, como Madame La Sablière ou Madame de Staël.

E foi precisamente à sensação da decepção em relação ao imaginado que ele sentiu nos salões parisienses que foi buscar muitas das personagens que povoam o seu universo ficcional, onde o amor e o ciúme ocupam o lugar central.


Em Busca do Tempo Perdido (trad. Pedro Tamen), Sobre a Leitura (trad. Miguel Serras Pereira) e Os Prazeres e os Dias (trad. Manuel João Gomes) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marcel-proust/

24.2.25

Sobre Songlight, de Moira Buffini

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Songlight, de Moira Buffini (tradução de José Mário Silva)


Não te deixes enganar pela beleza de Northaven. Pelas suas casas caiadas de branco e pelas vistas para o mar. Muitos dos seus habitantes são caçadores implacáveis, que desprezam aqueles que desenvolveram a songlight, a capacidade de comunicar telepaticamente com outros. Qualquer pessoa descoberta com este sexto sentido é capturada, perseguida e denunciada.


BEM-VINDO AO FUTURO.


A Cotovia vive em constante perigo desde que a sua songlight se manifestou. Até que encontra uma jovem em apuros, vinda de uma cidade distante, e entre elas nasce um vínculo extraordinário.

Mas em quem será possível confiar?


O mundo está em guerra. Aqueles que têm a songlight são peões num perigoso jogo político. Amigos, vizinhos, familiares... todos se viram uns contra os outros...

Quando o poder é tudo, como sobreviver?


«O romance de referência do ano para jovens adultos... A História de Uma Serva, mas com leitura de mentes.» [The Times, Os Melhores Livros de 2024]


«Deixa os leitores ansiosos pela saída do próximo volume.» [The Guardian]



Moira Buffini é uma das dramaturgas mais importantes do Reino Unido. Escreveu filmes e peças de teatro, incluindo Escava (nomeado para um BAFTA), Jane Eyre, Byzantium, Tamara Drewe, Dinner e Handbagged (vencedor do Prémio Olivier).

Para jovens adultos escreveu Silence, A Vampire Story e o musical wonder.land. Foi cocriadora e showrunner da série de TV Harlots. Songlight é o seu romance de estreia.


Mais informação em https://www.relogiodagua.pt/produto/songlight/

Sobre A Montanha Mágica, de Thomas Mann

 «Tal como em A Morte em Veneza, o protagonista de A Montanha Mágica empreende uma viagem que acaba por o levar para fora do espaço e do tempo da existência burguesa. Não por acaso, contrariando planos anteriores em que o romance abria com a explanação da biografia de Hans, depois remetida para o segundo capítulo, o primeiro capítulo centra‑se na viagem e no primeiro momento de confronto com o mundo fechado do sanatório, o início do longo percurso de iniciação que irá constituir o fulcro da narrativa. O herói do romance, como surge repetidamente sublinhado, nada tem de excepcional, pelo contrário, a própria mediania da personagem constitui uma forma de acentuar de que modo ela representa paradigmaticamente a normalidade social. O fulcro do romance está, justamente, no facto de essa normalidade ser totalmente posta à prova e problematizada nos seus fundamentos pelo confronto com o microcosmos do sanatório.» [Do Prefácio de António Sousa Ribeiro]


A Montanha Mágica (tradução, prefácio e notas de António Sousa Ribeiro) e outras obras de Thomas Mann estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/thomas-mann/

Sobre O Falecido Mattia Pascal, de Luigi Pirandello

 Escrito em 1904, O Falecido Mattia Pascal é um romance em que, com apreciável dose de humor negro, Luigi Pirandello explora os mistérios de identidade. Nele se conta a história de um homem que, cansado da sua vida de bibliotecário e da monotonia do casamento, decide viajar até Monte Carlo, onde a sorte lhe permite obter no casino uma enorme fortuna.

É no regresso a casa que toma conhecimento de que, por engano, foi considerado morto.

Decide começar uma nova vida com fortuna e outro nome, pensando assim libertar-se de compromissos e obrigações. Mas, depois de viajar algum tempo sem estabelecer ligações de amor ou amizade, sente que o anonimato não o torna livre nem feliz.

Decide fixar-se numa pensão em Roma, onde se apaixona por uma mulher, Adriana. É ao perceber que não lhe pode contar a verdade que decide forjar uma segunda morte.


O Falecido Mattia Pascal, de Luigi Pirandello (nova tradução de José Lima), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/autor/luigi-pirandello/

23.2.25

Sobre A Lenda do Santo Bêbedo, de Joseph Roth

 A Lenda do Santo Bêbedo é uma das obras mais originais de Joseph Roth. Foi publicada em 1939, o ano da morte do autor.

Tal como Andreas — o herói da história —, Roth embriagou-se muitas vezes em Paris.

Esta não é, porém, uma obra autobiográfica. É uma novela em que um vagabundo, depois de viver debaixo de várias pontes do Sena, tem uma série de golpes de sorte que o elevam brevemente a um plano de existência diferente.


A Lenda do Santo Bêbedo (tradução de Bruno C. Duarte) e Job (tradução de Gilda Lopes Encarnação) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/joseph-roth/

22.2.25

Sobre Defeitos Humanos Banais, de Megan Nolan

 Em 1990, em Londres, a suspeita da morte de uma menina recai sobre uma família irlandesa, os Greens.

No centro da narrativa, está Carmel, bonita, estranha e destinada a um futuro à margem das suas circunstâncias, até que a vida e o amor aparecem no seu caminho.

Agora, o escândalo surge e os jornais sensacionalistas investigam. Carmel é confrontada com os segredos e silêncios que rondaram a sua família durante várias gerações.


«Ambicioso e original.» [David Nicholls]


«Um enorme talento literário.» [Karl Ove Knausgård]


«Nolan é uma das escritoras mais brilhantes da atualidade.» [The Times]


«Um estudo lírico e subtil sobre desespero familiar e intergeracional. Um excelente romance e uma enorme realização.» [The Guardian]


«Um romance que resiste ao óbvio. Um relato feroz e implacável de uma família em crise.» [The New York Times]


«Nolan deixa claro que não é a manifestação de um género, mas uma escritora a ser lida nos seus próprios termos.» [Financial Times]


«A prosa de Nolan é límpida e precisa, com um interesse quase clínico pelo poder da vergonha.» [The Washington Post]


Defeitos Humanos Banais (tradução de José Mário Silva) e Atos de Desespero (tradução de Maria de Fátima Carmo) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/megan-nolan/

21.2.25

Sobre Os Quatro Livros, de Yan Lianke

 O cenário desta obra é a China dos anos 50 do século passado, um período em que as autoridades procederam ao confinamento de centenas de milhares de pessoas em campos de “reeducação” e à mobilização dos camponeses para a produção de ferro e aço. Este Grande Salto em Frente decidido pelo Partido Comunista Chinês levou a uma das maiores fomes da humanidade. Yan Lianke recorre a uma linguagem que alterna a prosa incisiva e as palavras de ordem maoistas com uma narrativa do tipo bíblico, da tradição confuciana e da mitologia grega. O primeiro dos quatro livros é a história de um adolescente ingénuo, encarregado de guardar um campo de reeducação de intelectuais, que acabará por se crucificar num tapete de flores vermelhas. As vidas abruptamente sacrificadas de milhões de mulheres e homens configuram um drama inspirado em factos reais. Foi por isso que nenhuma editora na China continental se atreveu a imprimir esta obra (saiu em Hong Kong e em Taiwan), apesar de Yan Lianke ter obtido prestigiados prémios na China, o Franz Kafka Prize em 2014, e ter sido finalista do Man Booker International Prize 2013 com Sonho da Aldeia Ding, já publicado nesta editora.


Os Quatro Livros (trad. Helena Briga Nogueira) e outras obras de Yan Lianke estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/yan-lianke/

20.2.25

Sobre Marzahn, mon amour, de Katja Oskamp

 Uma mulher que se aproxima dos «anos invisíveis» da meia-idade abandona a carreira de escritora para se tornar pedicura em Marzahn, em tempos a maior área residencial pré-fabricada da Alemanha Oriental, nos arredores de Berlim. A partir daí observa atentamente os clientes e colegas, mergulhando nas suas histórias pessoais. Cada uma das histórias se destaca como uma vinheta, contada com humor e emoção, e juntas formam um retrato matizado de uma comunidade.

«Um deleite de livro.» [Ken Follett]


«Katja Oskamp captura na perfeição a essência das pessoas, e elas ganham vida neste seu poderoso livro.» [Frank-Walter Steinmeier, presidente da Alemanha]


Marzahn, mon amour, de Katja Oskamp (tradução de Ana Falcão Bastos), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/marzahn-mon-amour/

19.2.25

Sobre Frankie e o Casamento, de Carson McCullers

 É com delicadeza, humor e emoção que Carson McCullers narra um fim de semana na vida de uma rapariga de doze anos sem mãe. Em apenas algumas horas, Frankie, uma maria-rapaz, revela todas as suas fantasias durante o casamento do irmão mais velho. É depois, a uma luz perigosa, que o leitor tem acesso à mente de uma criança devastada entre o anseio de pertencer e o impulso de fugir.

Este romance esteve na origem de uma peça de teatro premiada e de um filme.


«Um estudo maravilhoso sobre a agonia na adolescência.» [Detroit Free Press]


Frankie e o Casamento (tradução de Daniel Gonçalves) e outras obras de Carson McCullers estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/carson-mccullers/

17.2.25

Sobre Destroçado, de Hanif Kureishi

 Pedro Mexia escreveu sobre Hanif Kureishi e o seu mais recente livro, Destroçado, que a Relógio D’Água publicará muito em breve com tradução de José Miguel Silva:


«Escritor incapaz de escrever, hedonista sem prazeres nem libido, Kureishi faz do diário dos internamentos uma confissão, uma hipotética despedida.» [Pedro Mexia, E, Expresso, 6/2/2025: https://expresso.pt/opiniao/2025-02-06-os-seus-hospitais-b75686a1]

Sobre Mataram a Cotovia, de Harper Lee e Fred Fordham

 Um retrato assombroso de raça e classes sociais, inocência e injustiça, hipocrisia e heroísmo, tradição e transformação no Sul Profundo dos EUA dos anos trinta. 

Mataram a Cotovia, de Harper Lee, mantém a mesma atualidade que tinha em 1960, quando foi escrito, durante os turbulentos anos do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos.

Agora, este aclamado romance renasce como romance gráfico. Scout, Jem, Boo Radley, Atticus Finch e a pequena cidade de Maycomb, no Alabama, são representados de forma nítida e comovente pelas ilustrações de Fred Fordham.


“Este fantástico romance gráfico revela uma nova perspetiva aos antigos leitores do livro, sendo ao mesmo tempo uma bela introdução para jovens ou para qualquer adulto a quem esta incrível história tenha passado ao lado.” [USA Today]


O romance e o romance gráfico de Mataram a Cotovia (trad. Fernando Ferreira-Alves) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/harper-lee/

As adaptações de Fred Fordham de Mataram a Cotovia, O Grande Gatsby e Admirável Mundo Novo estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/fred-fordham/

16.2.25

Sobre As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi

 Esta é a história do boneco de madeira que desejou tornar-se rapaz. Tudo começa quando o desprevenido Gepeto esculpe um pedaço de madeira que consegue andar e falar. Assim nasce Pinóquio, que, depois de causar vários problemas a Gepeto, vive inúmeras aventuras, no decurso das quais é perseguido pela Raposa e pelo Gato, aconselhado pelo Grilo-Falante e salvo por uma linda Menina de cabelos azul-turquesa. Além disso, o nariz cresce-lhe quando conta uma mentira. Como se isso não bastasse, é transformado num burro e engolido por um tubarão, antes de alcançar a felicidade.

 

As Aventuras de Pinóquio (trad. Margarida Periquito) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/aventuras-de-pinoquio-as/

15.2.25

Sobre Como Derrotar Trump e Outros Ensaios, de Slavoj Žižek

 «Enquanto a maior parte dos outros líderes ocidentais cruzam os braços e cometem erros, Donald Trump reforça politicamente o seu poder arrogante. A única maneira de o travar é criar uma verdadeira nova ordem mundial.

As decisões impulsivas de Trump, como a sua recusa de aceitar a declaração do G7 aprovada no Quebec, não são simples expressão dos seus caprichos pessoais. São, pelo contrário, reação perante o fim de uma época do sistema económico global, reações que assentam numa compreensão inadequada do que está a acontecer. No entanto, a visão distorcida de Trump baseia-se apesar de tudo na intuição acertada de que o sistema global existente deixou de funcionar.»


Neste conjunto de artigos, Slavoj Žižek confirma a sua capacidade de abordar de modo original temas da atualidade.

É o caso da ação de Trump, do conceito de felicidade, da relação entre a sexualidade e do movimento liberal, dos direitos de robôs, dos problemas de identidade, do politicamente correto no Vaticano e até do casamento real britânico.


«Žižek é um pensador que considera que nada está fora do seu campo de reflexão: o resultado é profundamente interessante e provocador.» [The Guardian]


Como Derrotar Trump e Outros Ensaios (trad. Miguel Serras Pereira), editado pela Relógio D’Água em 2018, e outras obras de Slavoj Žižek estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/slavoj-zizek/

De Ensaio sobre o Dia Conseguido, de Peter Handke

 «Quem viveu já um dia conseguido? À partida, a maioria não hesitará talvez em afirmá‑lo. Será, pois, necessário continuar a perguntar. Queres dizer “conseguido” ou apenas “belo”? É de um dia “conseguido” que falas, ou de um — igualmente raro, é verdade — “despreocupado”? É para ti um dia que decorreu sem problemas já um dia conseguido? Vês alguma diferença entre um dia feliz e o conseguido?»


Ensaio sobre o Dia Conseguido (trad. Alexandra Lopes) e outras obras de Peter Handke estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/peter-handke/

14.2.25

Sobre Guerra e Paz, de Lev Tolstoi

 Guerra e Paz narra a invasão da Rússia por Napoleão e os efeitos que o acontecimento teve na vida da aristocracia, dos militares e da população envolvida no conflito.

A maior parte dos oficiais era originária das famílias nobres e as separações e perigos da guerra tornavam mais intensas todas as relações pessoais e, em particular, as amorosas.

Os hábitos sociais, as relações sentimentais e o declínio de algumas das mais importantes famílias de Petersburgo e Moscovo são apresentados com distanciamento ou irónica ternura.

Neste romance surgiram algumas das mais perduráveis personagens da literatura, o íntegro príncipe Andrei, o insólito Pierre Bezúkhov e a fascinante Natacha Rostova, que se tornaria indispensável para qualquer um deles.

Com esta obra e a sua apresentação em mosaico de grandes painéis da vida russa onde se movimentam centenas de personagens num período de convulsões militares, Tolstoi realizou o seu projeto de se confrontar com o Homero da Ilíada e da Odisseia.


«O maior de todos os romancistas — que outra coisa poderíamos dizer do autor de Guerra e Paz!» [Virginia Woolf]


Guerra e Paz (trad. António Pescada) e outras obras de Lev Tolstoi estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/lev-tolstoi/

13.2.25

Sobre Paz ou Guerra — A Rússia e o Ocidente: Uma Abordagem, de Mikhail Shishkin

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Paz ou Guerra — A Rússia e o Ocidente: Uma Abordagem, de Mikhail Shishkin (tradução de Ana Falcão Bastos, João Maria Lourenço e Larissa Shotropa)


Neste livro, Mikhail Shishkin argumenta que a Rússia não é um «enigma envolto num mistério, dentro de um mistério», mas que não sabemos o suficiente sobre o mais vasto país da Terra. Qual é então a verdadeira história por trás do regime autocrático de Putin e da invasão da Ucrânia?

Shishkin vai às origens dos problemas da Rússia, da «Rus de Kiev», passando pelo Grão-Principado de Moscovo, o império, a revolução e a Guerra Fria, à Federação Russa, com trinta anos de existência. O autor explora a relação conturbada entre o Estado e os cidadãos, explica as atitudes russas perante os direitos humanos e a democracia e propõe a existência de dois povos russos: os desiludidos e descontentes — que sofrem de uma «mentalidade de escravo» — e os que abraçam os valores «europeus» — e tentam resistir à opressão.

Paz ou Guerra é um relato de um Estado enredado num passado complexo e sangrento, mas também uma carta de amor a um país em conflito consigo mesmo. Continuará a Rússia no seu círculo vicioso de convulsões e autocracia ou encontrará o seu povo uma saída?



Mikhail Shishkin é um dos autores russos mais prestigiados da atualidade. Nasceu em Moscovo em 1961, estudou linguística e deu aulas de alemão. Vive na Suíça. Os seus romances Die Eroberung von Ismail, Venushaar e Cartas de Amor e de Guerra foram distinguidos com vários prémios nacionais e internacionais, incluindo os três prémios literários mais importantes da Rússia. Em 2011 foi-lhe atribuído o Prémio Internacional de Literatura Casa das Culturas do Mundo, em Berlim. Os seus livros estão traduzidos em trinta e cinco línguas.

É, há anos, um crítico do regime de Putin.


Mais informação em https://www.relogiodagua.pt/produto/paz-ou-guerra-a-russia-e-o-ocidente-uma-abordagem/

Sobre Crónicas, de Bob Dylan

 Bob Dylan chega a Nova Iorque em 1960, quando não completara ainda vinte anos. 

Os encontros que teve na tumultuosa e noctívaga Greenwich Village haveriam de marcar a sua vida. 

Bob Dylan recorda em Crónicas os seus encontros com músicos, produtores e artistas e os seus primeiros amores e fala-nos da desordenada biblioteca, descoberta em casa de um amigo e que foi essencial na sua formação, onde leu de Tucídides a Eliot. 

Há ainda a história da sua vida em Nova Orleães e Woodstock, onde a avassaladora fama, que o perseguiu como símbolo de uma geração, impediu a vida familiar que desejava ter com a mulher e os filhos. 

Crónicas fala-nos também da origem de várias canções de Dylan e das gravações de alguns dos seus álbuns. 

No conjunto, compõem um quadro íntimo e incisivo da vida de Dylan, inseparável da sua criação poética e musical.


«Se os teus olhos não se humedecerem de gratidão ao acabar de o ler, então, honestamente, os anos passaram por ti… Não me recordo de um livro que me tenha feito mais feliz do que este.» [Bryan Appleyard, The Sunday Times (Londres)]


«Uma obra essencial, tão poderosa e palpitante como a “bíblia” de Dylan, Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac (…). Ler este livro é como entrar na pele de um poeta, do poeta da nossa geração.» [Kyle Smith, People]


Crónicas (trad. Bárbara Pinto Coelho) e outros livros de Bob Dylan disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/bob-dylan/

12.2.25

Sobre Eugénio Onéguin, de Aleksandr Púchkin

 «Eugénio Onéguin apreende-se desde as primeiras estrofes como uma sátira, nunca violenta ou gratuita, mesclada de tristezas. A ironia (e a auto-ironia) da sua linguagem apelam à inteligência e ao espírito crítico do leitor.

A ligeireza da sua fala, que permite uma leitura fácil e sem tensão, combina-se com uma grande profundidade de ideias, exprimidas sempre como que a brincar, com uma enorme abrangência na descrição da realidade — pessoas, lugares, estações do ano, actividades, costumes, vida cultural, etc. Diz Andrei Siniávski, crítico literário russo, no seu livro Passeios com Púchkin: “Uma ligeireza — é a impressão que nos produzem as suas obras, a sensação geral e instantânea. (…) Mal ele apareceu na poesia, a crítica falou da ‘fluência e ligeireza extraordinárias dos seus versos’, de que ‘eles, aparentemente, não lhe custaram trabalho nenhum’.”» [Do Preâmbulo dos Tradutores]


Eugénio Onéguin (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra) e A Filha do Capitão (trad. Manuel de Seabra) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/produto/eugenio-oneguin/

11.2.25

Sobre Diários, de Sylvia Plath

 Destes diários de Sylvia Plath fazem parte apontamentos excluídos de publicação até 1998 por Ted Hughes, seu marido e executor testamentário.

Há textos escritos ao longo de doze anos, desde a época em que Sylvia Plath era estudante universitária até 1962, o ano anterior à sua morte. E também desenhos e poemas, testemunhando a vida e a obra de uma das principais poetas de língua inglesa do século xx, autora de Ariel e The Colossus.

Revelando uma consciência precoce da sua vocação de poeta, Plath afirmava aos dezoito anos: “estou a dar uma justificação à minha vida, à minha viva emoção, aos meus sentimentos, ao transformar tudo isto em letra impressa”, organizando de forma provisória “o meu patético caos pessoal”.


Diários (1950-1962) (trad. José Miguel Silva e Inês Dias) e outras obras de Sylvia Plath estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/sylvia-plath/

10.2.25

Sobre Tao Te King

 O Tao Te King, que segundo a tradição terá sido escrito no século VI a. C. por Lao Tse, já foi traduzido mais vezes do que qualquer outra obra excepto talvez a Bíblia e ocupa um lugar muito importante na história do pensamento chinês. Na presente tradução, procurou-se seguir o mais fielmente possível o texto original e respeitar o seu estilo conciso e paradoxal. Os comentários a cada capítulo, assim como um texto adicional com informação sobre os conceitos filosóficos expostos neste livro clássico chinês, pretendem auxiliar o leitor na interpretação de algumas passagens mais obscuras.

O Tao Te King preconiza uma maneira de agir que se ajuste perfeitamente ao mundo. Corresponde a deixar tudo fluir por si, sem ir contra o que é natural.


Tao Te King (trad. António Miguel de Campos) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/tao-te-king-livro-do-caminho-e-do-bom-caminhar/

9.2.25

Sobre O Idiota, de Fiodor Dostoievski

 «Da mesma forma que Dostoievski, enquanto pensador político, coloca sempre a sua última esperança numa regeneração no seio da pura comunidade popular, o romancista de O Idiota vê na criança a única salvação possível para aqueles jovens e para o seu país. É o que este livro, cujas figuras mais puras são as naturezas infantis de Kólia e do príncipe, bastaria para comprovar, mesmo que Dostoievski não tivesse desenvolvido em Os Irmãos Karamázov o infinito poder salvífico da vida infantil. Esta juventude ressente-se de uma infância ferida, porque foi precisamente a infância ferida do homem e da terra russos que paralisou a sua força. Depara-se-nos em permanência em Dostoievski a ideia de que o espírito da criança é o único lugar onde a vida humana, saída da vida do povo, consegue cumprir-se nobremente.» [Do Posfácio de Walter Benjamin]


O Idiota (trad. António Pescada) e outras obras de Fiodor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/

8.2.25

Sobre Pequenas Coisas como Estas, de Claire Keegan

 


Estamos em 1985, numa pequena cidade irlandesa. A autora narra-nos a vida de Bill Furlong, um comerciante de carvão e pai de família.

Uma manhã, ainda muito cedo, quando vai entregar uma encomenda no convento local, Bill faz uma descoberta que o leva a confrontar-se com o passado e os complicados silêncios de uma povoação controlada pela Igreja.


Pequenas Coisas como Estas (trad. Inês Dias), Acolher (trad. Marta Mendonça) e A Uma Hora tão Tardia (trad. José Miguel Silva) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/claire-keegan/

Sobre Futuro Tenso, de Martha Brockenbrough

 “Divertido e acessível. Um livro que todos os jovens precisam de ler.” [Beste F. Yuksel, professora associada de Ciência da Computação na Universidade de São Francisco]


“Claro, envolvente e apaixonante, Futuro Tenso é um livro essencial para o momento presente. A nossa civilização será remodelada pelas tecnologias de IA que Brockenbrough descreve. É necessário que reconheçamos as suas origens, limitações e o seu poder de transformar o nosso mundo, para o melhor e para o pior.” [M. T. Anderson, autor de The Astonishing Life of Octavian Nothing]


“Uma leitura importante e um recurso valioso para salas de aula, bibliotecas e adolescentes com os olhos postos no futuro.” [Kirkus Reviews]


“Brockenbrough traça a história da inteligência artificial antes de mergulhar no panorama contemporâneo da tecnologia e numa análise profunda dos benefícios e desafios que ela apresenta, particularmente no papel da IA nas vidas e carreiras futuras dos adolescentes de hoje.” [Booklist]


“Esta exploração acessível da inteligência artificial é o livro que os adolescentes (e todos nós) precisam de ler neste momento.” [LitHub]


Futuro Tenso: Como Criámos a Inteligência Artificial — e como Ela Vai Mudar Tudo, de Martha Brockenbrough (tradução de José Miguel Silva), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/futuro-tenso-como-criamos-a-inteligencia-artificial-e-como-ela-vai-mudar-tudo/

7.2.25

Sobre Entre Dois Fogos, de Joshua Yaffa

 Nesta análise da Rússia contemporânea, Joshua Yaffa, correspondente da The New Yorker em Moscovo, traça um retrato das lutas internas travadas entre os que sustentam o autoritarismo de Putin.

Joshua Yaffa fala-nos dos mais destacados políticos, empresários, e até artistas e historiadores, que construíram as suas carreiras e identidades à sombra do regime de Putin. Dilacerados entre as suas ambições e as exigências do Estado, cada um deles percorre um caminho individual de compromisso. Alguns reúnem astúcia e cinismo para extraírem todo o tipo de benefícios e privilégios do poder, outros, menos experimentados, são muitas vezes desmobilizados e esmagados. De qualquer modo, todos eles ficam presos num emaranhado de dilemas e contradições.

Joshua Yaffa mostra-nos assim como uma burocracia repressiva constrói uma nova forma de autoritarismo moderno.


Entre Dois Fogos é um estudo sobre o compromisso, o oportunismo e os delicados dilemas morais existentes na Rússia de Putin. Através de um conjunto de histórias criteriosamente fundamentadas, Joshua Yaffa demonstra como as pessoas escolhem — por vezes, conscientemente — adaptar-se, mudar e ‘desenrascar-se’ num Estado autoritário.” [Anne Applebaum, autora de Red Famine e Gulag — Uma História]


“Um livro extraordinariamente perspicaz […], bem contado e com histórias cuidadosamente interligadas […]. No geral, Joshua Yaffa consegue a proeza de evitar simplificações. Mesmo quando descreve pessoas que procuram uma vantagem cínica junto dos poderosos, o panorama nunca é completamente negro; quando retrata heróis morais, nunca os apresenta como infalíveis. A vida funciona assim, e talvez isso seja particularmente evidente na Rússia.” [The Economist]


“Um relato profundo e revelador da vida na Rússia de Vladimir Putin… Yaffa descreve com acutilância os compromissos morais e os modos engenhosos como através de uma burocracia desonesta o Kremlin sustenta o seu poder e autoritarismo.” [The New York Times Book Review]


Entre Dois Fogos — Verdade, Ambição e Compromisso na Rússia de Putin, de Joshua Yaffa (tradução de Maria João B. Marques), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/entre-dois-fogos-pre-venda/

Sobre A Loja de Antiguidades, de Charles Dickens

 A pequena Nell Trent vive na melancolia silenciosa da velha loja de antiguidades com o seu avô adoentado, de quem cuida com devoção. Mas quando são incapazes de pagar as dívidas ao repugnante Quilp, são expulsos da loja e lançados para um mundo sombrio onde não parece existir refúgio.

O retrato inocente e trágico que Dickens faz da pequena Nell tornou, apesar das críticas ao seu sentimentalismo, A Loja de Antiguidades um bestseller imediato, que captou os corações de uma nação inteira.

O livro contém ainda algumas das personagens mais emblemáticas do autor, como o desajeitado Dick Swiveller, a advogada Sally Brass, a “Marquesa” meio faminta e o sensual e demoníaco Quilp.


A Loja de Antiguidades (tradução de Frederico Pedreira) e outras obras de Charles Dickens estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/charles-dickens/

6.2.25

Sobre A Primeira Mão Que Segurou a Minha, de Maggie O’Farrell

Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: A Primeira Mão Que Segurou a Minha, de Maggie O’Farrell (tradução de Inês Dias)


Quando o sofisticado Innes Kent aparece à sua porta, Lexie Sinclair percebe que não pode esperar mais para começar a viver e decide partir para Londres, onde, no coração da cena artística de Soho na década de 1950, constrói uma nova vida.

Anos depois, Elina e Ted estão a lidar com o nascimento do primeiro filho. Ela luta para conciliar as exigências da maternidade com a sua vida artística, enquanto Ted é assombrado por memórias da sua infância que não coincidem com as histórias contadas pelos pais. À medida que Ted começa a procurar respostas, é revelado um retrato de duas mulheres — separadas por cinquenta anos mas ligadas de formas que nenhuma poderia ter previsto.


“Um livro estranho e sensual, que vai perturbar e assombrar o leitor.” [Emma Donoghue]


“Como Daphne du Maurier, O'Farrell traz à superfície os nossos medos primordiais.” [Daily Mail]


A Primeira Mão Que Segurou a Minha e outras obras de Maggie O’Farrell estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/maggie-ofarrell/

Sobre A Loucura de Churchill, de Christopher Catherwood

 Este livro revela-nos o que aconteceu durante a primeira tentativa de reorganizar o Médio Oriente após a derrota do Império Otomano, levada a cabo por Winston Churchill após a I Guerra Mundial. Enquanto ministro das Colónias do governo britânico, durante os anos 20, Churchill cometeu um erro com consequências desastrosas e repercussões incalculáveis ainda visíveis no século XXI. Christopher Catherwood analisa a forma como Winston Churchill criou a monarquia do Iraque, forçando os curdos sunitas, os árabes sunitas e os xiitas a viverem sob o domínio de um único governante, produzindo, sem o saber, um verdadeiro barril de pólvora no Médio Oriente. Catherwood examina as acções de Churchill que viriam a resultar posteriormente no golpe de Estado de 1958 contra o governo hachemita do Iraque e, a seguir, numa série de regimes cada vez mais sanguinários.

Ao mesmo tempo é analisado o modo como Churchill moldou o Médio Oriente, levando ao actual mapa de conflitos na região, nomeadamente entre israelitas e palestinianos.


«Este livro é um bom ponto de partida para quem quer compreender porque é que o Iraque parece estar condenado ao conflito (e porque é que isso está a mudar as nossas vidas).» [Alexander McCall Smith]


«Um estudo impressionante sobre a criação do actual Iraque, com todas as suas crises e catástrofes.» [Kirkus Reviews]


A Loucura de Churchill — Como Winston Churchill Moldou o Moderno Iraque e o Médio Oriente, de Christopher Catherwood (tradução de João Vilhena), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/a-loucura-de-churchill-como-winston-churchill-moldou-o-moderno-iraque-e-o-medio-oriente/

5.2.25

Sobre Boa Noite, Lua, de Margaret Wise Brown e Clement Hurd

 Num grande quarto verde, deitado na cama, está um coelhinho. “Boa noite, quarto, boa noite, Lua.” E a todas as coisas familiares no quarto suavemente iluminado — uma a uma — o coelhinho diz “boa noite”.

Desde 1947, o clássico de literatura infantil de Margaret Wise Brown e Clement Hurd tem cativado gerações de leitores e ouvintes. A poesia das palavras e as ilustrações tranquilizadoras juntam-se para criar o livro perfeito para o fim do dia, adorado por crianças de todo o mundo.


“Uma ladainha hipnótica na hora de dormir.” [The New Yorker]


“O som das palavras, as ideias que transmitem e as imagens combinam-se para acalmar e tranquilizar quando chega a hora de dormir.” [The New York Times]


“Capta a atenção dos bebés de dois anos de forma tão completa que parece quase ilegal hipnotizar uma criança para adormecer tão facilmente.” [Child Behavior]


“As crianças pequenas respondem à repetição suave e às ilustrações detalhadas deste livro na hora de dormir.” [Parents]


Boa Noite, Lua, de Margaret Wise Brown, com ilustrações de Clement Hurd (tradução de Inês Dias), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/boa-noite-lua/

4.2.25

Sobre O Spleen de Paris, de Charles Baudelaire

 Esta é uma nova tradução de Le Spleen de Paris, de Charles Baudelaire, obra editada em 1869, dois anos depois da morte do poeta, que a concebeu como uma série complementar de Les Fleurs du Mal.

Os poemas em prosa de O Spleen de Paris procuram captar e decifrar o tumulto e a melancolia da moderna vida urbana, feita de profundas transformações na geografia humana e na expressão da sensibilidade, prestando uma especial atenção aos excluídos do progresso, em que o próprio poeta se revê.

Para Baudelaire, o poeta é o «solitário dotado de uma imaginação activa, sempre viajando através do grande deserto de homens», tendo «um objectivo mais alto que o de um puro flâneur, um objectivo mais geral, que não o prazer fugidio da circunstância». Ele procura mostrar os versos e reversos da «modernidade», articulando beleza estética e violência simbólica, e tendo sempre em mente um desígnio maior: «extrair a beleza do Mal», o ouro da lama, «o eterno do transitório». [Jorge Fazenda Lourenço]


O Spleen de Paris (tradução, introdução, apêndice e notas de Jorge Fazenda Lourenço) e outras obras de Charles Baudelaire estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/charles-baudelaire/

3.2.25

Sobre O Lago da Criação, de Rachel Kushner

 «O Lago da Criação, de Rachel Kushner, romance deslumbrante, narrado pela protagonista, uma agente infiltrada numa comuna francesa de ecologistas, para desbaratar os planos de sabotagem, que estes congeminam sob a batuta de um guru de boas famílias, à sombra de um misterioso eremita e mentor, que acaba por transformar a visão da jovem agente provocadora com os seus delírios sobre o passado da espécie.» [José Guardado Moreira, Ensino Magazine, Janeiro 2025]


O Lago da Criação (tradução de Manuel Alberto Vieira) e outras obras de Rachel Kushner estão disponíveis em: https://www.relogiodagua.pt/autor/rachel-kushner/

2.2.25

Sobre Caro Michele, de Natalia Ginzburg

 Natalia Ginzburg conta-nos a história de um filho perdido, Michele, que deixou a família para se casar num país distante e que, após uma vida desordenada, haverá de morrer em circunstâncias pouco claras.

O leitor conhece a vida de Michele através das cartas que este recebe da sua mãe, da irmã Angelica e de alguns amigos.

O cenário da obra é a cidade de Roma no início dos tumultuosos anos 70.

Reatando com a narrativa epistolar, Natalia Ginzburg aborda a relação entre gerações e a proximidade e a distância do que é essencial em qualquer relação humana.

A clareza e a ambiguidade da escrita de Natalia Ginzburg afirmam-se em Caro Michele, publicado originalmente em 1973.


“Natalia Ginzburg é uma escritora forte. Ela acredita nas coisas, nos poucos objetos que consegue arrancar ao vazio do universo.” [Italo Calvino]


“As suas frases possuem enorme precisão e claridade. Aprendo imenso quando a leio.” [Zadie Smith]


“A voz de Natalia Ginzburg chega a nós com absoluta clareza entre os véus do tempo e da linguagem.” [Rachel Cusk]


Caro Michele (tradução de Luísa Feijó) e outras obras de Natalia Ginzburg estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/natalia-ginzburg/

1.2.25

Sobre Frankenstein, de Mary Shelley

 O monstro de Victor Frankenstein foi criado em 1818 por uma jovem de 23 anos, Mary Wollstonecraft Godwin, filha de um livre-pensador e de uma das fundadoras do feminismo.

Mary Shelley concebeu a sua obra inicialmente apenas como um conto, quando passava alguns dias na Villa Diodati, alugada por Byron, junto do lago de Genebra na aldeia de Cologny, num grupo de que fazia também parte o médico John Polidori. 

Aproveitando a conversa junto à lareira, em vários dias em que não puderam passear devido à chuva intensa, os quatro amigos combinaram escrever contos fantásticos. 

Só Mary Shelley concluiu o seu, que depois de transformaria no romance Frankenstein, um dos clássicos indiscutíveis da literatura inglesa.


Frankenstein (tradução de Fernanda Pinto Rodrigues) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/frankenstein/