27.7.10

Manuel de Freitas sobre «Inverness» de A. T. Pereira


«Há fortes razões para afirmarmos que a escrita de Ana Teresa Pereira se vem tornando cada vez mais despojada, perturbante e inclassificável. Arriscando uma síntese ineficaz, Inverness seria "a história de uma atriz que representava o papel de outra mulher e se transformava nela". Mas outras sombras - morte, loucura, medo - atravessam as páginas aparentemente diáfanas deste livro heterodoxo.»
[Manuel de Freitas, Actual, 24JUL2010]

Novidade • William Blake • A União do Céu e do Inferno



Tradução, Introdução e Notas de
João Ferreira Duarte
PVP €17

«Cristo ensinou que o homem se salva pela fé e pela ética; Swedenborg acrescentou a inteligência; Blake impõe-nos três caminhos de salvação: o moral, o intelectual e o estético. Afirmou que o terceiro havia sido pregado por Cristo, pois cada parábola é um poema.
Como Buda, cuja doutrina, de facto, era ignorada, condenou o ascetismo. Nos seus Provérbios do Inferno, lemos: «O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria» (...)
Blake nunca saiu de Inglaterra, mas percorreu, como Swedenborg, os reinos dos mortos e dos anjos. Percorreu as planícies de areia ardente, os montes de fogo compacto, as árvores do mal e o país dos labirintos tecidos. No verão de 1827, morreu cantando.»
[J. L. Borges]


William Blake (1757-1827) nasceu e morreu em Londres e foi talvez o menos contemporâneo dos homens. Na época neo-clássica, que foi a sua, criou uma mitologia pessoal de divindades.
Chesterton, Yeats e Jorge Luis Borges escreveram sobre a sua actividade de visionário, poeta e gravador. Borges considerava-o mesmo um dos «homens mais extraordinários da literatura» pois, em Blake, «a beleza corresponde ao instante em que se encontram o leitor e a obra» numa «espécie de união mística».

Novidade • Pierre Louÿs • O Sexo de Ler de Bilitis

  
Prefácio e Tradução de
Maria Gabriela Llansol
PVP €20



«Mas Pierre Louÿs viu apenas esta [imagem] – um pé-de-libido a nascer de um sexo. Esboçou-se na sandália que atirou à água.
As ancas rodaram em torno do ventre.
Foi como acenar com uma gota a um líquido dormente. Um pé desembaraçou-se da outra sandália. Purificada a planta dos pés, o busto livrou-se da contrariedade do vestido. E, nu, o pé-de-libido deitou-se à água.
E mais não viu. Os seios não voltaram para quebrar a limpidez das águas, nem o corpo flutuou à sua superfície.
Não era Vénus nem Ofélia. Nem sereia anfíbia. Viu, sem saber, uma matéria figural irradiante e enigmática. Uma folha de água caindo às águas. E, como linguagem, um vazio iluminado pelo encantamento – quem é o sexo?»
[Do Prefácio de Maria Gabriela Llansol]


Pierre Louÿs nasceu em Gante, Bélgica, em 10 de Dezembro de 1870, e morreu em Paris em Junho de 1925. Estudou em Paris onde se tornou amigo de André Gide. Ainda na sua juventude interessou-se pelo parnasianismo, cujo autor principal foi Leconte de Lisle, e mais tarde estabeleceu contactos com os poetas simbolistas.

O seu primeiro livro de poesia Astarté foi publicado em 1893. No ano seguinte publicou O Sexo de Ler de Bilitis, considerada a sua principal obra. Como é sabido, Louÿs apresentou os seus poemas como se fossem a tradução de uma poetisa grega contemporânea de Safo. Mas o engano não durou muito e, em breve, o tradutor Louÿs foi reconhecido como autor da obra. São poemas em prosa, em que as educações da natureza e cena eróticas são recorrentes. Estes poemas inspiraram Claude Debussy, que os adaptou como canções para voz e piano.

Pierre Louÿs escreveu também romances como Aphrodite (1896) e La femme et la pantin (1898). Em 1916 publicou uma composição libertina, Manuel de civilité pour les petites filles à l’usage des maisons d’éducation. Num período em que era já atingido por dificuldades financeiras, escreveu, em 1917, Isthi, Poëtique e Pervigilium mortis.

Novidade • Eric Hobsbawm • Escritos Sobre a História


Tradução de Miguel Serras Pereira
PVP €16


Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores do nosso tempo, apresenta-nos aqui as suas reflexões sobre a História e a sua importância para nós. Nesta colectânea – que proporciona ao leitor a descoberta de ensaios pouco conhecidos, por vezes dificilmente acessíveis e inéditos em língua portuguesa – o autor propõe uma reflexão crítica sobre a prática do historiador de hoje e sobre o sentido do seu trabalho, bem como sobre as relações deste com as ciências sociais, a economia, a acção política e, em suma, o conjunto da vida social, entendida nos termos das condições quotidianas de existência da «gente comum».



Eric Hobsbawm nasceu em Alexandria, em 1917, passou os seus primeiros anos em Viena e Berlim, tendo-se fixado na Grã-Bretanha a partir de 1933, depois da tomada do poder por Hitler na Alemanha. Recebeu a sua formação em Cambridge, e é hoje professor emérito de História Social e Económica no Birkbeck College da Universidade de Londres. Boa parte da sua obra – com destaque para títulos como A Era das Revoluções, A Era do Capital, A Era do Império, A Era dos Extremos, ou Tempos Interessantes e Globalização, Democracia e Terrorismo – encontra-se traduzida em Portugal.


26.7.10

Eduardo Pitta sobre o 3º volume dos Ensaios da Fundação


«Contra a ladainha das hipotéticas virtudes do "antigamente", os autores [Maria João Valente Rosa e Paulo Chitas] fazem o inventário e a análise de factos concretos da vida colectiva: evolução demográfica, educação, conhecimento, cultura, ensino superior, “revolução feminina”, investigação, ciência, saúde, protecção social, trabalho, rendimentos, justiça, família e costumes. O retrato estabelece o contraponto violento entre o Portugal retrógrado dos anos 1960 e o país (apesar de tudo) europeu dos últimos dez anos.(...)

O mérito do trabalho de Maria João Valente Rosa e Paulo Chitas é justamente o de, a partir de fontes fiáveis, fazer uma grande angular sobre a realidade portuguesa. Alguns números são impressionantes.(...)


Seja como for, Portugal: os Números é de leitura obrigatória.»

[Eduardo Pitta, PNETliteratura, 13JUL2010]

Eduardo Pitta sobre «O Bosque da Noite» de Djuna Barnes


«O Bosque da Noite ficou concluído em 1932, quando Djuna vivia em Londres. É uma reflexão amarga dos anos parisienses (1920-31), bem como dos equívocos, possibilidades e limites da itinerância sexual. Djuna, que teve amantes de ambos os sexos, sabe do que fala. O tom elíptico não diminui a pulsão trágica (Eliot vai ao extremo de citar a tradição isabelina), nem disfarça a relação conflituosa que manteve com Thelma Wood: "No coração de Nora repousava o fóssil de Robin, entalhe da sua identidade, e à sua volta, para que se conservasse, corria o sangue de Nora." (...)

Tensa como um arco, a escrita extremamente elaborada de Djuna denota sentido de equilíbrio e acidez bem calibrada. O mais próximo que encontramos da retórica não tem uma palavra a mais: «o amante tem de ir contra a natureza para encontrar o amor.» Não admira que Susan Sontag tenha dito que era assim que queria escrever. Não é pequeno mérito que tudo isso seja feito sem beliscar as regras (e os matizes) do simbolismo-decandentista.»

[Eduardo Pitta, Da Literatura, 16JUL2010]

23.7.10

Vinte anos sobre a morte de Manuel Puig




«Hoy se cumplen veinte años de la muerte de Manuel Puig. Había nacido en General Villegas, provincia de Buenos Aires en 1932, adonde lo llamaban Coco, apodo que él cambió por Toto, cuando se convirtió en personaje de su primera novela, en 1968: La traición de Rita Hayworth . Cuando publicó la segunda, Boquitas Pintadas, un año después, dejó de ser un miembro querido en el pueblo. Puig construyó esas obras sobre los recuerdos del pueblo y la publicación de los mismos fue, allí, un escándalo: hasta hoy muchos niegan haberlo leído.»
[Patricia Suárez, Revista Ñ, 22JUL]





Manuel Puig na Relógio D'Água




O Beijo da Mulher Aranha foi considerado pela crítica como um dos melhores romances de Manuel Puig. O cinema rendeu-lhe homenagem com um filme inesquecível de Héctor Babenco. [Ler aqui]

22.7.10

Recensões à edição italiana de «Lillias Fraser»



«Lillias Fraser è una bambina magica. La tradiscono i suoi occhi dorati e luminosi, che fanno pensare a quelli delle streghe. Lei non lo sa ancora, ma è una veggente, e la prima premonizione la avrà all’alba della battaglia di Culloden, dove le truppe inglesi di William Augustus, duca di Cumberland, distruggeranno in appena mezz’ora i clan scozzesi guidati da Charles Stuart.»
[da página da editora Cavallo di Ferro]

 «Un ampio romanzo storico che osserva gli eventi con gli occhi di una bambina: ma quella bambina è speciale e speciali sono i suoi occhi. La morte che domina la Storia, le guerre, gli odii, tutto è qui rappresentato con l'angoscia di chi li ha vissuti, ammutolito dalla paura che solo le vittime possono provare. Ma la scrittrice non lascia dominare la disperazione, dà sempre una chance al suo personaggio, così come a tutti gli uomini. Un romanzo profondo e intenso, che non delude in nessuna pagina, una buona lettura veramente adatta a tutti i tipi di lettori.»
[Grazia Casagrande, Wuz.it, 15JUL2010]

«La Correia riunisce così due stori fantastiche, due vite straordinarie, in un epilogo che, oltre ad essere omaggio al compianto maestro, ha il sapore di un incontro, letterario e magico, col destino.»
[Daniela Mase, ApCom, 5JUL2010]

«Cavallo di Ferro (ri)porta nelle librerie italiane una delle scrittrici portoghesi contemporanee più importanti, Hélia Correia, con "Lillias Fraser"...»
[Ler na íntegra aqui]

T. S. Eliot lê «Terra Devastada»




De T. S. Eliot a Relógio D'Água publicou






21.7.10

Tom Waits lê poema de Charles Bukowski




De Charles Bukowski a Relógio D'Água publicou

A Sul de Nenhum Norte


20.7.10

Filme raro de Arthur Conan Doyle


... em que o escritor fala sobre a origem de Sherlock Holmes...



João Pereira Coutinho sobre «Economia Portuguesa»


«O livro de Luciano Amaral, brilhantemente pensado e escrito, é um documento fundamental para entender os nossos sarilhos correntes: primeiro, porque apresenta a situação actual com uma revisão histórica da matéria. Mas também porque, ao contrário dos pregadores televisivos que têm curas milagrosas, o autor não embarca em fantasias.

E não embarca porque, juntamente com o rigor da análise económica, existe a coragem de uma certeza política: se a nossa fraca produtividade não nos torna competitivos num quadro europeu (e global), isso também se deve a um Estado mastodôntico que não surgiu por acaso. Ele é indissociável do nosso processo de consolidação democrática e, no limite, do regime que hoje temos. Os sábios podem vociferar contra o crescimento constante da nossa despesa pública; mas enfrentar este problema será sempre enfrentar a própria natureza deste regime – e, claro, propor um outro, menos dependente do Estado. Haverá quem esteja disposto a fazê-lo?»

[João Pereira Coutinho, Correio da Manhã, 18JUL2010]

19.7.10

Este romance é um ponto alto...


«... do percurso de Hélia Correia e da ficção portuguesa contemporânea. Um ambiente onde a beleza, a morbidez e a doença formam uma sinistra equação percorre esta longa narrativa com uma força espantosa e sem quebras. Construindo-se a partir de um relato biográfico, Adoecer atinge um outro nível muito mais interessante: aquele onde os factos biográficos são emanações de uma camada mais profunda da vida e que pertence ao plano do ilimitado e desafia o representável. (...)
Não se trata de "ficcionar", no sentido de criar uma personagem completamente autónoma em relação ao seu modelo real, mas de penetrar em territórios que nenhuma documentação pode atestar.»

[António Guerreiro, Actual, 17JUL2010]

14.7.10

Com um travo a policiais...


«... invariavelmente enredados em climas de mistério (tanto quanto misteriosas são as suas personagens), os seus romances registam uma forte carga autoral com "predicados" a que sempre regressa, como, por exemplo, o registo e constantes remissões para o mundo da Sétima Arte, o traço e olhar femininos com que as suas protagonistas (por regra de perfil pré-rafaelita) lêem o mundo (muitas vezes do homem), a sempre reiterada presença do mar, dos livros, de florestas, etc. Neste caso, a páginas tantas, a autora parece ela mesma se revelar no seu estar à escrita, por intermédio de um personagem-escritor que se diz com propensão para livros não muito longos. No caso deste Inverness (belíssimo título), é o tema do duplo, da dupla identidade que despoleta a narrativa.»

[Recensão a Inverness de Pedro Teixeira Neves, Ticketline, 4JUL]

12.7.10

80º aniversário de Harold Bloom






De Harold Bloom 
a Relógio D'Água publicou



Em Onde Está a Sabedoria?, Bloom parte da Bíblia percorrendo a história até ao século XX à procura de maneiras como a literatura pode influenciar as nossas vidas. A partir de comparações entre o Livro de Job e Eclesiastes, Platão e Homero, Cervantes e Shakespeare, Montaigne e Bacon, Johnson e Goethe, Emerson e Nietzsche, Freud e Proust, e finalmente, o Evangelho de Tomé e Santo Agostinho, Bloom apresenta-nos as várias (e por vezes contraditórias) formas de sabedoria que moldaram o nosso modo de pensar.



9.7.10

Novidade • Edna O'Brien • Raparigas da Província



Tradução de Margarida Periquito
PVP €15


Início dos anos sessenta numa vila rural da Irlanda. Caithleen Brady e a sua atraente amiga Baba, duas raparigas a tornarem-se mulheres, querem abrir asas para o mundo, descobrir o amor e o luxo e o álcool; querem, acima de tudo, divertir-se.

Com uma inocência travessa, astutas ainda que inexperientes, as duas raparigas deixam a escola do convento e chegam às luzes brilhantes de Dublin, onde Caithleen descobre que amantes meigos e ideais raramente existem no mundo real.
 
 
«Acordei num instante e sentei-me na cama bruscamente. Só quando estou ansiosa é que acordo com facilidade; durante um minuto não percebi por que motivo o meu coração batia mais depressa do que o habitual. Depois lembrei-me. O motivo do costume. Ele não viera para casa.»


Imagem de Bruce Weber

Edna O'Brien cartografou, ao longo de mais de vinte livros, a paisagem emocional e psíquica da Irlanda onde nasceu. Muitas vezes criticada no seu próprio país pela frontalidade da sua escrita, O'Brien conseguiu criar um público universal.
O San Francisco Chronicle descreveu-a como «digna herdeira dos grandes nomes da literatura irlandesa», e Le Figaro fez notar que «a linguagem ofegante de O'Brien é comparável à de Faulkner».
Entre os prémios com que foi distinguida contam-se o Irish PEN Lifetime Achievement Award, Writer's Guild of Great Britain, Premier Cavour, American National Arts Gold Medal e Ulysses Medal 2006.
O'Brien escreveu também uma biografia de James Joyce, publicada em 1999.

Novidade • Emily Dickinson • Cem Poemas



Tradução, Posfácio e Organização de
Ana Luísa Amaral
PVP €20



Golpe Mortal, golpe Vital para Os
Que até morrerem não se tornaram vivos -
Que, vivos fossem, morreriam mas
Quando morreram, começou a Vida



Uma Carta: alegria Terrena -
E negada aos Deuses -



Curta Loucura na Primavera
É plena, mesmo para o Rei,
Mas seja Deus com o Aldeão -
Que considera esta tremenda cena -
Esta Experiência em Verde plena -
Como se fosse a sua!

Zadie Smith escreve sobre Kafka na NYRB




«The diaries are the same, only more so: few people, even in that solipsistic form, can have written “I” as frequently as he. People and events appear rarely; the beginning of the First World War is a matter to be weighed equally with the fact that he went swimming that day. The Kafka who wrote the fictions was a man of many stories; the private Kafka sang the song of himself.»

[Ler na íntegra aqui]

8.7.10

«Inverness» em recensão na revista «Os Meus Livros»


«Voltemos ao início: Kate é actriz, nasceu em Inverness - um sítio onde às vezes o mar gela -, quase não dorme, vagueia durante a noite pela cidade londrina; ele é Clive, escritor, nasceu em Londres e estudou em Oxford, espera por Kate à saída do teatro, com um ramo de rosas na mão. Kate vai tomar o lugar de Jenny, a esposa de Clive que terá desaparecido.
À medida que a narrativa avança, o enigma policial é quase esquecido e procura-se antes descobrir onde está a realidade.
Inverness é um livro complexo, com vários desfechos possíveis. O leitor sabe que vai encontrar um ambiente marcadamente autoral, onde o que interessa é a "inquietante estranheza das histórias".»

[Recensão de Eduarda Sousa, Os Meus Livros, JUL2010]

6.7.10

«Os Meus Livros» recomenda dois clássicos da RDA para levar de férias


«... é um dos romances fundadores[do tema da Maldade] no seio da Literatura ocidental, através da figura de Raskólnikov, que cometeu um crime e se debate com as consequências desse acto - incluindo o julgamento perpetrado pela sua própria consciência. (...) Para o protagonista desta obra, a confissão do crime seria uma libertação, mas também uma sentença de morte.»







 
«... uma outra obra significativa, escrita por um homem que muito sofreu por não se integrar no seu tempo (...). Escrito em segredo entre 1929 e 1940 por Mikhail Bulgákov, o romance contrapõe uma Moscovo da época, à data da vida de Cristo, articulando de forma extremamente inteligente as decisões do passado com a sua inevitabilidade, explicada pelo quadro de fantasia onde se movem os protagonistas da história. (...)
No centro da trama, o Diabo e o seu séquito semeiam a confusão, tirando todo o partido das fragilidades de quem vê nos bens materiais e no estatuto as mais importantes garantias para uma vida feliz e recompensadora.»

[Revista Os Meus Livros, JUL2010]

Imagens raras de Tolstói perto do final da vida





Amores, de Henry Green, recomendado por Os Meus Livros


«Passado num solar, durante a II Guerra Mundial, Amores é uma história sobre a vida de uma aristocracia em declínio e as relações entre os seus numerosos criados. Se W. H. Auden considerou Green (pseudónimo literário de Henry Vincent Yorke; 1905-1973) como "um dos melhores escritores ingleses", Anthony Burgess destacou como os seus livros "permanecem tão sólidos e brilhantes como jóias". E John Updike chegou a citá-lo como uma das suas influências.»

[Revista Os Meus Livros, JUL2010]

Slavoj Žižek em entrevista ao El País


"Hay una poesía que actúa como fundamento de las patrias y sin la cual no podríamos entender el odio", apunta el pensador esloveno Slavoj Zizek (Liubliana, 1949). Por eso, propone: "Necesitamos controlar a la poesía, tras cada limpieza étnica hay un poeta". El lunes ofreció una conferencia en Barcelona en la que reflexionó, como en su último libro (Sobre la violencia, Paidós), sobre el mal, las perspectivas del capitalismo, el hundimiento de los proyectos colectivos tras la desaparición del mundo soviético. Aunque se reconoce como izquierdista, sostiene que habla "sin nostalgia" porque el "socialismo de Estado tenía que morir. En realidad, cuando se certificó su defunción llevaba años muerto, sin saberlo". Y lo explica con una imagen sacada de las películas de Tom y Jerry: "El gato corre, se acaba la tierra y sigue corriendo en el aire. Hasta que mira abajo y ve que lo hace en el vacío. Y se cae precisamente por mirar".

[Ler na íntegra aqui]

Ana Teresa Pereira em entrevista ao Ípsilon


«Eu acredito que há um inconsciente do livro. A partir de certa altura começo a senti-lo. Uma frase que surge inesperadamente. Um gesto que ganha um novo sentido. Existe algo lá no fundo que por vezes vem até à superfície.
E então todas as frases se tornam misteriosas. Todas as palavras se tornam estranhas. De certa forma, é uma língua desconhecida.
E apaixono-me profundamente pelo livro.
[...]
Se um escritor está em total sintonia com o livro, esse é quase um estado de consciência alterada. E o que é mais estranho é que o escritor pode forçar a realidade. Pode invocar as suas personagens (e foi num teatro de Londres que uma das minhas personagens se veio sentar ao meu lado). Pode entrar numa livraria numa cidade desconhecida e encontrar o livro ou a gravura de que precisava. Entrar numa loja de ícones, atravessar uma ponte, ver um gato num barco e sentir que aquilo faz parte do livro.

Sou capaz de usar uma pessoa. O escritor de Intimações de Morte é inspirado num escritor real, e lembro-me de que usei frases dele e fragmentos das suas cartas.

E sou capaz de tudo para defender o livro que estou a escrever do mundo exterior.»


[Entrevista conduzida por Rui Catalão, Ípsilon, 2JUL2010]