5.4.25

Sobre Austerlitz, de W. G. Sebald

 Austerlitz, publicado em Fevereiro de 2001, foi o último romance escrito por W. G. Sebald, sendo considerado a sua obra principal.

O protagonista é um refugiado judeu e historiador da arquitectura cujos pais morreram no Holocausto, tendo sido adoptado ainda criança por um casal inglês e só descobrindo a sua identidade judaica na idade adulta.

Como escreve António Sousa Ribeiro no prefácio, o livro “toma como título o nome da personagem principal, cuja voz, que domina toda a narrativa, vai progressivamente reconstruindo a sua própria história, em fragmentos concêntricos que se vão adensando ao longo da narrativa”.


Austerlitz, de W. G. Sebald (tradução do alemão e prefácio de António Sousa Ribeiro), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/austerlitz/

Sobre Duzentos Poemas, de Emily Dickinson

 «A poesia de Dickinson é marcada por uma peculiar gramaticalidade: inserção forçada de plurais, posições sintácticas invertidas, ou, muitas vezes, desrespeito pelos géneros, pelas pessoas ou pelas concordâncias verbais. É ainda necessário destacar da linguagem de Dickinson não só os desvios sintáctico-formais, mas ainda os desvios semânticos internos, aqueles que sustentam, pela ruptura, a arquitectura dos seus textos poéticos e que resultam numa linguagem críptica, compacta, plena de elipses, traduzida em textos que desafiam a tradição da poesia enquanto comunicação e oferecem à linguagem literária um lugar de destaque e autonomia mais próximo da estética que informa a poesia moderna. Excessiva, em relação ao seu tempo; excessiva, mesmo em relação ao nosso, pela opacidade de leitura e apreensão e pelas temáticas envolvidas. “Uma linguagem altamente desviante que arrisca tudo”, como defende David Porter, pois, “na extrema elipse e transposição, desbasta a armadura mesma do sentido”.» [Do Posfácio de Ana Luísa Amaral]


Duzentos Poemas (trad. Ana Luísa Amaral) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/emily-dickinson/

4.4.25

Sobre Boulder, de Eva Baltasar

 «A narradora desta poderosa novela é uma mulher em estado de absoluto desprendimento. “Se a vida tem de ser uma história, só pode ser uma má história”, explica-nos, a trabalhar na cozinha de um cargueiro, algures no Pacífico, em busca do “zero original”, da anulação do eu, depois de ter mandado “tudo às malvas”. […] Após a espantosa revelação de Irene Solà […], eis que surge mais uma escritora catalã, vinda da poesia, a esmagar-nos com um texto de uma brevidade compacta, em que as metáforas incisivas surgem naturalmente, à laia de sínteses devastadoras que convocam elementos do mundo exterior para iluminar catástrofes íntimas […].» [José Mário Silva, E, Expresso, 4/4/2025: https://expresso.pt/revista/culturas/livros/2025-04-03-livros-depois-do-vazio-o-amor-e-de-novo-o-vazio.-uma-novela-poderosa-de-eva-baltasar-276ca1a7]


Boulder, de Eva Baltasar (tradução do catalão de Ângelo Ferreira de Sousa), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/boulder/

Sobre Hamlet, de William Shakespeare

 «Shakespeare escreveu as suas peças como dramaturgo residente de uma companhia de teatro em que foi actor, e de que era um dos proprietários. A sua dramaturgia foi criada para a cena, no mundo londrino isabelino de acesa competição entre teatros. Os enredos das peças raramente são originais, resultando, em vez disso, de textos anteriores, dramáticos ou não, que adopta de modo singular ou compósito. Porque dispomos da generalidade dos textos que serviram de fonte de cada uma delas, a análise das suas peças poderá incidir sobre a alteração sofrida pelo texto de que derivam, estando a originalidade do dramaturgo no modo de passagem de um a outro texto. No uso desses textos de que se serve como fonte ou modelo, os motivos ou razões das personagens, claros no texto de origem, são esbatidos ou silenciados, seja no interesse de capturar o público, desconcertando-o quanto ao que possa animar as personagens, desse modo tornadas imprevisíveis; seja por o autor presumir o enredo conhecido pela assistência, não sendo, por isso, necessário encadeá-lo com justeza; seja pelo relativo desinteresse que parece ter na mecânica dramatúrgica das suas peças.» [António M. Feijó]


Hamlet (trad. António M. Feijó) e outras obras de William Shakespeare estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/william-shakespeare/

3.4.25

Sobre Prestidigitação, de Maria Stepánova

 «Prestidigitação, de Maria Stepánova (n. 1972, Moscovo), história encantatória de uma escritora exilada, que é convidada para um festival literário, mas que e deixa perder pelo caminho, assumindo uma nova identidade, longe da vida que vivera até então, longe dos conflitos, tudo por força do encontro que teve com um circo ambulante.» [José Guardado Moreira, Ensino Magazine, Março 2025]


Prestidigitação (trad. António Pescada) e Memória da Memória (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/maria-stepanova/

Sobre Lolita, de Vladimir Nabokov

 «Quase quarenta anos depois, este romance tão artificial criou uma nova palavra internacional (“lolita”), inventou uma América — a dos motéis e autoestradas — de que se nutre ainda boa parte da narrativa americana contemporânea, é uma das obras com o inglês mais rico e preciso da literatura deste século e, ao contrário das acusações iniciais de pornografia que teve de sofrer, é talvez — e no que me diz respeito — o romance mais melancólico, elegante e lírico de quantos li.» [Javier Marías in Literatura e Fantasma]


«A única história de amor convincente do nosso século.»

[Vanity Fair]


«Nabokov escreve prosa do único modo que esta deve ser escrita, ou seja, extasiadamente.» [John Updike]


Lolita (trad. Margarida Vale de Gato) e outras obras de Vladimir Nabokov estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/vladimir-nabokov/

2.4.25

Sobre Walden, de Henry David Thoreau

 Crítico do crescimento da industrialização americana, Henry David Thoreau abandonou Concord, no Massachusetts, em 1845, para se isolar nos bosques junto ao lago Walden.

Walden, livro em que o autor narra essa sua estada no local, transmite um maravilhamento pela natureza de um lugar, assim como um anseio pelo transcendentalismo, pela verdade espiritual e pela independência do homem.


Walden, de Henry David Thoreau (tradução de Alda Rodrigues), com prefácio de Ralph Waldo Emerson (tradução de Maria das Neves Gomes), está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/henry-david-thoreau/