31.3.20

Sobre O mais Cruel dos Meses, de Louise Penny




Quando o inspetor-chefe da Sûreté du Québec Armand Gamache é chamado à aldeia de Three Pines, depara com um cenário de crime invulgar. Uma sessão espírita realizada numa casa velha e abandonada acabou por se revelar uma experiência terrível e inesperada. O resultado é o corpo de um aldeão, imóvel, assustado pela morte, como se a sua alma lhe tivesse sido retirada.
Gamache rapidamente se apercebe de que na idílica aldeia de Three Pines nem tudo é como deveria. Há segredos tóxicos enterrados, e algo de fétido e putrefacto conseguiu escapar do solo.
O próprio Gamache tem algo a ocultar… um segredo que oculta da sua equipa para poder protegê-la…

«Desde Agatha Christie que esperamos por uma aldeia perfeita, tocada pela morte. Three Pines é essa aldeia.» [Globe and Mail]

«Um deleite para todos nós que apreciamos ficção policial.» [Reginald Hill]

«Gamache é um herói complexo e cativante, destinado a tornar-se um clássico.» [Kirkus Reviews]


O mais Cruel dos Meses (trad. de Inês Dias) e outras obras de Louise Penny estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/louise-penny/

Os Autores Respondem (Joaquim Manuel Magalhães)



Joaquim Manuel Magalhães: «As leituras não são diferentes das habituais»

A Relógio D’Água perguntou a alguns dos autores que publica que leituras estão a fazer e se são diferentes das habituais, que consequências poderá ter a actual pandemia nas relações individuais e na criação ensaística e literária, e ainda as suas consequências na ecologia e na política internacionais.
Publicamos em seguida essas respostas.

«— Ando a ler os cursos de Michel Foucault no Collège de France, os últimos que faltava editar. Ando a reler os quatro volumes da Pléiade de Marguerite Duras. A seguir vou ler Michelet, «Histoire de la révolution française»; e reler o volume de prosas do poeta Eugénio de Andrade (Modo de Ler). Estas leituras não são diferentes das habituais, eram as que estavam destinadas em fevereiro para ser lidas agora. A seguir já começo a planear novas leituras.

— Já começam a dar sinais, alguns autores menores, de tentativas de escrever sobre o assunto. Devem juntar-se-lhes muitos mais. Mas não acredito que sejam coisas significativas. Constatações e alegorias, para o público se entreter.

— Políticas não imagino que vá ter nenhumas essenciais, exceto nas palavras e palavras do costume (para os novos fascistas vai ser um pasto sem fim). Financeiras e económicas deve ter muitas e isto irá infetar o discurso político, mas não creio que o altere no seu cerne. Ecológicas, devem surgir algumas, alertando sobretudo para as condições biológicas das relações de partilha territorial de homens e de animais. Científicas haverá imensas, mas nem imagino quais, embora as deseje todas.»

Para Comigo, de Joaquim Manuel Magalhães, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/para-comigo/


Várias obras de Michel Foucault e de Marguerite Duras estão disponíveis em https://relogiodagua.pt

Sobre O Anjo Camponês, de Rui Nunes




«Uma visão desapiedada do lugar do ser humano. O início de O Anjo Camponês poderá lembrar-nos as sequências finais de um livro anterior de Rui Nunes, A Crisálida (2016). […]
O mundo de Rui Nunes é rude e inclemente. Como se a sua escrita recuasse a uma conjuntura em que o fingimento fosse impossível ou desnecessário, em que a verdade voltasse a ser uma categoria em apreço na grelha do discurso literário. Na impossibilidade de todas as forma absolutas de coesão — na expressão literária (prosa/verso), no género (ficção/poesia/memorialismo/reflexão) —, este livro é o que, em estudos clássicos, se chama um epílio, uma pequena epopeia. Porque é sempre de um poema épico, em partes deslaçadas, que se pode falar. É do ser humano que nos fala a escrita deste autor.» [Hugo Pinto Santos, ípsilon, Público, 20/3/2020]


O Anjo Camponês, A Crisálida e outras obras de Rui Nunes estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/rui-nunes/

Folhetim em estado de emergência




Quarenta ou mais escritores juntaram-se na página Bode Inspiratório para criar um folhetim, acompanhados por quatro dezenas de artistas plásticos, que diariamente exibirão uma obra inédita.
O projecto começa com Mário de Carvalho e termina em Luísa Costa Gomes. Entre os autores participantes, encontram-se Jaime Rocha, Cristina Carvalho ou Norberto Morais.

Já podem ler-se os capítulos de Mário de Carvalho, Inês Pedrosa, Ana Cristina Silva, Ana Luísa Amaral, Ana Bárbara Pedrosa, Cláudia Lucas Chéu, Gabriela Ruivo Trindade, Carlos Campaniço e Afonso Cruz.

Teolinda Gersão sugere leitura de Gertrude Stein e de Lydia Davis




A revista digital Novos Livros pediu sugestões de leituras a vários escritores portugueses. Teolinda Gersão recomendou como «livros para tempo de isolamento» A Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, e Contos Completos, de Lydia Davis. [Sugestões completas em https://tinyurl.com/rtx6aqs ]





Estas e outras obras de Gertrude Stein e de Lydia Davis estão disponíveis em www.relogiodagua.pt

30.3.20

Sobre Corpos Celestes, de Jokha Alharthi




«Jokha Alharti: uma janela para o outro
Em “Corpos Celestes”, assistimos à transformação da sociedade omanense através da vida de três irmãs e da sua família, numa obra que nos fará compreender uma cultura muito diferente da nossa.» [Miguel Troncão, Observador, 29/3/2020]

Corpos Celestes narra a vida de três irmãs na aldeia de al-Awafi, em Omã.
Mayya, que casa com Abdallah após um desgosto amoroso; Asma, casada por obrigação; e Khawla, que rejeita todas as propostas enquanto espera pelo seu amado, que emigrou para o Canadá.
Estas três mulheres e as suas famílias testemunham o desenvolvimento de Omã, de uma sociedade tradicional e esclavagista, passando pela era pós-colonial, até aos dias de hoje, marcados por um presente complexo.
Elegantemente estruturado e sempre tenso, Corpos Celestes é um romance que vê o seu potencial desenrolar-se na narrativa do desenvolvimento de Omã através dos amores e perdas de uma família.

Corpos Celestes (tradução de Inês Dias) está disponível nas livrarias e em https://relogiodagua.pt/produto/corpos-celestes/

Os Autores Respondem: Cristina Carvalho




A Relógio D’Água perguntou a alguns dos autores que publica que leituras estão a fazer e se são diferentes das habituais, que consequências poderá ter a actual pandemia nas relações individuais e na criação ensaística e literária, e ainda as suas consequências na ecologia e na política internacionais.
Publicamos em seguida essas respostas.

«— No meu caso, estou a ler o que preciso — e é muito! — para continuar a escrever o que estou a escrever. Durante o dia, tenho um livro em cima de secretária com 510 páginas (das grandes, formato álbum) e que pesa 8 quilos, escrito em inglês. Também tenho marcadores de várias cores e muitos papelinhos autocolantes. À noite, leio livros de tamanho normal em espanhol e francês, tudo sobre a mesma pessoa. Não leio mais nada, de momento, além destes livros.

— É natural que esta calamidade suscite novos temas ensaísticos e literários. Nada mais previsível. Poderão surgir romances e romances e ficção variada sobre a pandemia virótica? Acho que sim. Quer dizer, não me passa pela cabeça escrever ficção sobre este assunto, mas enfim, penso que tudo é possível e legítimo. Alteração das relações individuais? Eu ser diferente, ter adquirido uma nova visão do mundo, uma nova maneira de actuar, de conviver, conhecer novos sentimentos, desenvolver diferentes atitudes e empatias? Só posso falar por mim: acho que não.

— Gostava de conseguir imaginar novas atitudes, sim. Individualmente, sim. Outro respeito, outro conhecimento, mais educação em todas as vertentes possíveis. Nesta questão das novas atitudes planetárias que partem sempre da actuação individual, todas as intenções até agora já foram traduzidas por palavras e por presenças mais ou menos simpáticas, atractivas, convincentes, e temos, por exemplo e ultimamente, a presença bem viva e actuante da menina Thunberg. Mas… há consequências visíveis? O quê, assim concretamente, sem ser conhecer de olhos fechados as cores dos contentores do lixo? Ainda ontem vi uma fotografia de um canto de uma rua de Lisboa, num passeio, num cantinho do passeio, um monte de máscaras e luvas descartáveis…»

Ingmar Bergman: O Caminho contra o Vento e outras obras de Cristina Carvalho estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/cristina-carvalho/

Sobre O Anjo Camponês, de Rui Nunes




«Uma visão desapiedada do lugar do ser humano. O início de O Anjo Camponês poderá lembrar-nos as sequências finais de um livro anterior de Rui Nunes, A Crisálida (2016).» [Hugo Pinto Santos, ípsilon, Público, 20/3/2020]

«O anjo é sem enquanto, não o teve, não o tem, nem o terá. Sabe desde sempre o que chamavam ao filho de Hilde, chamavam-lhe tortulho, chamavam-lhe maricas, não tinha nome, e continua sem ele, morto, restituir-lhe-ão aquele que o baptismo lhe deu:
na cripta de Rosenheim, a omissão ficará reduzida a um traço entre duas datas.
Envelheceu, o anjo.
Taxidermizado.
Ou: envelheceram-no os meus olhos?

Irrompe a chiadeira dos pardais. Uma, duas, três, quatro, cinco badaladas. E o corpo desenha-se, de imperceptível em imperceptível, até à revelação: este é o meu corpo: uma merda de corpo, a água entornada no tampo de mármore da mesa-de-cabeceira, o vidro sujo que apaga o fulgor
da anunciação:
o vazio está escrito em maiúsculas, tão grandes, que não se sabe que nome, que letra, que bocado. Só traços. Um aqui, outro ali.
A intenção obscura de que voz?»


O Anjo Camponês, A Crisálida e outras obras de Rui Nunes estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/rui-nunes/

Sobre Cândido ou O Otimismo, de Voltaire




Cândido ou o Otimismo é um conto filosófico de Voltaire, publicado pela primeira vez em Genebra em janeiro de 1759. A par de Zadig e Micromégas, é um dos escritos mais famosos de Voltaire, tendo sido reeditado vinte vezes em vida do autor.
O livro é pretensamente traduzido de uma obra alemã do Dr. Ralph, pseudónimo utilizado por Voltaire para evitar a censura.
No essencial, trata-se de uma crítica às teses do filósofo alemão Leibniz, convencido da excelência da criação divina, através dos princípios da «razão suficiente» e da «harmonia preestabelecida». Voltaire faz essa crítica através das aventuras de Cândido, um jovem alemão possuidor de um espírito simples e reto, nascido como filho ilegítimo no seio da nobreza e adotado pelo barão de Thunder-ten-tronckh. É no castelo deste que vai ser educado por Pangloss, partidário, como Leibniz, de que «tudo está o melhor possível».
Depressa se torna evidente para os leitores o sarcasmo com que Voltaire trata não apenas as teses de Leibniz mas também o conservadorismo social e a nobreza arrogante.


Cândido ou O Otimismo (trad. de Júlia Ferreira e José Cláudio) e Tratado sobre a Tolerância (trad. Augusto Joaquim) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/voltaire/

28.3.20

Sobre Folhas de Erva, de Walt Whitman




«CANTO AQUELE QUE EXISTE EM SI MESMO

Canto aquele que existe em si mesmo, uma pessoa simples e independente,
Pronuncio, todavia, a palavra Democrático, a palavra En-Masse.

Canto o próprio organismo da cabeça aos pés,
Nem só a fisiognomonia nem apenas o cérebro são dignos da Musa, afirmo que a Forma completa é muito mais digna,
Eu canto tanto a Mulher como o Homem.

A Vida imensa em paixão, vitalidade e força,
Com alegria, para que mais livre seja o impulso formado sob as leis divinas,
Eu canto o Homem Moderno.»

[trad. Maria de Lourdes Guimarães]

Folhas de Erva está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/folhas-de-erva/

Sobre Bucareste-Budapeste: Budapeste-Bucareste, de Gonçalo M. Tavares




«As três ficções reunidas em Bucareste-Budapeste: Budapeste-Bucareste surgem sob o signo do simulacro. Desde o título, aliás, se poderia dizer como um clássico, há meio milénio: “nada do que vês é assi” (na grafia original). Porque aquilo que poderia sugerir-nos o modelo de um livro de viagens é outra coisa. Por exemplo, na novela que intitula o volume, embora a jornada tenha um papel importante, nunca será essa a questão. Realmente, há duas deslocações no espaço, que traçam o percurso apontado pelo título; contudo, não serão elas a determinar a produção de sentidos desta novela. Na novela epónima, o furto de uma estátua de Lenine determina uma viagem para dar novo pouso à obra subtraída; numa narrativa que corre em paralelo, há um homem que pretende transportar o corpo da mãe para lá de uma fronteira, o que volta a implicar que a personagem se desloque no espaço. Mas em nenhum dos casos a acção de viajar importará em si mesma, como o título, realmente, sugere, de forma quase hipnótica, até pela repetição.» [Hugo Pinto Santos, ípsilon, Público, 20/3/2020]


Esta e outras obras de Gonçalo M. Tavares estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/

27.3.20

Sobre Diários, de Virginia Woolf




«O que nos diz o Diário da pessoa de Virginia Woolf que nos permita conhecê-la melhor? O aspecto mais impressionante, creio ser a evidência de uma mulher extremamente contraditória. Desde logo, as alterações radicais dos estados de espírito, a dramática inconstância dos terrores e euforias vivenciais, de um dia “tão divinamente feliz” e de outro exausta e deprimida. Igualmente a dicotomia entre a necessidade de “estar na vertigem das coisas” (o prazer que diz incomparável de jantares e festas, das visitas, das bisbilhotices) e o isolamento com os livros, a escrita, o jardim, a lareira, Leonard. Deseja a animação, os estímulos que põem a mente à prova, os mexericos fervilhantes, e logo se farta da afluência das visitas, despreza os convivas enfadonhos e banais, acusa o desgaste das frioleiras, a perda de tempo com ninharias, anseia beber uma boa “dose de silêncio”.» [Do Prefácio]


Diários (selecção, tradução,  prefácio e notas de Jorge Vaz de Carvalho) e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/

Os Autores Respondem (Maria Filomena Mónica)


Maria Filomena Mónica: Ninguém sabe as consequências que isto vai ter


A Relógio D’Água perguntou a alguns dos autores que publica que leituras estão a fazer e se são diferentes das habituais, que consequências poderá ter a actual pandemia nas relações individuais e na criação ensaística e literária, e ainda as suas consequências na ecologia e na política internacionais.
Publicamos em seguida essas respostas.

«— Que leituras está a fazer? São diferentes das habituais?
Tendo acabado de publicar, nesta editora, o livro “O Olhar do Outro”, ando a ler coisas ao acaso. Livros que, em tempos, comprei em Boston sobre a I Grande Guerra, esperando que mencionassem a nossa participação nesse conflito: não mencionam. Acabei ontem de ler um pequeno livro, que recomendo, de Jill Lepore, This America: The Case for the Nation.

— Pensa que a actual epidemia vai alterar as relações individuais e suscitar novos temas ensaísticos e literários?
— Sim, vai alterar tudo. Aparecerão disparates, provavelmente a maioria, e ensaios interessantes. Destaco, como positivo, o artigo do israelita David Grossman no jornal Haaretz, de 21.3.2020, intitulado “The Plague Is a Formative Event. When It Fades, New Possibilities Will Emerge : When the coronavirus pandemic ends, some won't wish to return to their former lives”.

— Que consequências ecológicas e políticas poderá ter a pandemia?
Ninguém sabe, nem eu.» [Maria Filomena Mónica]

«O Olhar do Outro — Estrangeiros em Portugal: do Século XVIII ao Século XX» e outras obras de Maria Filomena Mónica estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maria-filomena-monica/

Sobre A Família dos Mumins, de Tove Jansson




A primavera chegou ao Vale dos Mumins, assim como uma cartola mágica que o Mumintroll e os seus amigos Farisco e Sniff descobrem, e que pode transformar qualquer coisa ou alguém em seja o que for.

«Um tesouro perdido, agora redescoberto… Uma obra-prima.» [Neil Gaiman]

«Jansson era um génio de um modo subtil. Estas histórias simples estão repletas de emoções únicas profundas e complexas, como jamais se viram em literatura para crianças ou adultos.» [Philip Pullman]

«Tove Jansson é, sem dúvida, uma das maiores escritoras de livros para crianças.» [Sir Terry Pratchett]

A Família dos Mumins e outras obras de Tove Jansson estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/tove-jansson/

Richard Zimler sugere leitura de Minha Ántonia, de Willa Cather



A revista digital Novos Livros pediu sugestões de leituras a vários escritores. Richard Zimler recomendou como um dos «livros para tempo de isolamento» Minha Ántonia, de Willa Cather. [Sugestões completas em https://tinyurl.com/rtx6aqs ]



Minha Ántonia é o mais importante romance de Willa Cather.
O narrador é Jim Burden, que nos fala de Ántonia, uma jovem mulher originária da Boémia, com quem tem uma relação entre o fraterno e o amoroso.
Mas o livro não é apenas o retrato de uma mulher. É também um fresco que evoca com cores nítidas os imigrantes que lutam contra um solo difícil, que têm de lidar com cavalos e lobos que vivem em liberdade na incomparável planície do Nebrasca.
O mundo de que nos fala é intenso, belo e muitas vezes trágico.
Willa Cather é uma pioneira da literatura dos grandes espaços, retomada mais tarde por escritores como Jim Harrison e Cormac McCarthy.

«Nenhuma narrativa romântica escrita na América, por um homem ou uma mulher, alcança metade da beleza de Minha Ántonia.» [H. L. Mencken]


Esta e outras obras de Willa Cather estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/willa-cather/

Sobre Doce Pássaro da Juventude e Outras Peças, de Tennessee Williams




Solidão, tensão sexual e a necessidade de afeto marcam estas quatro peças de Tennessee Williams, em que as suas personagens combatem os demónios interiores e o mundo contemporâneo.
Em Doce Pássaro da Juventude, o desnorteado Chance Wayne regressa à sua cidade com uma atriz de cinema envelhecida, em busca da rapariga por quem se apaixonara na juventude.
Em A Noite da Iguana, um grupo de pessoas, entre elas um perturbado ex-reverendo, são obrigadas a conviver num hotel mexicano isolado durante uma noite repleta de acontecimentos.
Em O Zoo de Vidro, uma mulher amargurada pretende a todo o custo casar a filha, Laura, que sofre de um defeito físico e se refugia na sua coleção de animais de vidro.
Vieux Carré é uma peça sobre a educação do artista, uma educação solitária e muitas vezes desesperante, entre a entrega ou a recusa, mas sobretudo sobre aprender a ver, ouvir, sentir e descobrir que «os escritores são espiões sem vergonha», que pagam caro pelo seu conhecimento e são incapazes de esquecer.

«A novidade revolucionária de O Zoo de Vidro está na sua ascensão poética, mas foi a sua complexa estrutura dramática que permitiu que a peça se tornasse um cântico poético.» [Arthur Miller]

«Em A Noite da Iguana Williams escreve no auge da sua forma.» [The New York Times]


Doce Pássaro da Juventude e Outras Peças e Um Eléctrico Chamado Desejo e Outras Peças estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/tennessee-williams/

26.3.20

Os Autores Respondem (Alexandre Andrade)



Alexandre Andrade: «O tema da epidemia […] tem sido profusamente glosado na história da literatura»

A Relógio D’Água perguntou a alguns dos autores que publica que leituras estão a fazer e se são diferentes das habituais, que consequências poderá ter a actual pandemia nas relações individuais e na criação ensaística e literária, e ainda as suas consequências na ecologia e na política internacionais.
Publicamos em seguida essas respostas.

«Não são diferentes das habituais. Estou a ler uma colectânea de três livros de contos de Maria Judite de Carvalho (“Flores ao Telefone/Os Idólatras/Tempo de Mercês”, Minotauro, 2018) e “Impunidade” (Virginia López, Esfera dos Livros, 2013), um livro sobre os escândalos mais mediáticos da democracia portuguesa. Este último é sobretudo com o fim de recolher material para um livro que estou a projectar.
Não vejo como possa alterar as relações individuais, para lá de algum retraimento físico nas interacções sociais de proximidade. O impulso para socializar e procurar o outro é demasiado poderoso para ser significativamente perturbado ou condicionado por um evento como este. Haverá ajustes, metamorfoses, inibições pontuais, mas nada de profundo. Quanto a novos temas literários: a pandemia servirá decerto de inspiração para enredos, mais ou menos sensaborões, tal como qualquer evento global de grande magnitude. O tema da epidemia e de como a sociedade reage a ela tem sido profusamente glosado na história da literatura (Boccaccio, Defoe, Manzoni, Camus, etc. …); na esteira da presente epidemia, essa tendência crescerá um pouco, para depois regressar à normalidade.
Penso que esta é a altura de aguçar o espírito crítico, estar atento, preservar a saúde de cada um e dos próximos. Tentar traçar cenários futuros é uma tendência natural, mas aventurar-se por especulações mais sistemáticas sobre consequências a longo prazo é um exercício fútil, a não ser (e mesmo assim…) que se disponha de abundância de dados, muito tempo e formação científica em áreas relevantes.» [Alexandre Andrade]

Todos Nós Temos Medo do Vermelho, Amarelo e Azul e outras obras de Alexandre Andrade estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/alexandre-andrade/

Byung-Chul Han aborda a questão da pandemia do coronavírus





O filósofo germano-coreano Byung-Chul Han, de quem a Relógio D’Água tem editado a obra em Portugal, publicou um interessante artigo no «El País». Segundo ele, vários países asiáticos estão a lidar melhor com a crise pandémica do que os ocidentais. Mesmo abstraindo do caso da China, cujo regime ditatorial facilita as medidas de excepção, há outros, como a Coreia do Sul, Singapura ou o Japão, que, apoiados no espírito menos individualista dos seus povos e na sua disciplina, recorrem aos dados disponíveis e ao uso maciço de máscaras para obter resultados favoráveis. As medidas tardias e o fecho de fronteiras nos Estados Unidos da América e na Europa não têm obtido os mesmos resultados.



«Louvor da Terra» e outras obras de Byung-Chul Han estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/byung-chul-han/

Sobre Confiança e Medo na Cidade, de Zygmunt Bauman




Como se manifesta a experiência quotidiana nas zonas de habitação da nossa cidade? Existe ainda um modo de pensar, um padrão de comportamento, um momento nas relações capaz de constituir um terreno comum sobre o qual possamos fundar uma confiança recíproca? Ou serão a fragmentação e a precariedade processos tão profundos que aumentam a distância social e a indiferença? Os outros serão apenas uma ameaça ou, pelo contrário, sujeitos com os quais temos o dever de conviver e cooperar? O que prevalece, o medo ou a confiança?
Zygmunt Bauman, sociólogo polaco radicado em Inglaterra, é considerado um dos mais atentos observadores das contradições do mundo moderno e pós-moderno. Bauman não procura as leis absolutas do comportamento humano, tão-pouco as enreda numa crítica moral, antes se concentra nos laços que permitem a vivência em comum e que tendem a desaparecer.


Confiança e Medo na Cidade (tradução de Miguel Serras Pereira) e outras obras de Zygmunt Bauman estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/zygmunt-bauman/

Sobre Da Democracia na América, de Alexis de Tocqueville




Tocqueville surge-nos hoje como um dos primeiros teóricos da modernidade. Quer se trate da filosofia, da política ou da sociologia, a sua principal obra, Da Democracia na América, surge-nos como referência obrigatória.
Editada em Paris pela primeira vez em 1835, Da Democracia na América tornou célebre o jovem autor, considerado de imediato um herdeiro de Montesquieu devido à capacidade de observação, elegância de estilo e serenidade de pensamento. Foi isso que levou Dilthey a considerar, alguns anos depois, Tocqueville como «o maior pensador político desde Aristóteles e Maquiavel».
São dois os temas fundamentais abordados em Da Democracia na América. A parte inicial trata das instituições norte-americanas como expressão dos costumes e do estilo de vida e aborda os princípios em que se baseia um Estado democrático. Descreve o funcionamento dos três poderes da União, a estrutura e fundamentos do poder judicial, os corpos legislativos e a organização do poder executivo federal. Examina o sistema bipartidário, a importância das associações, o poder da maioria e as suas consequências. Esta primeira parte termina com uma série de capítulos destinados a avaliar a influência dos costumes e da religião na organização do sistema democrático.
Na segunda parte do livro, elabora-se uma teoria do Estado democrático que é o grande contributo de Tocqueville para a filosofia política. O aspecto decisivo está, segundo Tocqueville, na igualdade de condições que impera na sociedade norte-americana: «como ninguém difere dos seus semelhantes, ninguém poderá exercer um poder tirânico, pois, neste caso, os homens serão perfeitamente livres, porque serão de todo iguais; e serão perfeitamente iguais, porque serão de todo livres».
A igualdade e a causa da liberdade estão indissociavelmente ligadas.
Quase dois séculos depois da sua primeira edição, Da Democracia na América continua a demonstrar a sua indiscutível actualidade na ciência política.


Da Democracia na América (tradução de Miguel Serras Pereira) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/da-democracia-na-america/

Sobre Um Bom Homem É Difícil de Encontrar e Outras Histórias, de Flannery O'Connor




Este clássico moderno mostra-nos Flannery O’Connor como uma das mais originais e talentosas escritoras do Sul dos EUA. A sua visão apocalíptica da vida evidencia-se em situações grotescas e por vezes divertidas em que a personagem principal defronta um problema de redenção: a avó que enfrenta um assassino; um rapaz de quatro anos procura o Reino de Cristo nos rápidos dum rio; o general Sash está prestes a conhecer o seu derradeiro inimigo.

«Selvajaria, compaixão, farsa, arte e verdade fazem parte destas histórias. (…) É-me difícil imaginar um escritor mais divertido ou assustador.» [Robert Lowell]

«Nestas histórias, o Sul rural é, pela primeira vez, retratado por uma escritora cuja ortodoxia está em proporção com o seu talento. Os resultados são revolucionários.» [The New York Times Book Review]


Um Bom Homem É Difícil de Encontrar (tradução de Paulo Faria) e outras obras de Flannery O’Connor estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/produto/um-bom-homem-e-dificil-de-encontrar/

25.3.20

Os Autores Respondem: João Miguel Fernandes Jorge



João Miguel Fernandes Jorge: «Depois da leitura diária da natureza»

A Relógio D’Água perguntou a alguns dos autores que publica que leituras estão a fazer e se são diferentes das habituais, que consequências poderá ter a actual pandemia nas relações individuais e na criação ensaística e literária, e ainda as suas consequências na ecologia e na política internacionais.
Publicamos em seguida essas respostas.

«Sempre entendi que o que estamos a ler permanece como mais leitura se o mantivermos sob um manto de silêncio e discrição. Parte do que nestes últimos tempos tenho lido, devo-o a uma recomendação de um poeta, Frederico Pedreira, que muito prezo, com títulos já publicados na Relógio — e onde espero voltar a ver, após as sucessivas quarentenas, um seu livro novo. É a extensa obra ensaísta de um americano, que me recusava a ler, porque o supunha por demais continuador de Greenberg. São esses seus livros que ocupam parte das minhas tardes, depois da leitura diária da natureza. E esta é: podas e limpezas de caminhos no pequeno bosque e, por vezes, uma boa fogueira [com autorização, claro] para queimar os sobrantes. É um bom exercício, e depois o fogo, os cheiros intensos — ainda ontem, de uma sebe de alecrins que foi aparada.
Na mesa-de-cabeceira, e em muitas noites a leitura vai pela madrugada, tenho viajado pelas Cenas Contemporâneas e pelas Cenas da Foz, de Camilo, na recolha que Hugo Pinto Santos fez da ficção curta camiliana, para a E-Primatur. Mas ontem o volume de Camilo foi substituído por Os Incuráveis, de Agustina. Eles, os incuráveis, sabem que “a maior solidão é a dos que recuperam a solidão”.
Durante uns tempos escrever-se-ão umas prosas e uns versos possidónios, em que toda a sinceridade e todo o saber ficam prisioneiros da suficiência de tentar brilhar. E dirão que, a não ser o amor, não haverá outra existência do espírito. Depois, talvez muito depois, ao longe, se comecem a fazer escavações e se comece a ouvir a voz do pegureiro a chamar as cabras para o redil. No final do Crátilo, Sócrates diz, com uma toada heraclitiana, que afirmar como certo o que quer que seja é decidir contra si mesmo, pois “tudo flui e se desfaz, como vasos de argila”.» [João Miguel Fernandes Jorge]

Antologia Dos Poemas e outras obras de João Miguel Fernandes Jorge estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/joao-miguel-fernandes-jorge/

A Noite Inteira e Presa Comum, de Frederico Pedreira, estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/frederico-pedreira/


Os Incuráveis e outras obras de Agustina Bessa-Luís estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

Margaret Atwood sugere a leitura de Georges Simenon




Através do Twitter, Margaret Atwood afirmou que os policiais do Inspector Maigret, de Georges Simenon, são “estranhamente reconfortantes”: «tantos bistrots encantadores da Paris de meados do século XX. Os cadáveres são secundários, é a comida que importa.» [18/3/2020]

Maigret e o Seu Morto (tradução de Lima de Freitas) e outras obras de Georges Simenon estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/georges-simenon/

24.3.20

Os Autores Respondem (José Gil)




A Relógio D’Água perguntou a alguns dos autores que publica que leituras estão a fazer e se são diferentes das habituais, que consequências poderá ter a actual pandemia nas relações individuais e na criação ensaística e literária, e ainda as suas consequências na ecologia e na política internacionais.
Publicamos em seguida essas respostas.

José Gil: «As relações individuais vão, e estão a mudar»

«Releio agora mais livros e artigos de que gosto particularmente. Neste momento estou a ler um belíssimo ensaio de Shigehisa Kuriyama, “The Expressiveness of the Body, and the Divergence of Greek and Chinese Medicine”, o poema épico de Patrick Quillier, “Voix éclatées (de 14 à 18)”, e “Um Quarto Só Para Si” de Virginia Woolf.
As relações individuais vão, e estão a mudar: relações do indivíduo com a colectividade, com o Estado e com a política. O que possivelmente ganhará uma grande importância será o modo como temas que pareciam ser da ordem privada, íntima, pessoal (como a amizade, o medo, a solidão, o amor, a morte) entrarão no espaço social, condicionando as escolhas económicas e políticas. Uma outra mentalidade colectiva desenhar-se-á, exigências que outrora se julgavam irrealistas e utópicas, parecerão evidentes e realizáveis. Por exemplo, a pandemia poderá provocar uma outra relação com a morte e, para já, impor a sua presença quotidiana (ela que tem sido cada vez mais apagada da vida social normal), o que pode mudar imensa coisa. Pode também provocar uma experiência de imprevisibilidade e de ruptura (no tempo individual e na história), fazendo desmoronar a crença em que vivemos na imortalidade dos grandes sistemas e instituições. E fazer nascer, e sobrepor-se a todas as outras, a imperiosa pulsão de sobrevivência. Claro, estas transformações encontrarão fortes oposições, e outros tipos de lutas desencadear-se-ão no plano político. Esta pandemia é a primeira catástrofe global que atinge todos os povos em “tempo real”. A segunda, será a das alterações climáticas, que colocará problemas muito semelhantes, com exigências talvez ainda mais fortes. O que decidirmos quanto ao destino da humanidade e da sua relação com a natureza ditará o futuro-presente que quisermos dar à técnica, à inteligência artificial, à tecnologia da informação, à economia capitalista e aos sistemas políticos.» [José Gil]

Caos e Ritmo e outras obras de José Gil estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-gil/

Um Quarto só para Si e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/

Sobre O Atelier de Noite, de Ana Teresa Pereira




No programa Todas as Palavras da última sexta-feira, Inês Fonseca Santos sugere a leitura de O Atelier de Noite, de Ana Teresa Pereira, que «inclui duas narrativas comunicantes sobre duas mulheres que desaparecem. Uma delas, Agatha Christie, o que permite de imediato instalar o leitor numa atmosfera que o remete para diferentes universos. Mas, por ser criado e recriado por Ana Teresa Pereira, é sempre único e repleto de pormenores, de coisas mínimas».

O programa está disponível em https://www.rtp.pt/play/p6691/e462748/todas-as-palavras
O Atelier de Noite e outras obras de Ana Teresa Pereira estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ana-teresa-pereira/

Sobre A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Jules Verne




Phileas Fogg, um gentleman inglês, aposta com os membros do seu clube, o Reform Club, que será capaz de dar a volta à Terra em 80 dias.
Decidido a vencer a aposta, parte imediatamente com o seu criado Jean, um desenvolto parisiense conhecido por Passepartout. Da imprensa britânica só o Daily Telegraph acredita nas suas possibilidades. Tem de estar de regresso a Londres no dia 21 de dezembro de 1872, sábado, às oito horas e quarenta e cinco da noite. 
Suspeito de ser o audacioso ladrão do Banco de Inglaterra, Phileas Fogg vai ser perseguido ao longo da viagem pelo detetive Fix, que não consegue prendê-lo, pois o respetivo mandado de detenção chega sempre demasiado tarde…
Os diferentes países que atravessa, as suas variadas aventuras, os estratagemas usados para vencer os inúmeros obstáculos, o modo como Phileas Fogg luta contra o tempo sem perder a fleuma britânica, as singulares personalidades de Passepartout e do detetive Fix fazem deste romance um dos melhores de Jules Verne e um dos mais populares desde o seu surgimento em 1873.

A Volta ao Mundo em 80 Dias (trad. Pedro Ventura) e outras obras de Jules Verne estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jules-verne/

O consolo da leitura




O The New York Times falou com Celeste Ng e vários escritores sobre as leituras que fazem nos tempos difíceis. O artigo está disponível em https://www.nytimes.com/2020/03/18/books/comfort-books-celeste-ng-ann-patchett-and-others-coronavirus.html

O último livro de Celeste Ng, Pequenos Fogos em Todo o Lado, foi publicado em 2018 pela Relógio D’Água e é agora uma série televisiva (Hulu), com adaptação de Reese Witherspoon e Kerry Washington, que acumulam as funções de actrizes e de produtoras executivas.

Em Shaker Heights, um pacato subúrbio de Cleveland, está tudo previsto — desde o traçado das ruas sinuosas até à cor das casas, passando pelas vidas bem-sucedidas que os seus residentes levam. E ninguém encarna melhor esse espírito do que Elena Richardson, cujo princípio orientador é obedecer às regras do jogo.
A esta idílica redoma chega Mia Warren — uma artista enigmática e mãe solteira — com a filha adolescente, Pearl. Mia arrenda uma casa aos Richardsons. Rapidamente Mia e Pearl se tornam mais do que inquilinas: os quatro filhos dos Richardsons sentem-se cativados pelas duas figuras femininas. Mas Mia traz consigo um passado misterioso e um desprezo pelo statu quo que ameaçam perturbar esta comunidade cuidadosamente ordenada.

“Um livro maravilhoso. Divertido, inteligente e sensível.” [Paula Hawkins]

“Celeste Ng é sempre arguta, desafiante, generosa e original.” [Meg Wolitzer]

O livro , com tradução de Inês Dias, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/pequenos-fogos-em-todo-o-lado/

23.3.20

50 Livros Que Toda a Gente Deve Ler em «tempos de contenção», segundo o Expresso (6)





Em «tempos de contenção», o Expresso recuperou a lista dos 50 Livros Que Toda a Gente Deve Ler. A Relógio D’Água tem no seu catálogo mais de metade desses títulos, entre os quais: Os Miseráveis, de Victor Hugo, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, Em busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, e As Ondas, de Virginia Woolf, sugeridos por Luísa Mellid-Franco [«50 livros para ler em casa», Expresso, 16/3/2020. Lista completa em https://expresso.pt/cultura/2020-03-12-50-livros-para-ler-em-casa-das--nao--ficcoes-as-obras-primas-passando-pelas-distopias-do-nosso-tempo ].


Os Miseráveis e outros “livros que toda a gente deve ler” estão disponíveis em https://relogiodagua.pt