31.1.21

Luís Caetano fala com Carlos Vasconcelos sobre Noites Brancas e Humilhados e Ofendidos, de Fiódor Dostoievski

 




No programa Última Edição de 6 de Janeiro, Luís Caetano falou com Carlos Vasconcelos sobre Noites Brancas e Humilhados e Ofendidos, duas das obras de Fiódor Dostoievski que a Relógio D’Água editou em 2020. 

Estas e outras obras de Fiódor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/


30.1.21

Sobre Viagens, de Virginia Woolf

 



Em companhia dos irmãos, de amigos, e mais tarde com o marido Leonard, Virginia Woolf viajou da adolescência até quase ao fim da vida.

Conheceu Espanha, que veio a considerar um país magnífico, apesar do invariável céu azul. Passou por Lisboa e Porto. Visitou por diversas vezes a Grécia. Perdeu-se pelas ruelas de Constantinopla e sentiu-se fascinada pelas suas principais mesquitas. Em Itália, deu particular atenção a Veneza, Florença e Siena. Na Alemanha, o centro da sua atenção foi Bayreuth. Em meados dos anos 30, visitou a França e deslocou-se à Holanda.

Mas viajar nunca foi para ela uma descrição de lugares, referenciados com anotações brilhantes. Como escreveu Jorge Vaz de Carvalho, na Introdução: «Nunca abusa no gosto pelo detalhe pitoresco ou prelecção erudita. Percebemos como a escritora evita obsessivamente os estilos de guia turístico ou de reportagem, bem como o pretexto dos monumentos e das paisagens para a revelação confessional ou reflexões de natureza histórica ou política. Trata-se, nas suas próprias palavras, de mostrar “todos os traços da passagem de uma mente pelo mundo”.»


Esta e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/


Sobre Vagens de Tom Sawyer, de Mark Twain

 



«Imaginam que Tom se satisfez com todas estas aventuras? Refiro-me às aventuras que tivemos no rio e o tempo que levámos a libertar o negro Jim, além do tiro que Tom apanhou na perna. Mas não, não se satisfez. O único resultado de tudo isso foi despertar-lhe o apetite de novas façanhas. Bem veem, quando nós três viemos rio acima em triunfo — digamos assim — de volta daquela grande viagem, quando a aldeia nos recebeu com discursos e um cortejo de archotes acesos, quando os vivas e os gritos de toda a gente fizeram de nós heróis, Tom Sawyer realizou assim um dos seus sonhos.»


Esta e outras obras de Mark Twain estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/mark-twain/


29.1.21

Sobre Breve História de Sete Assassinatos, de Marlon James

 



Jamaica, 3 de dezembro de 1976. Sete assassinos de metralhadoras em riste entram de rompante na casa de Bob Marley na véspera de um concerto. Apesar de ferido no peito e num braço, o cantor de reggae sobrevive. Os homens nunca foram descobertos. Mais de oitenta mil pessoas assistem ao concerto que Marley dá dois dias depois.

Breve História de Sete Assassinatos é um livro que revela um poder narrativo ímpar para explorar este evento quase mítico.

Com uma ação que atravessa três décadas e vários continentes, narra as vidas de várias personagens inesquecíveis — miúdos da favela, engates de uma noite, barões da droga, namoradas, assassinos, políticos, jornalistas, e mesmo agentes da CIA.

Breve História de Sete Assassinatos foi já considerado um dos melhores e mais extraordinários romances do século XXI e venceu o Man Booker Prize em 2015.


«Um mergulho intenso num mundo demente, violento e corrupto, feito de forma sublime com recurso à voz de múltiplos narradores… o romance mais original que li em vários anos.» [Irvine Welsh]


Breve História de Sete Assassinatos e Leopardo Negro, Lobo Vermelho estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marlon-james/

Sobre «A Minha Luta: 6 — O Fim», de Karl Ove Knausgård

 


 

«Essa “plena luz”, em “O Fim”, ilumina o projeto como um todo. Enquanto os volumes anteriores cobriam períodos concretos (a morte do pai; a infância; as relações amorosas; etc.), aqui é como se o ciclo “A Minha Luta” se olhasse ao espelho. O livro começa no momento em que o escritor, com a mulher, Linda, e os três filhos, vive num pequeno apartamento em Malmö, nos dias que antecederam o lançamento do volume inicial. Primeiro com reação furiosa de um tio, que o acusa de “violação verbal” da história da família, depois com o desgosto de Linda ao ler o retrato pouco lisonjeiro que dela faz no segundo volume, Knausgärd apercebe-se do potencial destrutivo da sua abordagem, consciência que comprometeu, admite, a radicalidade do seu empreendimento nos volumes seguintes (terceiro, quarto e quinto). De certa maneira, “O Fim”, no seu excesso assumido (que passa por um ensaio autónomo de mais de 400 páginas sobre a ascensão de Hitler), regressa à intenção inicial, mas assumindo os seus limites, a incapacidade de esgotar a realidade, mesmo quando espremida até à última gota. Não é, convenhamos, um feito menor.»

[José Mário Silva,«E», 2021/01/29]

«A Minha Luta: 6 — O Fim» e outras obras de Karl Ove Knausgård estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/karl-ove-knausgard/ 


Sobre Poemas Escolhidos, de Yorgos Seferis

 



«XXIII 


Um pouco mais

e veremos florescer as amendoeiras

os mármores brilharem ao sol

o mar a ondear


um pouco mais,

para nos levantarmos um pouco mais alto.»



Yorgos Seferis — pseudónimo de Yorgos Stylianos Seferiadis — nasceu em Esmirna, em fevereiro de 1900.

Aos 14 anos partiu para Atenas e depois para Paris, onde frequentou as faculdades de Letras e Direito.

Em 1922 a casa da sua infância foi saqueada pelos turcos, sendo os gregos da Anatólia forçados a abandonar a região que tinham habitado durante dois mil anos.

Em 1925 regressou à capital grega, onde se tornou diplomata. Em 1942 a ocupação alemã levou-o ao exílio. Terminada a guerra, desempenhou cargos diplomáticos em diversos países, nomeadamente em Inglaterra, onde viveu de 1957 a 1962. No ano seguinte foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura.

Yorgos Seferis morreu em Atenas, a 20 de setembro de 1971, deixando uma obra que renovou a moderna poesia grega.


Poemas Escolhidos e Yorgos Seferis está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/poemas-escolhidosy-seferis/

Filme sobre Tove Jansson exibido no Festival de Cinema de Gotemburgo

 





Tove, de Zaida Bergroth, é hoje exibido numa sessão do Festival de Cinema de Gotemburgo, que decorre online. O filme retrata a vida de Tove Jansson, as suas relações pessoais e criação das personagens dos Mumins.

O trailer pode ser visto aqui: https://goteborgfilmfestival.se/film/tove/


Os livros de Tove Jansson editados pela Relógio D’Água estão disponíveis aqui: https://relogiodagua.pt/?s=mumins&post_type=product


Sobre Nados Líquidos, de Zygmunt Bauman e Thomas Leoncini

 



Este livro contém as páginas em que Zygmunt Bauman estava a trabalhar quando faleceu.

Em diálogo com Thomas Leoncini, o autor de Amor Líquido dirige-se pela primeira vez à geração surgida nos anos 80, ou seja, aos que já nasceram numa sociedade líquida em permanente mudança.

Bauman, um dos maiores sociólogos e filósofos da contemporaneidade, aborda neste pequeno livro questões como a transformação do corpo, as tatuagens, a cirurgia estética, os hipsters, fenómenos de agressividade como o bullying e as transformações amorosas.


Esta e outras obras de Zygmunt Bauman estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/zygmunt-bauman/

Sobre História da Filosofia Ocidental, de Bertrand Russell

 



«Um livro importante… um trabalho do mais alto grau pedagógico, acima dos conflitos entre partidos ou opiniões.» [Albert Einstein]


«Continua a ser de forma incontestável a introdução perfeita ao seu assunto… é o tipo de filosofia que a maioria das pessoas quer ler, mas que apenas Russell poderia ter escrito.» [Ray Monk, University of Southampton, UK]


«Uma prosa bela e luminosa, não apenas nítida do ponto de vista clássico, mas escrupulosamente honesta.» [Isaiah Berlin]


«É uma visão atenta e abrangente das principais figuras do pensamento ocidental, a que se juntam referências de personalidades e peculiaridades dos pensadores que dão ainda mais vida ao livro.» [The Week]


«O livro de um grande filósofo. Um olhar lúcido e magistral à história do seu próprio objecto de estudo, maravilhosamente legível e esclarecedor.» [The Observer]


História da Filosofia Ocidental e A Conquista da Felicidade estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/bertrand-russell/

28.1.21

Sobre A Amiga Genial, de Elena Ferrante

 



A Amiga Genial é a história de um encontro entre duas crianças de um bairro popular nos arredores de Nápoles e da sua amizade adolescente. 

Elena conhece a sua amiga na primeira classe. Provêm ambas de famílias remediadas. O pai de Elena trabalha como porteiro na câmara municipal, o de Lila Cerullo é sapateiro. 

Lila é bravia, sagaz, corajosa nas palavras e nas acções. Tem resposta pronta para tudo e age com uma determinação que a pacata e estudiosa Elena inveja.

Quando a desajeitada Lila se transforma numa adolescente que fascina os rapazes do bairro, Elena continua a procurar nela a sua inspiração. 

O percurso de ambas separa-se quando, ao contrário de Lila, Elena continua os estudos liceais e Lila tem de lutar por si e pela sua família no bairro onde vive. Mas a sua amizade prossegue. 

A Amiga Genial tem o andamento de uma grande narrativa popular, densa, veloz e desconcertante, ligeira e profunda, mostrando os conflitos familiares e amorosos numa sucessão de episódios que os leitores desejariam que nunca acabasse. 


«Elena Ferrante é uma das grandes escritoras contemporâneas.» 

[The New York Times]


A Amiga Genial (trad. Margarida Periquito) e outras obras de Elena Ferrante estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/elena-ferrante/


Sobre As Telefones, de Djaimilia Pereira de Almeida

 



«Segundo Djaimilia Pereira de Almeida, a ideia para esta história nasceu da perceção de que “a conversa telefónica é, desde há muito, o género literário da diáspora, entendido num sentido lato, enquanto género literário da relação que mantemos com quem está distante de nós”.

A diáspora é um tema caro à autora, que já o tinha explorado em “Luanda, Lisboa, Paraíso”, neste caso através da história de um pai e um filho que viajam para Lisboa, por causa de uma cirurgia, carregados de sonhos, que rapidamente se desvanecem no embate com a realidade que os espera num país onde não são recebidos como portugueses e são atirados para a miséria.

Mas “As Telefones” tem um segundo plano, que a escritora explica da seguinte forma: “pareceu-me que a conversa telefónica nos transfigura aos poucos; e que, como acontece a Filomena e Solange, pode levar a que não nos consigamos relacionar de outro modo”.» [Sapo Mag/Lusa, 2/6/2020. Texto completo em https://mag.sapo.pt/showbiz/artigos/o-telefonema-como-genero-literario-da-diaspora-no-novo-de-djaimilia-pereira-de-almeida ]


Esta e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/


Sobre O Silêncio, de Don DeLillo

 



«História profética que concretiza medos contemporâneos, este livro explora o cenário de como seria viver sem tecnologia. "O Silêncio", de Don DeLillo, está à venda

Uma forma de exorcizar os medos é ensaiá-los, fazer role playing com rede de segurança, ultrapassar linhas vermelhas num ambiente climatizado. Essa também poderia ser uma definição de literatura, e Don DeLillo sempre usou a predisposição profética dos livros para dissecar pistas do futuro coletivo. O Silêncio foi escrito mesmo antes da pandemia da Covid-19, mas é habitado pela mesma sensação de fim de ciclo, de tropeço civilizacional para o qual ninguém estava preparado. O ponto de partida é simples: explorar um cenário de hecatombe digital. O apagão das redes sociais, o silêncio da televisão, a inacessibilidade da internet, os gadgets inanimados por muito que se pressione a tecla “on”.» [Sílvia Souto Cunha, Visão, 25/1/2021]


«O Silêncio» e outras obras de Don DeLillo estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/don-delillo/


Sobre Com Esta Chuva, de Annemarie Schwarzenbach

 



Os contos de Annemarie Schwarzenbach reunidos em Com Esta Chuva foram escritos por volta de 1934. Começam em Israel e seguem por paisagens orientais, cidades e escavações arqueológicas que Schwarzenbach havia estudado e visitado. 

As descrições são de um realismo por vezes rude, pois, como ela própria afirmou, «a época é demasiado dura para nos exprimirmos com ligeireza».

A narradora encontra europeus que saíram dos seus países por razões políticas ou desejo de aventura e que se sentem ainda mais isolados perante os acontecimentos que devastam o velho continente, onde o fascismo se consolida e o nazismo cresce.

Há também viajantes audazes que exploram realidades desconhecidas.

São narrativas ficcionadas com imagens exatas e diálogos ágeis, percorridas pelo espírito dessa viajante inconfundível que foi Annemarie Schwarzenbach.


Esta e outras obras de Annemarie Schwarzenbach estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/annemarie-schwarzenbach/

Sobre A Mulher de Trinta Anos, de Honoré de Balzac

 



A Mulher de Trinta Anos foi publicado em 1832 e, tal como outros romances de La Comédie humaine, evidencia a atualidade da obra de Balzac.

Quem afinal é essa mulher de trinta anos, nascida na primeira metade do século xix em França?

Submetida à obrigação do casamento, atravessa um momento decisivo da vida, pois é então que pode conhecer a liberdade, o que para o caso significa ter um amante, ligação que a sociedade pune.

Balzac denuncia a condição das mulheres casadas com homens de quem só descobrem os defeitos a meio das suas vidas. O autor constata o fracasso do casamento de amor e, com os filhos nascidos sem amor, a frustração da maternidade.

Mas esta história, onde a sexualidade desempenha um papel importante, não se confina às relações conjugais e amorosas, cruzando-se com episódios aventurosos e reivindicações políticas e sociais.

Contrariando uma visão que prevaleceu até há pouco, Balzac defende que a mulher tem o direito de amar e ser amada em qualquer idade, mesmo fora do casamento, e de ser reconhecida pela sociedade pelo que é e não apenas como esposa e mãe.


De Honoré de Balzac a Relógio D’Água tem publicados Pequenas Misérias da Vida Conjugal, A Rapariga dos Olhos de Ouro, Pierrette seguido de O Padre de Tours e Sarrasine, disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/honore-de-balzac/

27.1.21

Sobre Ulisses, de James Joyce

 



Ulisses é um romance de referências homéricas, que recria um dia de Dublin, a quinta-feira de 16 de Junho de 1904, o mesmo em que Joyce conheceu Nora Barnacle, a jovem que viria a ser sua mulher. 

Nesse único dia e na madrugada que se lhe seguiu, cruzam-se as vidas de pessoas que deambulam, conversam, tecem intrigas amorosas, viajam, sonham, bebem e filosofam, sendo a maior parte das situações construídas em torno de três personagens. A principal é Leopold Bloom, um modesto angariador de publicidade, homem traído pela mulher, Molly, e, de modo geral, o contrário do heróico Ulisses de Homero. 

Joyce começou a escrever esta obra em 1914, recorrendo às três armas que dizia restarem-lhe, «o silêncio, o desterro e a subtileza». 

Depois de várias dificuldades editoriais, Ulisses seria publicado pela Shakespeare & Company, em Paris, em 1922, no dia de aniversário de Joyce. 


«Mais do que a obra de um só homem, Ulisses parece de muitas gerações (…). A delicada música da sua prosa é incomparável.» [J. L. Borges, James Joyce, 1937]


«As grandes obras em prosa do século xx são, por esta ordem, o Ulisses de Joyce; A Metamorfose de Kafka; Petersburgo de Béli, e a primeira metade do conto de fadas Em Busca do Tempo Perdido de Proust.» [Vladimir Nabokov]


Ulisses (trad. Jorge Vaz de Carvalho) e outras obras estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/james-joyce/


Shoshana Zuboff sobre George Orwell

 



«Orwell procurou alertar as sociedades britânica e norte-americana para os perigos totalitaristas que ameaçavam a democracia mesmo depois da derrota dos nazis. Em cartas anteriores e posteriores à conclusão do romance [Mil Novecentos e Oitenta e Quatro], insistia em “crítica constante”, avisando que nenhuma “imunidade” ao totalitarismo é garantida: “Se não for combatido, o totalitarismo pode triunfar em qualquer lugar.”



Desde a publicação de Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, partimos do princípio, como Orwell, de que os perigos da vigilância em massa e do controlo social só podiam ter origem no Estado. Estávamos enganados. Este erro deixou-nos desprotegidos perante uma ameaça à liberdade e à democracia diferente, mas igualmente perniciosa.» [Shoshana Zuboff, «A ameaça da vigilância não é o o que Orwell imaginava», Time, 6/6/2019]


A Era do Capitalismo da Vigilância, de Shoshana Zuboff, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-era-do-capitalismo-da-vigilancia/


Mil Novecentos e Oitenta e Quatro e outras obras de George Orwell estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-orwell/


Sobre Bel-Ami, de Guy de Maupassant

 



Georges Duroy, de alcunha Bel-Ami, é um homem jovem e de belo físico. Um encontro ocasional mostra-lhe o caminho da ascensão social. Apesar da sua vulgaridade e ignorância, consegue integrar a alta sociedade apoiando-se nas amantes e no jornalismo.

Cinco mulheres vão sucessivamente iniciá-lo nos mistérios da profissão, nos segredos da vida mundana e assegurar-lhe o êxito ambicionado. Nesta sociedade parisiense, em plena expansão capitalista e colonial, a Imprensa, a política e a finança estão estreitamente ligadas. E as mulheres educam, aconselham e manobram na sombra.

Mas, por trás das combinações políticas e financeiras e do erotismo interesseiro, está a angústia que até um homem como Bel-Ami transporta consigo.

Bel-Ami é um dos romances mais vezes transposto para o cinema.

Em 2011 os realizadores Declan Donnellan e Nick Ormerod rodaram um novo filme, com os actores Robert Pattinson (no papel de Georges Duroy), Uma Thurman (Madeleine Forestier), Kristin Scott Thomas (Virginie) e Christina Ricci (Clotilde).


Bel-Ami (trad. Miguel Serras Pereira) e Mademoiselle Fifi e Contos da Galinhola (trad. e prefácio de José Saramago) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/guy-de-maupassant/

Sobre Passagem para a Índia, de E. M. Forster

 



Adela Quested chegou à cidade indiana de Chandrapore para casar. Acompanhada pela Sr.ª Moore, tornam-se amigas do Dr. Aziz, que se oferece para lhes mostrar as Grutas Marabar.

Mas à medida que exploram as grutas ocorre um acidente, e Aziz é acusado e detido. Enquanto o médico aguarda julgamento, a opinião dos britânicos e dos súbditos indianos divide-se entre a sua culpa e inocência, e as tensões surgidas ameaçam transformar-se em violência.


«Um dos romancistas ingleses mais estimados do seu tempo.» [The Times]


«De uma enorme mestria.» [Anita Desai]


Passagem para a Índia e Um Quarto com Vista estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/e-m-forster/

Sobre Todas as Crónicas, de Clarice Lispector

 



Todas as Crónicas reúne pela primeira vez num só volume toda a obra de Clarice Lispector como cronista, incluindo mais de uma centena de textos inéditos.


«Melhor do que Borges.»[Elizabeth Bishop]


«A maior escritora latino-americana de prosa.» [The New York Times]


«Um dos génios escondidos do século XX, na mesma liga de Flann O’Brien, Borges e Pessoa — original e brilhante, acutilante e perturbador.» [Colm Tóibín]


«Senti-me fisicamente abalada pelo seu génio.»[Katherine Boo, Financial Times]


«Clarice Lispector possuía uma inteligência dura como um diamante, um instinto visionário, e um sentido de humor que ia desde a admiração ingénua até à comédia mais perversa… Lispector tenta captar o que é pensar na nossa existência enquanto ainda estamos nela — no “maravilhoso escândalo” da vida, como a autora diz. Um trabalho espetacular, sem uma real continuidade dentro da literatura nem fora dela.» [Rachel Kushner, Bookforum]


Esta e outras obras de Clarice Lispector estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/clarice-lispector/

26.1.21

Sobre Não Te Esqueças de Viver, de Pierre Hadot

 



«Ao meu neto Adrien Pagano. Como prova de reconhecimento por tudo o que ele me trouxe.» Eis a dedicatória de Não Te Esqueças de Viver, pressentimento da morte e tributo da velhice à infância. No subtítulo Goethe e a Tradição dos Exercícios Espirituais acha-se a fonte de entendimento de toda a obra. Agora que o filósofo se está a despedir da vida, regressa ao poeta por quem sempre se interessou e reúne os despojos — artigos dispersos — da felicidade, a deusa das pessoas vivas, como Goethe lhe chama. É assim que Não Te Esqueças de Viver se torna ao mesmo tempo um testamento e uma preparação para a morte. 

À pergunta de Agostinho: «pode o homem ser feliz e mortal?», responde Clarice Lispector: «amar a vida mortal, isso é a felicidade». Na tensão criada por esta pergunta e por esta resposta inscrevem-se os exercícios espirituais encontrados por Pierre Hadot em Goethe, prolongados em Nietzsche e confirmados nos filósofos gregos e latinos, em particular, estóicos e epicuristas. [Maria Filomena Molder]


Não Te Esqueças de Viver, de Pierre Hadot (trad. Maria Etelvina Santos), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/nao-te-esquecas-de-viver/


Sobre Fausto, de Johann W. Goethe

 



«“Summa summarum de uma vida”, “composição bárbara”, “fragmento subjectivo”, “monstro poético”, “produção incomensurável”: estas são algumas das fórmulas usadas por Goethe para se referir ao Fausto, uma obra que se apresenta como um conglomerado formalmente díspar e conceptualmente contraditório. Apesar disso, e de a ocupação com o assunto de Fausto, desde os seis anos (quando conhece a história através do teatro de fantoches), se estender por mais de sete décadas, a obra resulta, na versão definitiva, no milagre de um todo que não é um todo, na “partitura de um mestre da orquestração” (Edição de Munique, vol. 6/1, p. 988), com uma enorme diversidade funcional de formas de verso e cadeias isotópicas de imagens e tropos, enfim, num fragmento genial. Quando começou a trabalhar na Segunda Parte, formal e ideologicamente mais homogénea e coerente (“um sábio e frio pandemónio” lhe chamou Antero de Quental), Goethe olhava assim, numa das Xénias Mansas de 1825, com ironia e comprazimento, para o “velho Fausto”: “Estais loucos? Que quereis com esse jeito / De o velho Fausto renegar? / É um mundo, o diabo do sujeito / Que tantos contrários pôde juntar.”» [Da Introdução de João Barrento]


Fausto, de Johann W. Goethe, com introdução, tradução e glossário de João Barrento, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/fausto-de-goethe/


Sobre Mansfield Park, de Jane Austen

 



Mansfield Park foi escrito em Chawton, no Hampshire, entre Fevereiro de 1811 e Junho de 1813. O livro seria publicado em 1814 em três volumes.

No essencial, é um romance de costumes saído da relação entre duas famílias da elite rural inglesa.


«Mansfield Park é um conto de fadas, mas afinal de contas todos os romances são, em certo sentido, contos de fadas. À primeira vista, a forma e o assunto de Jane Austen podem parecer antiquados, afectados, irreais. Mas isso é uma ilusão a que um mau leitor sucumbe. O bom leitor está consciente de que a demanda da vida real, das pessoas reais e por aí fora é um processo sem sentido quando falamos de livros. Num livro, a realidade de uma pessoa, ou de um objecto, ou de uma circunstância, depende exclusivamente do mundo desse livro específico. Um autor original inventa sempre um mundo original, e se uma personagem ou uma acção cabe no padrão desse mundo, então sentimos o agradável choque da verdade artística, por mais improváveis que a pessoa ou a coisa possam parecer se transferidas para aquilo que os críticos literários, pobres escrevinhadores, chamam “vida real”. Não existe essa coisa da vida real para um escritor de génio: deve ele próprio criá-la e depois criar as consequências.» [Vladimir Nabokov, Aulas de Literatura]


Mansfield Park (trad. José Miguel Silva) e outras obras de Jane Austen estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jane-austen/

Sobre A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Jules Verne

 



«Um clássico da literatura é um livro intemporal, que acompanha as várias gerações ao longo do tempo e que consegue resistir às inevitáveis consequências da passagem dos anos, dos costumes e dos gostos. Também é um livro que ganha atualidade a cada (re)leitura; ou “apenas” que nos remete para a infância, terreno por vezes tão nostálgico como imaginário ou idealizado. “D. Quixote”, de Cervantes, “Gulliver”, de Jonathan Swift, ou este “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, de Jules Verne, ou Júlio Verne como se usava antigamente.

A história é conhecida de todos, mesmo quando só a conhecem através de uma das inúmeras adaptações para cinema: Phileas Fogg, um gentleman inglês, aposta com os membros do seu clube, o Reform Club, que será capaz de dar a volta à Terra em 80 dias. Decidido a vencer a aposta, parte imediatamente com o seu criado Jean, um desenvolto parisiense conhecido por Passepartout. Da imprensa britânica só o Daily Telegraph acredita nas suas possibilidades. Fogg tem de estar de regresso a Londres no dia 21 de dezembro, sábado, às 20h45.» [Palavra de Viajante, 23/5/2020. Texto completo em https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/livro-a-volta-ao-mundo-em-80-dias-592095 ]


A Volta ao Mundo em 80 Dias (trad. Pedro Ventura) e outras obras de Jules Verne estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jules-verne/


Sobre Falsos Segredos, de Alice Munro




Alice Munro evoca o poder devastador de antigos amores que ressuscitam em vários destes contos, o que levou a que o The New York Times escolhesse Falsos Segredos como um dos melhores livros do ano em que foi publicado. 

As histórias vão de 1850 à atualidade, atravessando assim as duas guerras mundiais. Nelas há uma jovem que desaparece sem deixar rasto, um noivado por contrato, uma excêntrica solitária que, sem nada fazer por isso, consegue um pretendente milionário e uma mulher que quer ao mesmo tempo escapar ao marido e ao amante. 

Nestes contos, os segredos são atravessados por ecos de humor, compaixão e sabedoria que fizeram de Alice Munro a autora preferida de Jonathan Franzen, que considerou ser ela «quem melhor escreve na América do Norte hoje em dia». 


Esta e outras obras de Alice Munro estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/alice-munro/


Sobre A Viúva e o Papagaio, de Virginia Woolf

 



Este conto esconde outra grande história. A história de Quentin Bell e do seu irmão, os sobrinhos de Virginia Woolf, e do jornal que faziam todos os dias para a família, quando Quentin tinha doze ou treze anos. Um jornal que incluía ilustrações, reportagens, entrevistas e uma enorme quantidade de artigos, quase como um verdadeiro jornal. Anos mais tarde, Quentin descreveria as visitas da sua tia Virginia como «uma cálida brisa vinda de sudoeste, que nos enchia de uma espécie de espantosa energia». Naturalmente, como era escritora, as crianças pediram-lhe uma colaboração para o seu jornal. O resultado foi «A Viúva e o Papagaio», um conto infantil sobre o amor aos animais, que a sua tia fez especialmente para esta ocasião.


Esta e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/


25.1.21

Sobre Ética, de Espinosa

 



«Espinosa não é apenas um dos filósofos mais importantes do séc. XVII, é mesmo um dos mais importantes filósofos ocidentais, completamente incorporado em tantos dos maiores pensadores que a ele se seguiram. A Ética é a sua obra fundamental, um tomo organizado em proposições, demonstrações e escólios onde o filósofo identifica Deus com a Natureza no seu todo e nega, de certa maneira, a distinção entre mente e corpo que outros, como Descartes, haviam feito.» [Comunidade Cultura e Arte, 11/12/2020]


Ética está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/etica-2/


Gonçalo M. Tavares Apresenta «Mil Novecentos e Oitenta e Quatro» em Edição da Relógio D’Água

 


No suplemento E do Expresso de 22 de Janeiro, é publicado o prefácio que Gonçalo M. Tavares escreveu para a edição de Mil Novecentos e Oitenta e Quatro da Relógio D’Água:

«Orwell e o seu Mil Novecentos e Oitenta e Quatro entraram na casa do cidadão e no mundo dos Estados, e não saíram de lá. Nada é não-político, e foi esta pontaria no diagnóstico que tornou mítico este livro.»

[E, 2021/01/22]

Mil Novecentos e Oitenta e Quatro e outras obras de George Orwell estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/george-orwell/


Sobre «A Escola de Topeka», de Ben Lerner

 

«Uma parte de A Escola de Topeka tem a ver com a parentalidade, a conjugalidade, os subúrbios, os traumas de infância, o tédio, o “bullying”, o adultério, o “desejo de saber mais e o desejo de saber menos”, ou com a “masculinidade tóxica” que Jane investiga, para desagrado de muitos; mas o tema mais grave deste livro é de natureza ensaística e linguística. Em que medida o pessoal é político e o político pessoal? Como se distingue verdade e recordação? Qual o futuro do discurso em época de niilismo verbal? Lerner usa brilhantemente todas as estratégias narrativas ao seu dispor, com saltos temporais, delírios patológicos, poemas de John Ashbery, excertos de home movies, um quadro de Duccio, uma tese de John Rawls ou uma canção como “I Want to Know What Love Is”. E se a reportagem é mais convincente do que a autoficção, é também porque a América anda perigosa.»

[Pedro Mexia, E, 2021/01/22]

A Escola de Topeka, de Ben Lerner, está disponível em: https://relogiodagua.pt/produto/a-escola-de-topeka/ 


Relógio D’Água publica conto de Sally Rooney

 




A edição de Sr. Salário, de Sally Rooney, com tradução de José Lima, estava prevista para Fevereiro. Devido ao confinamento, a Relógio D’Água reviu o seu planeamento editorial, tendo adiado o lançamento de várias obras até à reabertura das livrarias.





De Sally Rooney, a Relógio D’Água já editou Pessoas Normais, disponível em https://relogiodagua.pt/produto/pessoas-normais/

Sobre Agnes Grey, de Anne Brontë

 



Agnes Grey é baseado na experiência própria da autora. O romance pretende responder, através da história de uma jovem mulher que se vê obrigada a trabalhar como precetora, à pergunta: qual o lugar da mulher na sociedade vitoriana?

O livro tornou-se um clássico, não apenas devido à força subtil e irónica da prosa de Anne Brontë, mas também às apaixonadas acusações de injustiça social que percorrem as suas páginas.


«“Agnes Grey” é a narrativa em prosa mais perfeita das letras inglesas… É simples e bela… A única história na literatura inglesa em que o estilo, personagens e tema estão em perfeita sintonia.» [George Moore]


Agnes Grey está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/agnes-grey/

De Anne Brontë a Relógio D’Água publicou também poesia, inclusa no volume Poemas Escolhidos das Irmãs Brontë, disponível em https://relogiodagua.pt/produto/poemas-escolhidos-das-irmas-bronte/


Sobre Andreas, de Hugo von Hofmannsthal

 



Passado no final do século XVIII, Andreas é a história de um jovem aristocrata que parte, sozinho e confiante, a caminho de Veneza.

A dada altura, contrata um criado que vai provocar acontecimentos que corrompem a primeira experiência amorosa de Andreas. Mas a perda da inocência de Andreas acaba por acontecer em Veneza, uma cidade de trevas e esplendor, por entre becos misteriosos e palácios sombrios, com mulheres — madonnas ou prostitutas — irreconhecíveis por detrás das máscaras.

Andreas foi escrito entre 1912 e 1913, tendo ficado inacabado à morte do autor, em 1929. Foi publicado no ano seguinte. A novela foi uma tentativa de Hofmannsthal para reconquistar a unidade perdida. A primeira referência ao projecto de a escrever surge no seu diário, com data de 1905, remetendo para a preocupação de «querer morrer reconciliado com a infância».

Hugo von Hofmannsthal nasceu em Viena, em 1874, num tempo que classificou como de «polissemia e indefinição». Começou a publicar poesia aos dezasseis anos. Escreveu libretos, manteve correspondência com Richard Strauss e conheceu Stefan Zweig e Arthur Schnitzler. Deixou uma vasta obra de poesia, teatro e ficção. Um dos seus ensaios, A Carta de Lord Chandos, constitui uma singular reflexão sobre a escrita.


Andreas (trad. Leopoldina Almeida) e A Carta de Lord Chandos (trad. Carlos Leite) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hugo-von-hofmannsthal/


24.1.21

Sobre Momentos Decisivos da Humanidade, de Stefan Zweig

 



Este livro reúne alguns momentos decisivos da humanidade. São aqueles em que, nas palavras do próprio Zweig, «o drama reveste formas inauditas, imensas». 

Recorrendo a documentos históricos e preenchendo as lacunas com a imaginação, Zweig fala-nos do «Minuto Mundial de Waterloo», a 18 de junho de 1815, da «Elegia de Marienbad», que recorda Goethe a 5 de setembro de 1823, da luta do capitão Scott pela chegada ao Polo Sul, da «Conquista de Bizâncio», da Ressurreição de Händel, da «Primeira Palavra Que Atravessou o Oceano» e do que se passou em torno da perseguição e morte de Cícero.


Esta e outras obras de Stefan Zweig estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/stefan-zweig/

23.1.21

Sobre A Promessa da Política, de Hannah Arendt

 



Em textos nunca antes publicados, Hannah Arendt aborda o problema da filosofia política, o problema da acção após a Revolução Francesa, e a promessa inerente à prática política. Ao analisar Karl Marx, a autora mostra como a filosofia política regressou aos seus primórdios na Antiguidade e como essa tradição negligenciou a liberdade humana. Arendt sugere uma nova forma de entender a actividade política — na qual o fenómeno totalitário nunca poderia ocorrer —, que é de grande importância no actual momento histórico.


Esta e outras obras de Hannah Arendt estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hannah-arendt/