29.11.19

Sobre O Homem Que Via Tudo, de Deborah Levy (trad. Alda Rodrigues)




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: O Homem Que Via Tudo, de Deborah Levy (trad. Alda Rodrigues)

Finalista do Booker Prize 2019

“Olá, Saul. Como vão as coisas?”
“Estou a tentar atravessar a rua”, respondi.
“Sim”, disse ela. “Há trinta anos que tentas atravessar a rua, mas aconteceram várias coisas entretanto.”

Em 1988, Saul Adler é atropelado em Abbey Road. Aparentemente fica bem. Levanta-se e vai ter com a namorada, Jennifer Moreau. Fazem sexo e terminam o relacionamento amoroso, mas não antes de ela o ter fotografado a atravessar a mesma rua onde fora atropelado.
Saul parte para estudar na Berlim Leste comunista, dois meses antes da queda do Muro, onde encontra o tradutor que lhe foi atribuído e a irmã deste, que jura ter visto um jaguar a deambular pela cidade. Saul apaixona-se; preocupa-se obsessivamente com o pai, um homem difícil e autoritário; e trava amizade com um hippie, que pode ou não ser um agente da Stasi, mas que o vai assombrar num futuro próximo. 
Movendo-se entre tempos diferentes e deixando um rasto em espiral, Levy analisa o que vemos e o que não conseguimos ver, as consequências do descuido, o peso da história e as nossas desastradas tentativas de o sacudir dos ombros. 

“Levy é uma escritora indelével.” [The New York Times]

“Os prazeres de sedução da prosa de Levy estão nas suas várias camadas de brilhantismo.” [The Washington Post]

“Um trabalho de arte e filosofia. A cada novo romance, Levy aproxima-se da perfeição.” [New York Journal of Books]

“Deborah Levy é uma das escritoras e intelectuais mais importantes da Grã-Bretanha.” [New York Times Book Review]


A Relógio D’Água editou já Coisas Que não Quero Saber e O Custo de Vida, os dois primeiros volumes da trilogia autobiográfica de Deborah Levy sobre a escrita, políticas de género e filosofia.

Sobre Nós e Outras Novelas, de Evguéni Zamiátin (trad. do russo de Nina Guerra e Filipe Guerra)




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Nós e Outras Novelas, de Evguéni Zamiátin (trad. do russo de Nina Guerra e Filipe Guerra)

Deste livro fazem parte a distopia Nós, duas «novelas inglesas» e o romance O Flagelo de Deus, que Zamiátin deixou inacabado.
Nós, a mais conhecida das suas obras, foi escrita em 1920 e publicada em inglês em Nova Iorque em 1925, depois em checo em 1927 e em francês em 1929, tendo influenciado 1984 de Orwell e Anthem de Ayn Rand. Inspira-se na tendência da sociedade inglesa, a economia industrial mais evoluída da época, para a regulamentação e um controlo da vida humana em que não há lugar para a individualidade. Revelou-se profético no que respeita à evolução do regime russo, que apostou na indústria pesada e nos planos quinquenais. Foi escrito na forma do diário de um construtor de uma espécie de nave espacial destinada a levar a «felicidade» aos habitantes de outros planetas. O narrador vê-se, por força das circunstâncias, perante o dilema: continuar a ser uma peça da máquina que é o Estado Único ou arriscar-se a ter sentimentos como amor e compaixão. O regime comunista proibiu a publicação da obra.
O Pescador de Homens é a designação dada pelo autor à personagem desta narrativa, escrita em 1918. A personagem central, marido exemplar e «um dos apóstolos voluntários da Sociedade da Luta contra o Vício», é um caso acabado de hipocrisia.

O Flagelo de Deus, a obra que Zamiátin não chegou a terminar, é uma narrativa histórica de evidente actualidade, decorrendo numa época de migrações e de sensação de catástrofe iminente.

Sobre Angel, de Elizabeth Taylor (trad. Helena Briga Nogueira)




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Angel, de Elizabeth Taylor (trad. Helena Briga Nogueira)

Com apenas quinze anos, Angel sabe que é diferente, que está destinada a tornar-se uma autora célebre e a possuir enormes riquezas. O seu primeiro romance, uma obra-prima, serve apenas para confirmar as suas suspeitas, pensa ela.
Após lerem o romance, os editores têm certeza de que A Lady Irania será um êxito, apesar do — e talvez devido ao — seu estilo exagerado. Mas têm curiosidade em saber quem poderia ter escrito um romance assim: “uma velhinha a imaginar histórias românticas por trás de cortinas de renda… Angelica Deverell é um nome bom de mais para ser verdadeiro… pode tratar-se de um velhinho. Seria uma variante divertida. Estamos à espera de conhecer Mary Anne Evans e entra-nos pela porta George Eliot a retorcer o bigode.”
Por isso, nada os preparou para a jovem pálida que se senta diante deles, sem um grão de ironia ou de humor no espírito.

“Divertido de uma forma subtil e devastadora.” [Hilary Mantel]


“Uma obra-prima. Angel é uma criação brilhante.” [Guardian]

Sobre A Visão das Plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: A Visão das Plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida

Foi ao ler Os Pescadores de Raul Brandão que Djaimilia Pereira de Almeida encontrou a frase que haveria de inspirar anos depois A Visão das Plantas.
Raul Brandão fala de personagens que conheceu quando era levado pela mão até ao colégio. Entre eles, estava o capitão Celestino:

“[T]endo começado a vida como pirata a acabou como um santo, cultivando com esmero um quintal de que ainda hoje me não lembro sem inveja. Falava pouco. […] A sua vida anterior fora misteriosa e feroz. De uma vez com sacos de cal despejados no porão sufocara uma revolta de pretos, que ia buscar à costa de África para vender no Brasil. Outras coisas piores se diziam do capitão Celestino... Mas o que eu sei com exactidão a seu respeito é que para alporques de cravos não havia outro no mundo.”

De Djaimilia Pereira de Almeida, a Relógio D’Água editou também Pintado com o Pé.

Sobre Breve História de Sete Assassinatos, de Marlon James




Jamaica, 3 de dezembro de 1976. Sete assassinos de metralhadoras em riste entram de rompante na casa de Bob Marley na véspera de um concerto. Apesar de ferido no peito e num braço, o cantor de reggae sobrevive. Os homens nunca foram descobertos. Mais de oitenta mil pessoas assistem ao concerto que Marley dá dois dias depois.
Breve História de Sete Assassinatos é um livro que revela um poder narrativo ímpar para explorar este evento quase mítico.
Com uma ação que atravessa três décadas e vários continentes, narra as vidas de várias personagens inesquecíveis — miúdos da favela, engates de uma noite, barões da droga, namoradas, assassinos, políticos, jornalistas, e mesmo agentes da CIA.
Breve História de Sete Assassinatos foi já considerado um dos melhores e mais extraordinários romances do século XXI e venceu o Man Booker Prize em 2015.

«Um mergulho intenso num mundo demente, violento e corrupto, feito de forma sublime com recurso à voz de múltiplos narradores… o romance mais original que li em vários anos.» [Irvine Welsh]

Breve História de Sete Assassinatos está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/breve-historia-de-sete-assassinatos/ . Em breve chegará às livrarias o mais recente livro de Marlon James, Leopardo Negro, Lobo Vermelho. Ambas as obras têm tradução de José Miguel Silva.

Paulo Faria em conferência na Universidade de Évora





No próxima dia 2 de Dezembro, às 14:00, Paulo Faria, tradutor literário e autor de «Estranha Guerra de Uso Comum», estará presente no Colégio do Espírito Santo (Sala 122) da Universidade de Évora, para a conferência «A Guerra foi o que tivemos em vez de uma infância feliz».
A sessão é aberta ao público em geral.




Mark Molesky na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa





No próximo dia 2 de Dezembro, segunda-feira, às 17:00, Mark Molesky, de quem a Relógio D’Água acaba de publicar «O Abismo de Fogo — O Grande Terramoto de Lisboa», participará numa conferência cujo tema é «Lisbon’s Eighteenth-Century Apocalypse», moderada por Nuno Crato.

Sobre Memórias, Sonhos, Reflexões, de C. G. Jung




«“As circunstâncias exteriores não podem substituir as interiores. Por isso, a minha vida é pobre em acontecimentos exteriores. Não posso contar muito sobre estes; ia parecer vazio ou inócuo. Só consigo compreender-me a partir dos acontecimentos interiores. São eles que constituem o que houve de especial na minha vida e é deles que trata a minha “autobiografia”. É deste modo singular que Carl Gustav Jung termina o prólogo de Memórias, Sonhos, Reflexões, obra que nasceu do intento de se criar uma biografia do pai da Psicologia Analítica. Publicada pela primeira vez, em 1962, com o título original, em alemão, Erinnerungen, Träume, Gedanken, só agora é que a edição portuguesa, lançada em Julho deste ano [2019], chega às livrarias nacionais pelo crivo da editora Relógio D’água.» [Ana Isabel Fernandes, Comunidade Cultura e Arte, 30/10/2019. Texto completo em https://www.comunidadeculturaearte.com/memorias-sonhos-reflexoes-uma-viagem-interior-pela-autobiografia-de-carl-gustav-jung/?fbclid=IwAR3Qui_YSUTnDYkgntT1V73zwzQQiSrPyuSyFbof6nJFBiUkNJ2bLV6va6c ]

Memórias, Sonhos, Reflexões (trad. António Sousa Ribeiro) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/memorias-sonhos-reflexoes/

Sobre O Portal dos Obeliscos, de N. K. Jemisin




«Segundo volume da trilogia de ficção científica Terra Fraturada. A autora (a primeira afro-americana a vencer o prestigiado Prémio Hugo) inventou a história de um supercontinente onde, com a regularidade de centenas de anos, ocorre uma “quinta estação” que ameaça a sobrevivência.» [LER, outono 2019]


Quinta Estação e O Portal dos Obeliscos, os dois primeiros volumes da trilogia Terra Fraturada (trad. alda Rodrigues), estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/n-k-jemisin/

Sobre Superinteligência, de Nick Bostrom




«O cérebro humano foi uma boa estratégia de sobrevivência, mas a nossa espécie está à beira de dar um enorme salto para o desconhecido, ao criar inteligência artificial. Repleto de informação, Superinteligência debruça-se sobre o problema vital do controlo deste passo na evolução.» [LER, outono 2019]


Superinteligência (trad. Carlos Leite) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/superinteligencia-caminhos-perigos-estrategias/

Sobre As Farpas de Eça de Queiroz





Pela primeira vez publicam-se integralmente as «Farpas» de Eça de Queiroz, separadas das que foram originalmente escritas e publicadas por Ramalho Ortigão e pelo próprio Eça ao longo dos anos de 1871 e de1872, e que, até hoje, forma sempre reeditadas em conjunto e sem a identificação das respectivas autorias.

Esta e outras obras de Eça de Queiroz estão disponíveis aqui https://relogiodagua.pt/autor/eca-de-queiros/

28.11.19

Sobre A Saga de Selma Lagerlöf, de Cristina Carvalho




«Este romance biográfico foi escrito a horas imprecisas do dia ou da noite; não obedeceu a nenhuma rotina disciplinada. Como em todos os actos de paixão, fui sobrevivendo em equilíbrios improváveis.
Conheci regiões que jamais imaginei conhecer, reconheci a vida desta pessoa, imaginei-a com a possível intimidade.
Julguei, muitas vezes, ouvi-la.
O conhecimento dessa vida foi como o silvo das auroras boreais ou como o zurzir do relâmpago na noite profunda.»

De Cristina Carvalho, a Relógio D’Água publicou recentemente Ingmar Bergman — O Caminho contra o Vento.

Este e outros livros de Cristina Carvalho estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/cristina-carvalho/

Mark Molesky no lançamento de O Abismo de Fogo — O Grande Terramoto de Lisboa, hoje, às 18:30, no Museu da Farmácia





Aquele que é considerado o mais completo trabalho de investigação sobre o grande terramoto de Lisboa de 1755, o maremoto e a tempestade de incêndios que se lhe seguiu foi escrito pelo historiador Mark Molesky. O livro tem o título de O Abismo de Fogo — O Grande Terramoto de Lisboa ou Apocalipse na Idade da Ciência e da Razão.
A obra vai ser apresentada pelo historiador português António Araújo, no Museu da Farmácia / Auditório ANF, na Rua Marechal Saldanha, n.º 1, em Lisboa, às 18:30. O Autor estará presente. 
Mark Molesky doutorou-se em Harvard e é actualmente professor na Universidade de Seton Hall, nos EUA, onde se especializou em História Intelectual e Cultural da Europa.
Neste ensaio, o autor recorreu às mais variadas fontes, algumas delas nunca antes usadas, para descrever o que se passou a 1 de Novembro de 1755 em Lisboa, as repercussões físicas do terramoto e do maremoto e as discussões científicas e filosóficas suscitadas na Europa e nos Estados Unidos.

No Dia de Todos os Santos, em 1755, um sismo abalou a terra, desde o fundo do oceano Atlântico até às costas ibérica e africana. No caminho estava Lisboa, então uma das cidades mais ricas do mundo e capital de um vasto império. Em minutos, parte da cidade transformou-se em ruínas.
Mas isto foi apenas o começo. Meia hora depois, um maremoto originado pelo terramoto atingiu o litoral português, provocando uma enchente no rio Tejo, arrastando milhares de pessoas para o mar. No final do dia, ondas gigantes haviam feito vítimas em quatro continentes.
Completando a destruição, uma tempestade de fogo engoliu quase tudo o que restava da cidade, atingindo os sobreviventes com temperaturas que excederam os 1000 ºC. As chamas prolongaram-se por várias semanas.
Tendo por base novas fontes, as últimas descobertas científicas e um profundo conhecimento da História da Europa, Mark Molesky dá-nos um relato do Grande Desastre de Lisboa e do seu impacto no Ocidente, em que se inclui a descrição do primeiro movimento de ajuda humanitária mundial, do aparecimento de uma ditadura em Portugal (que, apesar de tudo, serviu para modernizar o país) e do efeito da catástrofe no Iluminismo europeu.
Muito mais do que uma crónica sobre destruição, O Abismo de Fogo é um emocionante drama humano onde surgem personagens inesquecíveis, como o marquês de Pombal, que encontra no caos o caminho para o poder, ou Gabriel Malagrida, o carismático jesuíta que acabou por ser morto devido à sua interpretação do terramoto como castigo divino.

«As batalhas perenes da humanidade entre a fé e a razão sempre foram postas à prova nos momentos de calamidade. O terramoto de 1755 foi o primeiro e mais dramático desses momentos na era moderna, e aguardava pacientemente o seu historiador. Tem finalmente, em Mark Molesky, o seu brilhante analista.» [Simon Schama]

Sobre Cândido ou O Otimismo, de Voltaire




Cândido ou o Otimismo é um conto filosófico de Voltaire, publicado pela primeira vez em Genebra em janeiro de 1759. A par de Zadig e Micromégas, é um dos escritos mais famosos de Voltaire, tendo sido reeditado vinte vezes em vida do autor.
O livro é pretensamente traduzido de uma obra alemã do Dr. Ralph, pseudónimo utilizado por Voltaire para evitar a censura.
No essencial, trata-se de uma crítica às teses do filósofo alemão Leibniz, convencido da excelência da criação divina, através dos princípios da «razão suficiente» e da «harmonia preestabelecida». Voltaire faz essa crítica através das aventuras de Cândido, um jovem alemão possuidor de um espírito simples e reto, nascido como filho ilegítimo no seio da nobreza e adotado pelo barão de Thunder-ten-tronckh. É no castelo deste que vai ser educado por Pangloss, partidário, como Leibniz, de que «tudo está o melhor possível».
Depressa se torna evidente para os leitores o sarcasmo com que Voltaire trata não apenas as teses de Leibniz mas também o conservadorismo social e a nobreza arrogante.

Cândido ou O Otimismo (trad. de Júlia Ferreira e José Cláudio) e Tratado sobre a Tolerância (trad. Augusto Joaquim) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/voltaire/

Sobre Em busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust




Em Busca do Tempo Perdido é um livro que tem, nas palavras do seu autor, «a forma do tempo».
E, na verdade, o que distingue este romance é o reforço da sua concepção da memória como recriadora do passado. É isso que permite o misterioso encanto da narrativa e o tom de dolorosa nostalgia em que o passado envolve o presente.
Mas o recurso à memória involuntária faz com que Proust nunca transmita uma realidade de que a sua imaginação esteja ausente.
Ainda muito jovem, conhecia de cor todos os pormenores da vida das damas que tinham frequentado os salões de Paris desde o século xvii, como Madame La Sablière ou Madame de Staël.
E foi precisamente à sensação da decepção em relação ao imaginado que ele sentiu nos salões parisienses que foi buscar muitas das personagens que povoam o seu universo ficcional, onde o amor e o ciúme ocupam o lugar central.

Os sete volumes de Em busca do Tempo Perdido (trad. Pedro Tamen) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marcel-proust/

Sobre O Pangolim e Outros Poemas, de Marianne Moore




«Vejo [na poesia de Marianne Moore] pelo menos três elementos: um ritmo muito novo, que me parece algo bastante louvável; uma utilização peculiar, genial e até satírica do que, enquanto material, não é uma linguagem “aristocrática” […]; e, por fim, uma simplicidade de frase quase primitiva.» [T. S. Eliot, «Marianne Moore», 1923]

O Pangolim e Outros Poemas (trad. Margarida Vale de Gato) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-pangolim-e-outros-poemas/

27.11.19

Sobre Tchékhov na Vida, de Ígor Sukhikh (tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra)




«Ígor Sukhikh dá ao leitor uma potente enciclopédia sobre Tchékhov

O que fazer com um autor que dizia sofrer de “autobiografofobia”?

A montagem biográfica orientada por Ígor Sukhikh parece ser a resposta mais correcta a tal interrogação. Em “Tchékhov na vida: argumentos para um pequeno romance” (Relógio d’Água), o biógrafo deixa os documentos “falarem” sobre o proeminente escritor nascido em Taganrog, a 17 de Janeiro de 1860. A sua voz raramente se dá a conhecer. São as visões de quem conheceu Tchékhov, de quem o estudou e dos seus amigos que delimitam a personalidade do biografado. Cartas, fragmentos de ficções, perspectivas de outros autores (Gorki, Tolstoi, Bunin) justificam as 358 páginas, organizadas em 51 pontos, sobre esta proeminente figura da literatura universal.» [Mário Rufino, Comunidade Cultura e Arte, 23/10/2019. Texto completo em https://www.comunidadeculturaearte.com/igor-sukhikh-da-ao-leitor-uma-potente-enciclopedia-sobre-tchekhov/?fbclid=IwAR2pZWAXPm8MjPDPxZZarYvTbfq1g-_PtNBxoSEHT8WkMtKKtZiXjfq0xD4 ]

Sobre «Sobre a Revolução», de Hannah Arendt




«Publicado em 1963, este trabalho de teoria política contraria ideias dominantes da época, mostrando que as revoluções sem liberdade são enormes fracassos. Em tempos menos revolucionários, o texto de Arendt coloca questões sobre o futuro da democracia e a tensão entre igualdade e autoridade.» [LER, outono 2019]


Esta e outras obras de Hannah Arendt estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hannah-arendt/

Sobre Os Prazeres dos Lugares Inóspitos, de Robert Louis Stevenson




Este livro inclui a famosa viagem que Robert Louis Stevenson realizou com uma burra ao longo da cadeia montanhosa das Cevenas, no sul de França, durante o ano de 1879.
Autor de vários livros de aventuras, Robert Louis Stevenson era também um viajante entusiástico. Mantendo sempre a curiosidade que estimulava as suas observações sobre lugares distantes e pessoas estranhas, este livro demonstra um espírito ansioso por compreender o desconhecido e o exótico. «Não existem terras estrangeiras», escreveu o autor, «só o viajante é estrangeiro.»

«A melhor de todas as possíveis aventuras.» [The New York Times Book Review]


Os Prazeres dos Lugares Inóspitos (trad. Frederico Pedreira) e A Ilha do Tesouro (trad. Alexandre Pinheiro Torres) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/robert-louis-stevenson/

O Abismo de Fogo — O Grande Terramoto de Lisboa lançado a 28 de Novembro




Aquele que é considerado o mais completo trabalho de investigação sobre o grande terramoto de Lisboa de 1755, o maremoto e a tempestade de incêndios que se lhe seguiu foi escrito pelo historiador Mark Molesky. O livro tem o título de O Abismo de Fogo — O Grande Terramoto de Lisboa ou Apocalipse na Idade da Ciência e da Razão.
A obra vai ser apresentada pelo historiador português António Araújo, no Museu da Farmácia / Auditório ANF, na Rua Marechal Saldanha, n.º 1, em Lisboa, às 18:30. O Autor estará presente. 
Mark Molesky doutorou-se em Harvard e é actualmente professor na Universidade de Seton Hall, nos EUA, onde se especializou em História Intelectual e Cultural da Europa.
Neste ensaio, o autor recorreu às mais variadas fontes, algumas delas nunca antes usadas, para descrever o que se passou a 1 de Novembro de 1755 em Lisboa, as repercussões físicas do terramoto e do maremoto e as discussões científicas e filosóficas suscitadas na Europa e nos Estados Unidos.

No Dia de Todos os Santos, em 1755, um sismo abalou a terra, desde o fundo do oceano Atlântico até às costas ibérica e africana. No caminho estava Lisboa, então uma das cidades mais ricas do mundo e capital de um vasto império. Em minutos, parte da cidade transformou-se em ruínas.
Mas isto foi apenas o começo. Meia hora depois, um maremoto originado pelo terramoto atingiu o litoral português, provocando uma enchente no rio Tejo, arrastando milhares de pessoas para o mar. No final do dia, ondas gigantes haviam feito vítimas em quatro continentes.
Completando a destruição, uma tempestade de fogo engoliu quase tudo o que restava da cidade, atingindo os sobreviventes com temperaturas que excederam os 1000 ºC. As chamas prolongaram-se por várias semanas.
Tendo por base novas fontes, as últimas descobertas científicas e um profundo conhecimento da História da Europa, Mark Molesky dá-nos um relato do Grande Desastre de Lisboa e do seu impacto no Ocidente, em que se inclui a descrição do primeiro movimento de ajuda humanitária mundial, do aparecimento de uma ditadura em Portugal (que, apesar de tudo, serviu para modernizar o país) e do efeito da catástrofe no Iluminismo europeu.
Muito mais do que uma crónica sobre destruição, O Abismo de Fogo é um emocionante drama humano onde surgem personagens inesquecíveis, como o marquês de Pombal, que encontra no caos o caminho para o poder, ou Gabriel Malagrida, o carismático jesuíta que acabou por ser morto devido à sua interpretação do terramoto como castigo divino.

«As batalhas perenes da humanidade entre a fé e a razão sempre foram postas à prova nos momentos de calamidade. O terramoto de 1755 foi o primeiro e mais dramático desses momentos na era moderna, e aguardava pacientemente o seu historiador. Tem finalmente, em Mark Molesky, o seu brilhante analista.» [Simon Schama]

26.11.19

Sobre Estufa com Ciclâmenes, de Rebecca West




“Não existe percurso demasiado louco para que o ser humano não o possa adotar”, escreveu Rebecca West.
Este livro sobre os julgamentos dos nazis no pós-guerra é a contribuição da autora de O Regresso do Soldado sobre as consequências da loucura nacionalista da Alemanha. Em 1946, West foi encarregada pelo Daily Telegraph de escrever três artigos sobre os julgamentos de Nuremberg. A autora viajou para o local nesse mesmo ano para assistir à parte final dos processos britânicos e americanos.
No décimo primeiro mês de julgamentos, a autora descreve Nuremberga como uma cidade onde o tédio prevalece não apenas dentro do tribunal mas também fora dele, em cada casa, em cada rua. 
Também aqui West revela um profundo interesse pela lei, assim como um fascínio pelos seus aspetos humanos e a vontade moral coletiva. 
Estes ensaios confirmam a reputação de Rebecca West como uma das jornalistas políticas mais importantes do século XX.

Estufa com Ciclâmenes (trad. José Miguel Silva) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/estufa-com-ciclamenes/

Pessoas Normais, de Sally Rooney, adaptado a série televisiva


Fotografia da adaptação televisiva de Enda Bowe/Hulu

O livro Pessoas Normais, publicado este ano pela Relógio D’Água, foi adaptado para série de televisão, que estreará em 2020 na Hulu e na BBC.
A autora do romance, Sally Rooney, co-escreveu alguns episódios, realizados por Lenny Abrahamson e Hettie Macdonald.
As personagens principais, Marianne e Connell, são representadas por Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal.



Connell e Marianne cresceram na mesma pequena cidade da Irlanda, mas as semelhanças acabam aqui. Na escola, Connell é popular e bem-visto por todos, enquanto Marianne é uma solitária que aprendeu com dolorosas experiências a manter-se à margem dos colegas. Quando têm uma animada conversa na cozinha de Marianne — difícil, mas eletrizante —, as suas vidas começam a mudar.
Pessoas Normais é uma história de fascínio, amizade e amor mútuos, que acompanha a vida de um casal que tenta separar-se mas que acaba por entender que não o consegue fazer. Mostra-nos como é complicado mudar o que somos. E, com uma sensibilidade espantosa, revela-nos o modo como aprendemos sobre sexo e poder, o desejo de magoar e ser magoado, de amar e ser amado.

«O fenómeno literário da década. Um futuro clássico.» [The Guardian]

«O melhor romance do ano.» [The Times]

«É soberbo […], uma leitura tremenda, plena de perspicácia e ternura.» [Anne Enright]

Pessoas Normais (trad. Ana Falcão Bastos) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/pessoas-normais/


Hélia Correia no Ioannou Centre, da Universidade de Oxford





No próximo dia 2 de Dezembro, às 15:00, Hélia Correia estará no Lecture Theatre do Ioannou Centre for Classical & Byzantines Studies para uma conversa sobre Perdição — Exercício sobre Antígona, um dos seus textos dramáticos.

Sobre Prazer e Glória, de Agustina Bessa-Luís (prefácio de Jorge Cunha)




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Prazer e Glória, de Agustina Bessa-Luís (prefácio de Jorge Cunha)


«A ironia mordaz do percurso niilista está patente desde o título Prazer e Glória. Três gerações de personagens que se movem, se casam, procriam, sem viverem nada que lhes proporcione um verdadeiro prazer de viver, que as faça experienciar a glória de uma manifestação da vida que lhes escapa pelos meandros de uma cultura falsa. A obra de Agustina é uma água-forte lançada ao rosto de uma geração que teima em não acordar. A artista bem se esforça por chamar um povo que não desperta. Mas a sua obra tem uma portentosa energia cujo porvir está ainda no início.» [Do Prefácio]

Sobre As Ilhas dos Pinheiros, de Marion Poschmann (trad. Paulo Rêgo)




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: As Ilhas dos Pinheiros, de Marion Poschmann (trad. Paulo Rêgo)

Gilbert Silvester, professor associado e investigador no campo da pogonologia, no âmbito de um projeto universitário financiado com fundos externos, está em choque. Na noite passada sonhou que a sua mulher o anda a enganar. Num absurdo ato irrefletido, decide deixá-la, apanha o primeiro voo intercontinental disponível e viaja até ao Japão, para conseguir ganhar distanciamento. Aí chegado, toma contacto com as descrições das viagens do poeta clássico Bashō e passa então a ter um objetivo: à semelhança dos antigos monges itinerantes, também ele quer agora ver a Lua sobre as ilhas dos pinheiros. Ao empreender o percurso tradicional seguido nessas peregrinações, pensa distrair-se com a observação da natureza e assim resolver a agitação que internamente o perturba. Antes sequer de começar, depara-se com um estudante, Yosa, cuja leitura de viagem é The Complete Manual of Suicide

Um romance de magistral desenvoltura: profundo, repleto de humor, cativante, comovente. No Japão, terra do chá, misturam-se a luz e a sombra, o superego freudiano e os sombrios deuses do xintoísmo. E, uma vez mais, coloca-se a velha questão: não passará a vida, no fim de contas, de um sonho?

«Uma obra-prima.»   [Alexander Cammann, Die Zeit]

«Um romance de crepitante inteligência.» [Paul Jandl, Neue Zürcher Zeitung]


«Uma prosa abissalmente jovial, impecavelmente bela.» [Katharina Granzin, die tageszeitung]

Sobre Breves Notas sobre o Medo, de Gonçalo M. Tavares (reedição)




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Breves Notas sobre o Medo, de Gonçalo M. Tavares (reedição)

Aprendizagem

À beira de um precipício, de cabeça para baixo, pelo seu mais ilustre professor agarrado somente pelos pés, eis que o aprendiz repete, assustado, a lição da manhã.

*

O perigo

Nada é tão perigoso como teres cumprido todos os teus deveres do dia e ainda ser manhã, teres cumprido todos os teus deveres na vida e ainda não estares morto.

*

Uma razão para o fazeres

Se não acorreres ao local, nunca poderás saber se quem grita por socorro o quer receber ou dar.