30.9.20

Sobre Corpos Celestes, de Jokha Alharthi

 



Corpos Celestes narra a vida de três irmãs na aldeia de al-Awafi, em Omã.

Mayya, que casa com Abdallah após um desgosto amoroso; Asma, casada por obrigação; e Khawla, que rejeita todas as propostas enquanto espera pelo seu amado, que emigrou para o Canadá.

Estas três mulheres e as suas famílias testemunham o desenvolvimento de Omã, de uma sociedade tradicional e esclavagista, passando pela era pós-colonial, até aos dias de hoje, marcados por um presente complexo.

Elegantemente estruturado e sempre tenso, Corpos Celestes é um romance que vê o seu potencial desenrolar-se na narrativa do desenvolvimento de Omã através dos amores e perdas de uma família.


«Fascinante. Mostra-nos uma cultura muito pouco conhecida no Ocidente.» [The Guardian]


Corpos Celestes (tradução de Inês Dias) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/corpos-celestes/

Sobre Humilhados e Ofendidos, de Fiodor Dostoievski

 



Publicado em 1861, Humilhados e Ofendidos é uma das principais obras de Dostoievski, antecipando em personagens como o príncipe Valkovski romances como O Idiota.

Dostoievski retoma de Gente Pobre os humilhados pelas circunstâncias da vida, ofendidos nos seus direitos e excluídos para as margens das grandes cidades. São personagens com o orgulho ferido, que resistem à hipocrisia e falta de humanidade dos seus opressores, se movem num meio em que os paixões esbarram com a frieza dos costumes.

O protagonista principal é Ivan Petrovitch, que procura um alojamento menos húmido do que aquele onde se albergou e cuja vida se altera ao conhecer um velho e o seu cão, tão miseráveis um como o outro. Em breve, é envolvido num dos temas recorrentes na obra de Dostoievski, a dispersão do amor entre várias personagens. 

O maior elogio a Humilhados e Ofendidos foi feito por Tolstói, que, ao tomar conhecimento da morte de Dostoievski, escreveu a um amigo: “Nunca vi o homem, nem tive nenhuma espécie de relação directa com ele, mas quando morreu compreendi de imediato que tinha sido para mim o mais precioso, o mais querido e o mais necessário dos seres. […] Sempre o considerei um amigo e esperava confiadamente vê-lo algum dia. E, de repente, leio a notícia da sua morte. Primeiro senti-me inteiramente confuso e, quando depois compreendi como o tinha apreciado, comecei a chorar… Ainda agora estou a chorar. Só poucos dias antes da sua morte tinha lido com emoção e prazer o seu Humilhados e Ofendidos.”


Humilhados e Ofendidos (trad. Carlos Leite) e outras obras de Fiodor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/


De Dom Casmurro, de Machado de Assis

 



«Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da Lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

— Continue, disse eu acordando.

— Já acabei, murmurou ele.

— São muito bonitos.

Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: «Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.»— «Vou para Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.»— «Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.»

Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo.» [p. 11]


Este e outros livros de Machado de Assis disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/machado-de-assis/


29.9.20

Sobre A Guerra Civil (Farsália), de Lucano

 



A Guerra Civil (Farsália) foi escrito pelo jovem Lucano entre o ano 59 d. C. e março de 65, quando, aos vinte e cinco anos, foi forçado a abrir as veias por ordem do imperador Nero, que lhe invejava o talento poético.


«O assunto do poema é a guerra civil travada cem anos antes de Lucano, entre César e Pompeio, na sequência do falhanço do primeiro triunvirato. O arco cronológico do poema começa em 49 a. C., com a travessia do Rubicão e o início da guerra, e termina com César cercado pelos Egípcios em Alexandria nos finais de 48, inícios de 47.» [Da Introdução]


A Guerra Civil (Farsália) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-guerra-civil-farsalia/

Sobre O Eco das Cidades Vazias, de Madeleine Thien

 



“Amanhã tudo será diferente.”


Foi numa noite no Camboja de um céu sem estrelas que a infância de Janie foi abalada pelos terrores do Khmer Vermelho. Três décadas depois, em Montreal, vislumbra-se esse seu passado assombrado.

Tecendo os fios da vida, O Eco das Cidades Vazias evoca o totalitarismo visto através dos olhos de uma rapariga, traçando um mapa das batalhas que a mente trava com a memória, a perda e os horrores da guerra.


«Límpida e verdadeira. A elegância silenciosa da escrita de Thien forma uma história brutal, comovente e poderosa.» [The Times]


«A visão marcante de uma jovem sobre o genocídio cambojano… Extremamente convincente.» [Financial Times]


«Um romance belo e comovente que aborda questões de importância universal.» [Independent]


Romance finalista do Man Booker Prize 2016


O Eco das Cidades Vazias e Não Digam que não Temos Nada estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/madeleine-thien/


Sobre Relógio sem Ponteiros, de Carson McCullers

 



Numa pequena cidade no sul dos EUA, quatro homens de diferentes idades debruçam-se sobre o seu passado e futuro.

J. T. Malone, um homem solitário de meia-idade que gere uma farmácia, descobre que está a morrer e tenta reconciliar-se com o que resta da vida. O juiz Clane, um homem de idade, resiste aos novos tempos e anseia pelo regresso das antigas maneiras do Sul. Ao mesmo tempo, Jester, o seu neto idealista, nutre simpatia por Sherman, um órfão negro, alegre e de olhos azuis, que está em busca da sua identidade.

Gradualmente, descobrem que as suas vidas estão intrinsecamente unidas. Em Relógio sem Ponteiros, o seu último romance, Carson McCullers explora com humor e talento temas como o preconceito, o segredo e a redenção.


«Carson McCullers entendia o coração dos homens com uma profundidade que nenhum outro escritor consegue alcançar.»[Tennessee Williams]


Esta e outras obras de Carson McCullers estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/carson-mccullers/


28.9.20

Sobre Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo

 



«Lá estava ele, sério, imóvel, absorto, num olhar e num pensamento. Paris inteira jazia aos seus pés, com as mil flechas dos seus edifícios e o seu horizonte circular de suaves colinas, com o rio a serpentear sob as pontes e o povo a ondular nas ruas, com a nuvem dos seus fumos e a montuosa cadeia dos telhados a comprimirem Notre-Dame nas suas malhas cerradas. Mas de toda esta cidade, o arcediago apenas fixava um ponto concreto do pavimento: a Place du Parvis; e de toda aquela multidão, apenas uma figura: a cigana.

Seria difícil definir de que natureza era aquele olhar e de onde provinha a chama que dele brotava. Era um olhar fixo, mas repleto de perturbação e de tumulto. E, pela imobilidade profunda de todo o seu corpo, apenas agitado de onde em onde por um tremor automático como uma árvore sacudida pelo vento, pela tensão dos cotovelos, mais marmóreos do que a balaustrada em que se apoiavam, ao ver-se o sorriso petrificado que lhe contraía o rosto, parecia que em Claude Frollo só estavam vivos os olhos.»


Esta obra e Os Miseráveis de Victor Hugo estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/victor-hugo/


Sobre a tradução de Emily Dickinson

 



«Traduzir poesia exige quer um profundo conhecimento da língua original quer do contexto histórico, cultural e literário do poema; acima de tudo, exige um ainda mais profundo conhecimento da língua para que é traduzido, a do próprio tradutor. Além disso, deve existir um amor a essa língua, a da pessoa que recebe e depois transforma esse poema num novo poema — criando um novo caminho.» [Ana Luísa Amaral, The Paris Review, «Ms. Difficult: Translating Emily Dickinson», 12/04/2019. Texto completo em https://www.theparisreview.org/blog/2019/04/12/ms-difficult-translating-emily-dickinson/ ]


Duzentos Poemas (trad. Ana Luísa Amaral) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/duzentos-poemas/

Sobre Benito Cereno, Bartleby, Billy Budd, de Herman Melville

 



«Bartleby, que data de 1853, antecipa Franz Kafka. O seu desconcertante protagonista é um homem obscuro que se recusa tenazmente à ação. O autor não explica, mas a nossa imaginação aceita-o imediatamente e com muita pena. (…)

Billy Budd pode resumir-se como a história de um conflito entre a justiça e a lei, mas esse resumo é bastante menos importante que o carácter do herói, que matou um homem e que não compreende até ao fim porque é que o julgam e condenam.

Benito Cereno continua a suscitar polémicas. (…)  Há quem tenha sugerido que Herman Melville se propôs a escrita de um texto deliberadamente inex­plicável que fosse um símbolo cabal deste mundo, também inexplicável.» [J. L. Borges]


Benito Cereno, Bartleby, Billy Budd (trad. de Frederico Pedreira, José Miguel Silva, José Sasportes) e outras obras de Herman Melville estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/herman-melville/


Sobre Fidelidade e Gratidão e Outros Textos, de Georg Simmel

 



«Em As Metrópoles e a Vida Mental, um dos seus ensaios mais famosos e que se inclui, juntamente com O Estrangeiro, na sua Sociologia formal, o homem eminentemente urbano, que Simmel sempre foi, demonstra uma plena sintonia com o espírito do seu tempo, ao discutir magistralmente os estilos de vida e a personalidade do indivíduo das grandes cidades, e ao estabelecer o nexo causal entre a cultura, a organização social e as características físicas das metrópoles e as características sociais dos seus habitantes.» [Do Prefácio]


Esta e outras obras de Georg Simmel estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/georg-simmel/

27.9.20

Sobre Martin Heidegger, de George Steiner

 



Conhecer a obra de Martin Heidegger é fundamental para entender o pensamento e a cultura contemporâneos. A sua obra tem tido uma forte influência na filosofia, na teologia, na linguística, nos estudos helénicos, nas hermenêuticas de interpretação textual, na teoria literária e na própria literatura.

Com a lucidez que lhe é característica, George Steiner torna a difícil obra deste filósofo acessível ao leitor comum. A extensão do saber e dos interesses de Steiner permitem-lhe situar Heidegger num contexto literário-cultural europeu mais amplo, abordando as relações entre a sua filosofia e o nazismo.


«O seu livro sobre Heidegger é muito bom.» [James Wood, em A Herança Perdida]


«Dificilmente se imagina uma introdução à obra do filósofo Martin Heidegger melhor do que este livro de George Steiner.» [George Kateb, The New Republic]


«O breve livro de Steiner, com grande sensibilidade e inúmeras referências, lê-se com contínuo prazer.» [P. F. Strawson, New York Review of Books]


«Quer os leitores ou pensadores reajam a Heidegger, quer não, é indispensável uma aproximação ao seu pensamento, e Steiner conduz-nos com perfeição.» [New Yorker]


Esta e outras obras de George Steiner estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-steiner/

De O Sermão do Fogo, de Agustina Bessa-Luís

 



«Uma pequena bouça de pinheiros, dum verde cheio dessas cãs dos pinheiros como vassouras amolecidas pelo uso, estendia‑se ao sul; tratava‑se de árvores adultas, cascudas, ligeiramente flectidas pelo vento durante o crescimento. Alguns cogumelos cresciam nos troncos e anunciavam a sua decrepitude, apesar dos fogosos ramos e do toucado de pinhas que a chuva apodrecera um pouco e que começavam a cair. O solo era arenoso, um céspede brilhante e líquido brotava entre as raízes do tojo, e nada mais comovente para Amélia do que o ruído dos passos que pisavam a agulha seca, a gorda folhagem da chorina, a açucarada contextura da areia pálida e húmida. Ela marchava devagar, com o seu ligeiro pisar, próprio das pessoas a quem o movimento assusta e que vivem sedentariamente; era a segunda vez que andava sozinha no pinhal circundado por esteios de pedra onde se prendia velho arame farpado; e, como acontece com as mulheres caprichosas, gostava de contemplar‑se no seu retrato bucólico e triste, guardando, porém, no fundo do coração, a certeza duma breve comédia e dum desfrute da natureza sem qualquer convicção. Quando se extrai uma surpresa duma insignificância, isso equivale a receber uma lição gratuita aparentemente, mas em cujo acaso não se acredita. Tal é a alma do homem — duvida sempre da simplicidade dos factos sucedidos no âmbito do seu próprio ser; o natural não acontece senão no reino bruto, a razão não nos incita ao que é natural, mas ao que é possível.» [p. 11]


Esta e outras obras de Agustina Bessa-Luís estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

26.9.20

Sobre Poemas Escolhidos, de T. S. Eliot

 



«III. O Sermão do Fogo


A tenda do rio rompeu‑se: os derradeiros dedos de folhas

Agarram‑se e enterram‑se na margem húmida. O vento

Atravessa a terra parda, sem se ouvir. As ninfas partiram.

Gentil Tamisa, corre lento, até eu findar meu canto.

O rio não leva garrafas vazias, papéis de sanduíche,

Lenços de seda, caixas de cartão, pontas de cigarro,

Ou outros testemunhos de noites de Verão. As ninfas partiram.

E os amigos delas, os vadios herdeiros dos directores da City —

Partiram, não deixaram endereços.

Junto às águas do Leman assentado eu chorei…

Gentil Tamisa, corre lento, até eu findar meu canto,

Gentil Tamisa, corre lento, que eu não falo nem alto nem muito.

Mas por detrás de mim num estrondo frio eu ouço

O restolhar dos ossos, e a risada aberta de uma orelha à outra.»

[de «A Terra Devastada», p. 85]


Poemas Escolhidos (tradução de João Almeida Flor, Gualter Cunha e Rui Knopfli)e Ensaios Escolhidos de T. S. Eliot estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/t-s-eliot/

Sobre O Cometa na Terra dos Mumins, de Tove Jansson

 



Um pressentimento acerca de uma estrela com cauda leva o Mumintroll e o seu amigo Sniff a um observatório no cimo de uma montanha. Mas a verdadeira aventura começa quando descobrem que um cometa se encaminha em direção à Terra.


«Um tesouro perdido, agora redescoberto… Uma obra-prima.» [Neil Gaiman]


«Jansson era um génio de um modo subtil. Estas histórias simples estão repletas de emoções únicas profundas e complexas, como jamais se viram em literatura para crianças ou adultos.» [Philip Pullman]


«Tove Jansson é, sem dúvida, uma das maiores escritoras de livros para crianças.» [Sir Terry Pratchett]


Esta e outras obras de Tove Jansson estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/tove-jansson/


25.9.20

Sobre A Cartuxa de Parma, de Stendhal

 



«Quantos jovens não sentirão uma súbita paixão pelas primeiras páginas de A Cartuxa de Parma, convencendo-se, de imediato, de que é, sem dúvida, o mais belo romance do mundo, reconhecendo nele o romance que sempre quiseram ler e que lhes servirá de pedra-de-toque para todos os que vão ler depois! (Refiro-me sobretudo aos primeiros capítulos; à medida que se avança na leitura deparamos com um romance diferente, com vários romances entre si distintos, que vão exigir algumas alterações no modo de participar no que aí se passa; mas o impulso inicial continuará a fazer sentir o seu efeito.)» [Italo Calvino]


A Cartuxa de Parma, O Vermelho e o Negro e Do Amor estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/stendhal/

Sobre Os Teus Passos nas Escadas, de Antonio Muñoz Molina

 



«“Instalei-me nesta cidade para nela esperar o fim do mundo.” A confissão é de Bruno, que acaba de chegar a Lisboa. Apesar do início trágico e quase apocalíptico de quem acredita estar a viver os últimos dias, a janela sobre a paisagem com a sua morrinha melancólica feita de luz e névoa amacia o medo: “Espero sentado numa mesa pé de galo no jardim do Museu Nacional de Arte Antiga em frente de um rio e de um cais. Este bairro, toda esta cidade é uma boa atalaia para esperar por alguma coisa que apareça ao longe.” Em “Os Teus Passos nas Escadas” instala-se a cenografia de um regresso, feito de  memórias — sobretudo de Nova Iorque —, livros e móveis até ao dia em que Cecília se junte ao marido em Lisboa, aqui convertida  em porto de abrigo. Antonio Muñoz Molina movimenta com à-vontade Bruno numa cidade que ele próprio conhece bem e que aprendeu a capturar nalguns dos seus livros mais íntimos e um pouco confessionais nos quais este novo romance se inscreve. Tal como o seu protagonista, também ele estava em Nova Iorque em 2001 e também se instalou em Lisboa recentemente.» [Rui Lagartinho, E, Expresso, 19/9/2020]


«Os Teus Passos nas Escadas» (tradução de Rita Custódio e Àlex Tarradellas) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/os-teus-passos-nas-escadas/


Sobre O Vinho da Solidão, de Irène Némirovsky

 



O Vinho da Solidão é um romance marcado pelos conflitos. Helène sente desde a infância a indiferença familiar e o ódio que nutre pela mãe culmina com a sedução de Max, seu amante.

A Revolução de Outubro de 1917 e a Primeira Guerra Mundial percorrem a narrativa, e a família Karol, originária de Kiev, é levada de São Petersburgo para a gélida Finlândia, e daí para Paris.

Hélène trava consigo um último conflito, ao tentar libertar-se do passado, através da sensação inebriante de solidão e da juventude.

O Vinho da Solidão é considerada a mais autobiográfica obra de Irène Némirovsky.


Esta e outras obras de Irène Némirovsky estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/irene-nemirovsky/

24.9.20

Sobre Ensaio sobre o Dia Conseguido, de Peter Handke



 

«Quem viveu já um dia conseguido? À partida, a maioria não hesitará talvez em afirmá‑lo. Será, pois, necessário continuar a perguntar. Queres dizer “conseguido” ou apenas “belo”? É de um dia “conseguido” que falas, ou de um — igualmente raro, é verdade — “despreocupado”? É para ti um dia que decorreu sem problemas já um dia conseguido? Vês alguma diferença entre um dia feliz e o conseguido?»


Esta e outras obras de Peter Handke estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/peter-handke/


Sobre Quatro Casos Clínicos, de Sigmund Freud

 



Este livro reúne quatro casos clínicos analisados por Freud e que foram a base experimental de algumas das suas teorias psicanalíticas.

«Fragmento de Uma Análise de Histeria», «Análise da Fobia dum Menino de Cinco Anos», «Notas sobre Um Caso de Neurose Obsessiva» e «Observações dum Caso de Paranóia» não são apenas análises de possíveis perturbações da mente humana, mas também narrativas que permitem compreender as razões que levaram a que fosse atribuído a Freud o Prémio Goethe em 1930, em reconhecimento da sua contribuição para a psicologia e literatura alemãs.


Esta e outras obras de Sigmund Freud estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/sigmund-freud/

Sobre Ensaios Escolhidos, de Virginia Woolf

 



Reúnem-se aqui trinta e cinco ensaios que nos falam de autores como Jane Austen, Defoe, Henry James, Christina Rossetti, Conrad, Sterne, Thomas Hardy, Turgenev e Walt Whitman. 

Virginia Woolf escreve ainda sobre a personagem ficcional, o romance gótico, histórias de fantasmas, o tempo passado em bibliotecas e a situação de estar doente. Assuntos como a arte da biografia, o cinema e as mulheres escritoras são também abordados, assim como o declínio da escrita ensaística ou o modo como se deve ler um livro. 


«Que mente magnífica! É mesmo isso. Lúcida, apaixonada, independente, perspicaz, altiva e incessantemente alimentada, excêntrica por boas razões, inteligente por todas as razões, marcou-nos para sempre.»

Eudora Welty, N. Y. Times Book Review


«Virginia Woolf é uma crítica notável e ao mesmo tempo uma elegante romancista.»

Kenneth Millar, San Francisco Chronicle


«Estes são ensaios aristocráticos… espirituosos, maravilhosamente sofisticados e amadurecidos.»

Rumer Godden, N. Y. Herald Tribune Book Review


«Nestes últimos cinquenta anos, nenhum crítico se mostra capaz de trabalhar o inglês como Virginia Woolf.»

Edward Weeks, Atlantic Monthly


Esta e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/


23.9.20

Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: A Noite das Barricadas, de H. G. Cancela

 





«Em sessenta e oito viajara para Paris. Maio. Regressaria a África de aí a dois meses. Fizera duas comissões, Angola e Moçambique, a partida para a terceira estava marcada para Julho. Não tivera dificuldade em obter a licença, o regime confiava nele, não havia razões para duvidar da sua fidelidade. Era um dos deles, ele próprio não duvidava disso. Sabia o que pretendia. A viagem era um privilégio, aceitava-o. Poderia ter ido para Itália, Roma, Florença, e talvez nada tivesse mudado. Teria regressado a casa ao fim de duas semanas e ficado a aguardar a data de embarque para Angola. Era a única coisa que lhe importava. África. Escolhera Paris. Partira na segunda semana de Maio. Quando chegara, as ruas estavam em convulsão. No início, ficara estupefacto, observava sem compreender.»


Esta e outras obras de H. G. Cancela estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/h-g-cancela/


Sobre Pippi das Meias Altas nos Mares do Sul, de Astrid Lindgren

 



Alguma vez repreendeste um tubarão?

A Pippi já!


Sabes o que é um «gatafão»?

A Pippi sabe!


Consegues transportar o teu pai aos ombros?

A Pippi consegue!


A Pippi, o Tommy e a Annika partiram para uma grande aventura — uma viagem à Ilha Cannikani, onde o pai da Pippi é rei. Juntos, exploram cavernas secretas e jogam ao berlinde com pérolas. E encontram piratas e tubarões que, felizmente, conseguem derrotar. 


«Qualquer livro da série “Pippi” é motivo de celebração. Este não é exceção.»   [The New York Times]


Pippi das Meias Altas nos Mares do Sul, Pippi das Meias Altas e Pippi Sobre a Bordo estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/astrid-lindgren/


Sobre Memórias do Subterrâneo, de Fiódor Dostoievski

 



«Eu sou um homem doente… Sou um homem mau. Sou um homem nada atraente. Penso que sofro do fígado. Aliás, não percebo patavina da minha doença nem sei ao certo de que é que sofro. Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos. Além do mais, sou supersticioso em extremo; bem, o suficiente, ao menos, para respeitar a medicina. (Tenho instrução bastante para não ser supersticioso, mas sou supersticioso.) É por maldade que não me quero tratar. Isto é uma coisa que vocês, leitores, por certo não podem compreender. Pois, mas eu compreendo.»


Memórias do Subterrâneo (trad. de António Pescada) e outras obras de Fiódor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/


22.9.20

Sobre Santo António, de Agustina Bessa-Luís

 



«Depois, o romance oferece um conhecimento concreto, não conceptual. A ótica do romance não demonstra: ela mostra, num esforço de desapropriação ideológica, por fidelidade à existência em si. Por exemplo, não é a caraterização intelectual, sociológica ou moral que conta, mas sim Santo António vivendo. Por fim, o romance é um instrumento de precisão, como existem poucos, pois está à altura da singularidade, liberdade, tragicidade e assombro da vida. Ele consegue relatar o superlativo e o minúsculo, o sublime e o mísero, a dor e a redenção, o pecado e a santidade. A partir daqui Agustina opera, e fá-lo com uma segurança metodológica indiscutível.» [Do Prefácio de José Tolentino de Mendonça]


Esta e outras obras de Agustina Bessa-Luís estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/


Sobre As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi

 



Esta é a história do boneco de madeira que desejou tornar-se rapaz. Tudo começa quando o desprevenido Gepeto esculpe um pedaço de madeira que consegue andar e falar. Assim nasce Pinóquio, que, depois de causar vários problemas a Gepeto, vive inúmeras aventuras, no decurso das quais é perseguido pela Raposa e pelo Gato, aconselhado pelo Grilo-Falante e salvo por uma linda Menina de cabelos azul-turquesa. Além disso, o nariz cresce-lhe quando conta uma mentira. Como se isso não bastasse, é transformado num burro e engolido por um tubarão, antes de alcançar a felicidade.

 

As Aventuras de Pinóquio (trad. Margarida Periquito) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/aventuras-de-pinoquio-as/


Sobre De Que Falamos quando Falamos de Amor, de Raymond Carver

 



Estes contos retratam a vida de homens e mulheres do Noroeste dos EUA — pessoas solitárias que gostam de beber, pescar e jogar às cartas para passar o tempo.

Raymond Carver, com a sua escrita sucinta e coloquial, aliada a uma percepção perspicaz do modo como as pessoas comunicam, fez com que esta colecção de contos se tornasse uma das mais influentes da moderna literatura.


«O mestre que deu forma ao moderno conto americano.» [Daily Telegraph]


«A América de Raymond Carver é-nos pintada como um local de dor e sonhos quebrados. Mas na verdade não é tão frágil como aparenta. É um lugar de sobreviventes e de histórias… Carver fez o que a maioria dos escritores mais talentosos não conseguiu: criou o seu próprio país, semelhante apenas a si mesmo — como referiu Wordsworth —, e que é o mundo para todos nós.» [Michael Wood, The New York Times Book Review]


De Que Falamos quando Falamos de Amor está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/de-que-falamos-quando-falamos-de-amor/


21.9.20

Sobre O Coração dos Ponders, de Eudora Welty

 



O tio Daniel Ponder é o perfeito excêntrico. Vestido sempre de fato branco, amado por todos que o conhecem, é uma celebridade na sua cidade natal Clay, no Mississippi. O tio Ponder gosta de partilhar a sua fortuna. Quando o seu primeiro casamento acaba e ele é visto com Bonnie Dee Peacock, uma rapariga de dezassete anos de uma família pobre, a sua sobrinha Edna fica horrorizada. Esta novela, narrada pela sobrinha, é uma obra prima de absurdos cómicos: uma história sobre a vida de uma pequena cidade, retratada de forma brilhante por esta escritora do Sul da América.


«Uma história absorvente, sincera, absurda, verdadeira, por vezes patética e intensa… e marcada desde o início por uma intimidade que a torna viva.» [Edward Weeks, The Atlantic]


«Pela pura imaginação e comédia, pelo poder narrativo e pela milagrosa reprodução do ritmo do discurso sulista – quase poético –, a história representa Miss Welty no seu melhor.» [Joseph Henry Jackson, San Francisco Chronicle]


Esta e outras obras de Eudora Welty estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/eudora-welty/


Sobre A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells

 



A Guerra dos Mundos, a par de O Homem Invisível e A Máquina do Tempo, foi uma obra marcante na criação da ficção científica como género literário.

H. G. Wells partiu do relativo desconhecimento que então se tinha sobre Marte e dos progressos da tecnologia para criar uma obra de suspense, espanto e terror.

Tudo começa quando o narrador toma conhecimento da queda de estranhos objetos vindos de Marte nos tranquilos campos dos arredores de Londres. A multidão acorre e depara com misteriosos cilindros de onde saem marcianos que vão ameaçar de destruição todo o país e a civilização tal como era então conhecida.

Esta antevisão do choque entre os habitantes da Terra e os de outros planetas iria servir de modelo a toda uma variante da ficção científica. O seu potencial dramático seria evidenciado pela emissão radiofónica de Orson Welles em 1938, que sobressaltou dezenas de milhares de norte-americanos. E tem sido atualizado nos nossos dias pela descoberta de numerosos planetas no universo, e mesmo na Via Láctea, com condições para a existência de vida.


A Guerra dos Mundos (trad. Frederico Pedreira) e outras obras de H. G. Wells estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/h-g-wells/

Sobre A Chama, de Leonard Cohen

 



A Chama, de Leonard Cohen, é um legado de poemas, canções, desenhos e versos dispersos, às vezes registados em cadernos de apontamentos e até guardanapos de papel. 

É uma despedida deliberada, que evita os sentimentalismos.

Pouco antes da sua morte em novembro de 2016, Leonard Cohen disse em entrevista: «Estou preparado para morrer. (…) A certa altura, e se estás ainda na posse das tuas capacidades, (…) tens de aproveitar a oportunidade para deixar tudo em ordem. Talvez seja um cliché, mas subestima-se o seu poder analgésico. Deixar tudo em ordem, quando se pode fazê-lo, é uma das atividades mais reconfortantes, e os benefícios são incalculáveis.»

Esta despedida de Cohen, que recolhe textos já publicados e inéditos, evidencia a variedade dos talentos de um romancista, poeta e cantor singular, lírico e filosófico, terno e corrosivo, feroz e generoso. Inclui novos poemas sobre a guerra, o arrependimento e a amizade, as letras das canções dos seus últimos quatro álbuns, fragmentos dos cadernos que guardou desde a adolescência e uma série de autorretratos e outros desenhos.

No conjunto, reflete uma sensibilidade que oscila entre o carnal e o místico, a melancolia e o apego à vida, a irreverência e o ceticismo, o perfil de alguém que enfrentou a morte com a mesma inteireza com que viveu.


A Chama (trad. Inês Dias) e outras obras de Leonard Cohen estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/leonard-cohen/

Sobre Veneza, Um Interior, de Javier Marías

 



«Veneza produz simultaneamente duas sensações na aparência contraditórias: por um lado, é a cidade mais homogénea — ou, se se prefere, harmoniosa — de todas as que conheci. Por homogénea ou por harmoniosa entendo principalmente o seguinte: que qualquer ponto da cidade, qualquer espaço luminoso e aberto ou recanto escondido e brumoso que, com água ou sem ela, entre a cada instante no campo visual do espectador é inequívoco, isto é, não pode pertencer a nenhuma outra cidade, não pode confundir-se com outra paisagem urbana, não suscita reminiscências; é, portanto, tudo menos indiferente. (…)

Por outro lado (e aqui está o contraditório), poucas cidades parecem mais extensas e fragmentadas, com distâncias mais intransponíveis ou lugares que provoquem uma maior sensação de isolamento.»


Esta e outras obras de Javier Marías estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/javier-marias/


20.9.20

Adaptação de David Copperfield, de Charles Dickens, nos cinemas portugueses

 



Estreou esta semana nos cinemas portugueses «A Vida Extraordinária de Copperfield», de Armando Iannucci, que adapta o romance de Charles Dickens. O filme conta com a participação de Dev Patel, Hugh Laurie, Tilda Swinton e Ben Wishaw.


David Copperfield conta-nos a aventura de um rapaz, desde a infância infeliz até à descoberta da sua verdadeira vocação, a de romancista. Entre os fantásticos personagens do livro estão o seu padrasto, o senhor Murdstone; Steerforth, o brilhante mas desprezível colega de escola; a formidável tia Betsey Trotwood; o humilde e traiçoeiro Uriah Heep; a frívola e encantadora Dora; e ainda Micawber, uma das maiores criações cómicas da literatura de todos os tempos.​

Em David Copperfield, romance considerado por Dickens como o seu favorito, o autor baseou-se na sua própria experiência para criar um mundo de tragédia e comédia, ingenuidade e desilusão.​


David Copperfield e outras obras de Charles Dickens estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/charles-dickens/


19.9.20

Sobre A Praia de Noite, de Elena Ferrante

 



Entusiasmada com o seu gato branco e preto, Mati parece esquecer-se da sua boneca na praia.

É assim que Celina vai passar uma interminável noite sob as ameaças do Banheiro Cruel do Sol-Posto e do Grande Ancinho.

À luz das chamas de um incêndio, a noite transforma-se numa aventura fantástica e terrível que só termina ao nascer do Sol. 

A história é acompanhada pelas magníficas ilustrações a cores de Mara Cerri.


A Praia de Noite e outras obras de Elena Ferrante estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/elena-ferrante/

18.9.20

Homenagem aos tradutores, em mês de celebração da Feira do Livro de Lisboa

 

A Agenda Cultural de Lisboa falou com cinco tradutores, entre os quais Margarida Vale de Gato e Paulo Faria, também autores, que, respectivamente, traduziram para a Relógio D’Água, entre outras obras, O Pangolim e Outros Poemas, de Marianne Moore, e O Mistério de Edwin Drood, de Charles Dickens.


O Pangolim e Outros Poemas e outras obras traduzidas por Margarida Vale de Gato estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/tradutor/margarida-vale-de-gato/


O Mistério de Edwin Drood e outras obras traduzidas por Paulo Faria estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/tradutor/paulo-faria/