27.6.14

Assim para Nós Haja Perdão no ípsilon de 27 de Junho



 


O livro de A. M. Homes, Assim para Nós Haja Perdão, tem vindo a ser descoberto pelos críticos e leitores.
No ípsilon de hoje, José Riço Direitinho, mostra-se particularmente caloroso em relação à autora de O Fim de Alice (a reeditar em breve pela Relógio D’Água):
«Toda esta sequência se desenrola nas primeiras dezenas de páginas de Assim para Nós Haja Perdão, da escritora norte-americana A. M. Homes (n. 1961), que em forma de tragicomédia familiar faz um retrato cruel e irónico da falência noral da sociedade americana. Mais do que um romance sobre relações familiares disfuncionais, este é um mergulho nas águas negras dos distúrbios trazidos pelo absurdo da modernidade à vida dos americanos — A. M. Homes aventura-se numa espécie de estudo anatómico das obsessões “modernas”, dissecando uma mistura estranha de medos (nas suas variantes neuróticas) e de paranóias por vezes delirantes. Fá-lo um pouco (embora de maneira muito mais realista, e com uma outra linguagem) ao jeito de Don DeLillo, autor que tem tomado nota dos mais ímpares distúrbios da vida colectiva norte-americana, escrevendo sobre política e poder, terrorismo, espectáculo e fama, ou seja, sobre os principais acontecimentos da história contemporânea.»

26.6.14

Sobre Crónicas do Mal de Amor, de Elena Ferrante





No programa Livro do Dia de 26 de Junho de 2014, na TSF, Carlos Vaz Marques falou sobre a trilogia Crónicas do Mal de Amor, de Elena Ferrante.
O programa pode ser ouvido aqui.

 

25.6.14

Lançamento do Livro Imagem da Fotografia de Bernardo Pinto de Almeida


 



O livro Imagem da Fotografia, de Bernardo Pinto de Almeida, será lançado na Livraria da Fundação de Serralves, amanhã, quinta-feira, 26 de Junho, às 18.00h.

A obra será apresentada por Sérgio Mah.

«O autor deste livro prossegue como melhor lhe apraz, é um piloto num voo de reconhecimento, e no seu diário de bordo o mapa regista uma geografia tão variável que desconcerta. Agora sobrevoamos um pico alpino, viramos a página e já voamos sobre o mar, mais outra página e é campo aberto, e depois um deserto, e um estuário, e uma selva, e os arranha-céus iluminados de uma metrópole; e se primeiro fazia um sol esplendoroso que permitia distinguir nitidamente a paisagem, de repente embrenhámo-nos por entre as nuvens; é a nebulosidade da dúvida, porque surgiu uma dúvida ao piloto, e por nossa vez somos assaltados pela dúvida. E ainda bem, porque às vezes o sol em demasia cega-nos; antes a dúvida, é mais fecunda. É um voo vagabundo, como é vagabundo o pensamento, ou como é vagabunda a rêverie, que todavia, como sabemos, possui uma lógica inflexível.» [Do Prefácio de Antonio Tabucchi]

A chegar às livrarias: Ao Volante pela Cidade: Paulo Mendes da Rocha, de Manuel Graça Dias





«Conheci Paulo Mendes da Rocha em 1987, em São Paulo, era ele Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Ficámos amigos muito depressa. Lembro-me de ter ido a sua casa num sábado, ao fim da manhã, para almoçar, com o pretexto de, em seguida, vermos algumas obras relevantes na cidade (suas também, que eram as que já então mais me apetecia conhecer).
Era noite ou crepúsculo em São Paulo quando nos despedimos e eu fiquei, desde então, ligado a este homem, às suas lições de vida e de arquitectura, preso à serena discordância com que enfrentava o mundo mais grosseiro que nos cerca a todos, como respondia e construía um discurso de firme resistência e radicalidade com a bonomia de gostar da vida, das pessoas, dos prazeres da vida.
Em Junho de 1999, numa das suas passagens por Lisboa, convidei-o para um “passeio” muito específico. Fazia eu, nessa altura, um programa radiofónico para a TSF, “Ao volante pela cidade”, no qual entrevistava arquitectos, ao sabor do que se ia vendo através de uma viagem de automóvel em que eu conduzia, por ruas e troços de cidade que, na generalidade, os convidados me iam indicando.
Consistia o desafio principal do modelo, em conseguir fazer compreender aos ouvintes aquilo que ia desfilando pelo nosso olhar em movimento.
Paulo Mendes da Rocha aderiu, entusiasmado, ao desafio, e fui eu, o entrevistador, desta vez, a guiar o entrevistado ao longo de várias ruas, praças, largos, becos, mas também vias rápidas, pedaços mais antigos, estabilizados, ou, pelo contrário, mais recentes de Lisboa, no sentido de lhe ir ouvindo as reflexões ou de lhe provocar os comentários.
Beneficiando da razoável fluidez de mobilidade automóvel de um feriado em Lisboa (gravámos esta conversa a 3 de Junho de 1999, dia de Corpo de Deus nesse ano), a variedade do material recolhido foi emitida, depois, durante três programas distintos.
Percorri os mesmos lugares, mais de dez anos depois, procurando fotografar pontos de vista semelhantes àqueles que em 1999 tinham provocado as observações de Paulo Mendes da Rocha; a paisagem da cidade, em mutação lenta, ofereceu pouca resistência e pude cumprir com relativo sucesso o objectivo de fazer acompanhar o essencial do que foi sendo dito com as imagens que o motivaram, praticamente nas mesmas condições de luz e Primavera quente, na mesma aproximação de cidade semideserta, no mesmo intervalo rápido da quase manhã que memorizara.
Acabei também, de novo, a beber café e águas no quiosque do Jardim das Amoreiras, uma deliciosa “providência para acautelar o desastre”!»

24.6.14

Sobre Vinte Degraus e Outros Contos, de Hélia Correia






«Podemos aproximar estes 11 contos de certos quadros de Paula Rego, ou de alguma ficção gótica vitoriana.O “feminino” está sempre em questão, e é um feminino perigoso, animalesco, com meninas talvez inocentes que recebem lições ambíguas, com putas aleijadas e por isso fascinantes, ou com personagens saídas directamente do Amor de Perdição ou da família Brontë. (…) A escrita de H. C., densa e demorada, sugere mais afinidades com a intemperança romanesca do que a concisão típica do conto; ainda assim, encontramos bastantes fórmulas ousadas, caracterizações enigmáticas, desenlaces inesperados. E momentos que não começam nem acabam, que apenas prolongam uma vida secreta, orgânica, vegetal.» [Pedro Mexia, Expresso, Atual, 21-06-2014]

Sobre Ensaios Escolhidos, de Virginia Woolf





«Alguém já tinha dito que o mundo existe para acabar num livro. Woolf prefere sugerir que existe — pelo menos o mundo tal como o conhecemos — para podermos ler muitos livros. Tal foi, sem dúvida, o seu exemplo pessoal. Como tantos escritores, ela era uma grande leitora, e os seus pensamentos sobre literatura não são menos interessantes do que os mais interessantes dos seus romances. Aqui há textos sobre Austen, Sterne, Conrad, Defoe, Hardy e Turgueniev; sobre as formas de ler, a ficção moderna (com o devido crédito aos russos), a literatura do sobrenatural, o romance gótico, os clássicos gregos, as mulheres na ficção (enquanto personagens e enquanto autoras), a aete da biografia; sobre a experiência de estar doente, opções profissionais; o cinema (uma visão algo redutora); e, por fim, sobre o próprio ensaio enquanto género.» [Luís M. Faria, Expresso, Atual, 21-06-2014]

23.6.14

Sobre A Nave dos Loucos, de Katherine Anne Porter






«A Nave dos Loucos, exemplo “imperfeito” e exaltante do modernismo na literatura, é uma “monstruosidade” que retrata um tempo de deformidades morais, cívicas, políticas e sociais. Os seus intervenientes, aprisionados num navio — o que remete para o sanatório de A Montanha Mágica, de Thomas Mann, com a mesma atmosfera claustrofóbica —, são empurrados, num espaço sem referências como é o oceano, para um final (uma “chegada”) trágico e inexorável. Porter estilhaça sistematicamente a narrativa e persegue, como uma câmara de filmar desgovernada, as várias personagens, à medida que revela o que elas fazem, vêem e pensam. (…) Todo o romance funciona como uma alegoria da perene vulnerabilidade e da imparável loucura dos seres humanos — não existe uma única personagem que seja heróica, gloriosa, exemplar — centrada numa altura específica, a da escalada dos regimes totalitários. A viagem é uma travessia marcada pela incerteza, mas o que espera os viajantes é a danação e não a salvação.» [Helena Vasconcelos, Público, ípsilon, 20-6-2014]

Lançamento do Livro Imagem da Fotografia de Bernardo Pinto de Almeida






 
O livro Imagem da Fotografia, de Bernardo Pinto de Almeida, será lançado na Livraria da Fundação de Serralves, na próxima quinta-feira, 26 de Junho, às 18.00h.

A obra será apresentada por Sérgio Mah.


«O autor deste livro prossegue como melhor lhe apraz, é um piloto num voo de reconhecimento, e no seu diário de bordo o mapa regista uma geografia tão variável que desconcerta. Agora sobrevoamos um pico alpino, viramos a página e já voamos sobre o mar, mais outra página e é campo aberto, e depois um deserto, e um estuário, e uma selva, e os arranha-céus iluminados de uma metrópole; e se primeiro fazia um sol esplendoroso que permitia distinguir nitidamente a paisagem, de repente embrenhámo-nos por entre as nuvens; é a nebulosidade da dúvida, porque surgiu uma dúvida ao piloto, e por nossa vez somos assaltados pela dúvida. E ainda bem, porque às vezes o sol em demasia cega-nos; antes a dúvida, é mais fecunda. É um voo vagabundo, como é vagabundo o pensamento, ou como é vagabunda a rêverie, que todavia, como sabemos, possui uma lógica inflexível.» [Do Prefácio de Antonio Tabucchi]

17.6.14

Sobre A Morte de Virgílio, de Hermann Broch






«Trinta anos depois da sua primeira edição, regressa, em ortografia não adulterada, esta obra-prima do escritor austríaco sobre o vate romano. Virgílio chega a Brindisi, vindo da Grécia, na comitiva de Augusto. Sabe que vai morrer sem concluir a Eneida e, para que a posteridade não conheça o seu fracasso, decide queimar o poema: “Oh, poesia é espera, ainda não partida, mas constante despedida.”»
[José Guardado Moreira, Expresso, Atual, 13-6-2014]

José Gil em encontro na Fnac de Santa Catarina




 

José Gil esteve no passado dia 13 de Junho num encontro com os leitores para apresentação do seu livro mais recente, Pulsações. O evento realizou-se na Fnac de Santa Catarina, no Porto, e foi moderado pelo jornalista Tito Couto.
Pulsações reúne textos sobre política e outros acontecimentos publicados na Visão entre 2005 e 2014.



«O objectivo do autor foi procurar extrair sentido de uma acção política, de relações raramente analisadas (entre a democracia e as crianças, por exemplo), de analisar comportamentos extraordinários para os situar e poder compreender. (…) Procurou-se, sempre, detectar forças de vida, isolá-las, separá-las e libertá-las pela análise — quando, num acontecimento ou numa experiência, na iniciativa política de um Governo, na decisão de um estadista, na prática e no discurso dos responsáveis políticos, elas se confundiam com forças mortíferas. Desfazer a confusão, trazer à superfície o máximo de sentido libertado, eis a finalidade destes escritos.» [Do Prefácio]

16.6.14

Livros da Relógio D’Água na nova Ler






Acaba de sair a Ler em nova versão trimestral.
A revista mantém a grande entrevista, neste caso ao jornalista Ferreira Fernandes, tem textos mais longos, evita a dispersão da crítica fragmentária e publica um conto e alguns ensaios.
A sua abertura à literatura do «espaço lusófono» reflecte o trajecto geográfico e cultural do director, Francisco José Viegas.
As crónicas são em parte substituídas por textos de correspondentes.
Na escolha inicial de 19 livros, são destacados dois da Relógio D’Água: A Planície, de Jhumpa Lahiri; e Sobre Literatura, de Umberto Eco.




«Jhumpa Lahiri escreve sem deixar rasto, com uma leveza perturbada e delicada, “como se fosse um fino tapete escorregadio colocado sobre o caminho”.» (p. 3)




«A diferença entre a erudição e o aborrecimento está largamente comprovada na colecção de ensaios reunidos neste livro de Eco – o mesmíssimo autor de O Nome da Rosa e de O Pêndulo de Foucault, dois notáveis divertimentos romanescos que só um erudito podia ter escrito para fugir ao aborrecimento (isto também explica o horror que lhes têm os leitores incapazes de rir).» (p.3)




Nas «Leituras Miúdas», de Carla Maia de Almeida, um dos livros escolhidos é Mary Poppins, acabado de publicar pela Relógio D’água em tradução de José Miguel Silva: «Com Emma Thompson no papel de P. L. Travers, um filme sobre a autora de Mary Poppins e a sua relação com Walt Disney remete-nos para o livro publicado em 1934. Há agora uma bela edição em português.» (p. 25)




O dossiê principal da revista é um texto de António Mega Ferreira, retirado das suas conferências «Viagens pela Literatura Europeia». Mega Ferreira destaca a importância de Dostoievski e Tolstoi, e neste caso de Guerra e Paz, que considera «um romance de uma vastidão quase sobre-humana» (p. 120).

«Tolstoi e Dostoievski. Cada um à sua maneira, pode dizer-se qua ninguém marcou mais profundamente o devir da forma romanesca do que estes dois escritores colossais, autores de obras tão densas quanto inovadoras, que constituem, aos olhos do ocidente europeu, o momento incial aparente da literatura russa.» (p. 118)

 
Enfim, desejos de boa sorte para a Ler regressada a uma versão trimestral.

 

Bloomsday






Passa hoje o aniversário do dia do encontro de Nora Barnacle com James Joyce em Dublin, dia que seria escolhido para a narração de Ulisses.
A edição da Relógio D’Água é destacada no Facebook do Ireland Literature Exchange.

A chegar às livrarias: Olhos Azuis Cabelo Preto, de Marguerite Duras






«É a história de um amor, o maior e mais terrível sobre que me foi dado escrever. Eu sei-o. Qualquer um pode ficar a sabê-lo por si.
Trata-se de um amor que não é nomeado nos romances e que também não é nomeado por aqueles que o vivem. De um sentimento que de certo modo não tem ainda o seu vocabulário, os seus hábitos e rituais. Trata-se de um amor perdido. Perdido como perdição.
Leiam o livro, leiam-no mesmo que de início o detestem. Já nada temos a perder, nem eu dos leitores, nem os leitores de mim. Leiam tudo. Leiam todas as distâncias que vos são indicadas, as dos corredores que rodeiam a história e a acalmam e nos concedem o tempo de os percorrer. Continuem a ler e de súbito terão atravessado a história, os seus risos, a sua agonia, os seus desertos.
Sinceramente vossa.

Duras»

A chegar às livrarias: Moderato Cantabile, de Marguerite Duras





«O que quer dizer moderato cantabile?
Não sei.»
Uma lição de piano, uma criança teimosa, uma mãe que ama o filho, não há expressão mais autêntica da vida tranquila numa cidade da província. Mas um súbito grito vem rasgar a trama, revelando sob a contenção de uma narrativa de aparência clássica uma tensão que vai crescendo até ao paroxismo final.


«Porque é que o grito súbito de uma desconhecida e a visão do seu corpo ensanguentado perturbaram de tal modo Anne Desbaresdes, que é uma mulher jovem e rica, ligada apenas ao seu filho? Porque é que voltou ao café do porto, onde o cadáver da desconhecida desabara ao cair do dia? Porque é que interroga um outro desconhecido, Chauvin, uma testemunha como ela? Uma estranha embriaguez apodera-se dela, os copos de vinho que pede, e que bebe lentamente, são apenas pretextos. Volta todos os dias ao local do crime que outra pessoa cometeu e de cada vez interroga mais, fala um pouco mais longamente.»
Dominique Aury

 
«Moderato Cantabile poderia definir-se como sendo Madame Bovary reescrito por Béla Bartók, se não se tratasse, antes de mais, de um romance de Marguerite Duras (que não se parece com ninguém) e do seu melhor livro (o que é dizer muito).»
Claude Roy

12.6.14

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 15 de Junho de 2014




 

A Viagem do Beagle, de Charles Darwin

Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa

Pela Estrada Fora — O Rolo Original, de Jack Kerouac

Anna Karénina, de Lev Tolstoi (ed. cartonada)

As Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll (ed. brochada)

Sessão de Autógrafos de António Barreto: 14 de Junho de 2014







António Barreto estará sábado, 14 de Junho, às 17h00, na Feira do Livro de Lisboa, no pavilhão A67 da Relógio D’Água, para autografar Anos Difíceis; Fotografias, e outras obras.

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 14 de Junho de 2014






Contos, de Andersen

Crime e Castigo, de Fiódor Dostoievski

A Espuma dos Dias, de Boris Vian

Contos (vol. I), Tchékhov

Musicofilia, de Oliver Sacks

Sessão de Autógrafos de Hélia Correia: 13 de Junho de 2014






Sexta-feira, 13 de Junho, às 18h00, Hélia Correia estará na Feira do Livro de Lisboa junto aos pavilhões da Relógio D’Água para autografar Vinte Degraus e Outros Contos; A Terceira Miséria; Lillias Fraser, e outras obras.

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 13 de Junho de 2014







As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain

Moby Dick, de Herman Melville

O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

A Arte da Guerra, de Sun Tzu

Pulsações, novo livro de José Gil, apresentado no Porto





Pulsações, de José Gil, será apresentado na Fnac de Santa Catarina, no Porto, amanhã, sexta-feira, 13 de Junho, às 18.00h.
O encontro com o autor será moderato pelo jornalista Tito Couto.
Este novo livro de José Gil reúne textos publicados nos últimos dez anos.
O seu pano de fundo é a questão:
«Porque é que os portugueses se resignam? Porque é que não se revoltam? Porque é que admitem tanta prepotência medíocre dos que os humilham, esmagam, lhes retiram, dia após dia, as energias tão fundamentais para o país? Mais concretamente: que mecanismos impedem os portugueses de se exprimirem em democracia, permitindo ao mesmo tempo a proliferação da asneira governativa?»

Sobre Contos, de Tchékhov (volumes VIII e IX)






 
«A arte narrativa de Anton Tchékhov radica nessa capacidade de dizer o banal. Muito antes de Carver, Tchékhov fez do quotidiano e das minúsculas incidências com que a vida nos distrai o tesouro da sua escrita. Ao contrário de Dostoiévski e de Tolstói, não se espraiou, em extensos tomos, a explorar as cavernas do inconsciente e as galerias mal iluminadas da culpa, nem se ocupou a contemplar o duplo gume do dever. Sintomaticamente, elegeu o conto, o teatro e, dentro deste, não recusou as formas (literalmente) menores, como a farsa.» [Hugo Pinto Santos, Time Out, 11-6-2014]

Sessão de Autógrafos de Hélia Correia: 13 de Junho de 2014






Sexta-feira, 13 de Junho, às 18h00, Hélia Correia estará na Feira do Livro de Lisboa junto aos pavilhões da Relógio D’Água para autografar Vinte Degraus e Outros Contos; A Terceira Miséria; Lillias Fraser, e outras obras.


Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 12 de Junho de 2014





 

O Vermelho e o Negro, de Stendhal

Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf

Violência, de Slavoj Zizek

As Flores do Mal, de Charles Baudelaire

A Ilha Encantada – Versão para Jovens de A Tempestade, de Hélia Correia

11.6.14

Feira do Livro de Lisboa — Livros do Dia 11 de Junho de 2014



 

Rimas de Berço, de Paula Rego

Jane Eyre, de Charlotte Brontë

Fausto (brochado), de Goethe

Laços de Família, de Clarice Lispector

A Condição Humana, de Hannah Arendt

9.6.14

Feira do Livro de Lisboa — Livros do Dia 10 de Junho de 2014




 

O Amor de Uma Boa Mulher, de Alice Munro

Pensamentos, de Oscar Wilde

As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift

Os Irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoievski

Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política, de Walter Benjamin

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia - 9 de Junho de 2014





A Educação Sentimental, de Gustave Flaubert

Orlando, de Virginia Woolf

O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett

Antologia, de Pablo Neruda

Autobiografia Intelectual, de Sigmund Freud

6.6.14

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 8 de Junho de 2014





O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett

Contos (vol. I), Tchékhov

O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald

Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, de Pablo Neruda

Errata, de George Steiner

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 7 de Junho de 2014





As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi

Em busca do Tempo Perdido – Vol. I, de Marcel Proust

Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares

De Olhos Abertos, de Marguerite Yourcenar

Portugal, Hoje – O Medo de Existir, de José Gil

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 6 de Junho de 2014




 

Contos, dos Irmãos Grimm

Moby Dick, de Herman Melville

Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector

Contos (vol. III), Tchékhov

Elogio da Sombra, de Junichiro Tanizaki

Sessões de Autógrafos - Feira do Livro de Lisboa 2014







José Gil
Sábado, 7 de Junho, às 18h00
Para autografar Pulsações; Cansaço, Tédio, Desassossego; Portugal, Hoje – O Medo de Existir, e outras obras.




António Barreto
Terça-feira, 10 de Junho, às 17h00
Para autografar Anos Difíceis; Fotografias, e outras obras.

5.6.14

Bovary no Teatro São Luiz




Canções Mexicanas nomeado para Prémio Portugal Telecom de Literatura





Gonçalo M. Tavares é um dos 64 nomeados para a 12.ª edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura. Nesta primeira fase foram seleccionados 64 títulos entre os 490 inscritos, escolhidos por um painel de 220 especialistas. Divididos em três categorias, foram indicados 22 livros de poesia, 20 romances e 22 livros de crónica ou conto (12 livros de crónica e 10 livros de conto).
Gonçalo M. Tavares, com Matteo Perdeu o Emprego, está nomeados para a categoria romance. E, em conto ou crónica, Gonçalo M. Tavares aparece com Canções Mexicanas, publicado em Portugal pela editora Relógio D’Água.

Novidade: Ressurgir, de Margaret Atwood






Ressurgir é o segundo romance de Margaret Atwood e nele são já visíveis os traços essenciais da sua ficção.
Uma jovem mulher viaja até à remota ilha da sua infância, com o companheiro e um casal amigo, para investigar o misterioso desaparecimento do seu pai. Após a chegada à ilha, antigos segredos afloram à superfície do lago que os rodeia, com objetos nele afundados.
Imersa nas suas memórias, a narradora compreende que regressar a casa é não apenas voltar a outro lugar, mas também a outro tempo. E depois de descobrir uma caverna submersa com pinturas rupestres, imagina-se em fusão anímica com a natureza.
Ressurgir é um romance preocupado com as fronteiras da língua, da identidade nacional, da família, do sexo e dos corpos, tendo como pano de fundo um Canadá rural, transformado pelo comércio, a construção, o turismo e a engrenagem dos média.

Novidade: O Choque da Queda, de Nathan Filer






«Vou contar o que se passou porque será uma boa maneira de apresentar o meu irmão. Chama-se Simon. Acho que vão gostar dele. Eu gosto, a sério. Mas daqui a duas páginas ele estará morto. E, depois disso, o Simon nunca mais foi o mesmo.»

 

«Um romance deslumbrante. Repleto de ambição e de uma escrita requintada, é também chocante, pungente e comovedor. A escrita é tão bem conseguida que se torna complicado acreditar que é uma estreia – é claramente o trabalho de um grande novo talento.» [S. J. Watson]

«Uma envolvente história sobre mágoa, loucura e perda. Filer tem um talento para escrever sobre a comédia negra da vida, e Matthew é uma carismática personagem que nos arrasta para o seu mundo mesmo quando este se desmorona.» [Observer Magazine]

Novidade: Crónicas do Mal de Amor, de Elena Ferrante







«Ferrante disse que gosta de escrever histórias “em que a escrita é clara, honesta, e em que os factos — os factos da vida normal — prendem extraordinariamente o leitor”. Com efeito, a sua prosa possui uma clareza despojada, e é muitas vezes aforística e contida (…). Mas o que os seus primeiros romances têm de electrizante é que, ao acompanhar complacentemente as situações desesperadas das suas personagens, a própria escrita de Ferrante não conhece limites, está ansiosa por levar cada pensamento para diante, até à sua mais radical conclusão, e para trás, até à sua mais radical origem. Isto é sobretudo óbvio na forma destemida como os seus narradores femininos pensam sobre filhos e sobre maternidade.» [Do Prefácio de James Wood]

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 5 de Junho de 2014



 

O Desejo de Ser Inútil, de Hugo Pratt

O Diabo e Outros Contos, de Lev Tolstói

Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, Clarice Lispector

O Vermelho e o Negro, de Stendhal

O Nascimento da Tragédia, de Friedrich Nietzsche

4.6.14

Sobre Contos e Diários, de Isaac Bábel






«Contos e Diários, de Isaac Bábel (1894-1940), desta vez traduzidos por Nina Guerra e Filipe Guerra, repõe na íntegra vários textos “anteriormente amputados”. Feita a partir do russo, a tradução apoia-se na mais recente edição (2012) das obras do autor. (…) A prosa de Bábel desvia-se do cânone do realismo socialista, e é sobretudo nos diários que a linha de fractura se torna nítida. Antes de ser preso e torturado pelo KGB, a progressiva marginalização levou-o a afirmar, num congresso de escritores, que estava a tornar-se”mestre de um novo género literário, o do silêncio”. Em pouco tempo, a obra seria sucessivamente proibida, confiscada e, parte dela, destruída. A tímida reabilitação chegaria só no fim dos anos 1950. Publicou a Relógio D’Água.»

[Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura, a propósito de crítica na revista Sábado de 29 de Maio]

Sobre Sobre Literatura, de Umberto Eco






«Sobre Literatura, de Umberto Eco (n. 1932), volume que colige ensaios de vária proveniência, “adaptados para este livro, umas vezes abreviados, outras ampliados, outras ainda desbastados de referências demasiado ligadas à situação” que os determinou. (…) Como sucede com todos os grandes criadores, a escrita é limpa, sedutora, sem ademanes escolásticos. Sem surpresa, o texto inicial, “Sobre algumas funções da literatura”, revela-se um prodígio de clareza: “A literatura, contribuindo para formar a língua, cria identidade e comunidade.”» [Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura, a propósito de crítica na revista Sábado de 29 de Maio]

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 4 de Junho de 2014







A Aventura no Vale, de Enid Blyton

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

Este País não É para Velhos, de Cormac McCarthy

Sonetos, de Florbela Espanca

Assim Falava Zaratustra, de Friedrich Nietzsche

3.6.14

Sobre Assim para Nós Haja Perdão, de A. M. Homes






«Este romance é como um terramoto de forte intensidade seguido de poderosas réplicas que continuam aquele ímpeto, mesmo que em grau comparativamente menor. O abalo, esse, é o mesmo. A. M. Homes concentrou nas primeiras páginas de Assim para Nós Haja Perdão o núcleo de tudo, e (quase) todos os segredos da narrativa, sem guardar o trunfo para a última jogada. A sua técnica consiste em prolongar a partida até ninguém ficar de pé. No fundo, é isso que consegue.» [Hugo Pinto Santos, Time Out, 28-5-2014]

Novidade: A Torre Inclinada e Outros Contos de Katherine Anne Porter





Além do romance A Nave dos Loucos, Katherine Anne Porter escreveu também narrativas breves.
Este volume reúne duas antologias dos seus contos, A Torre Inclinada e Judas em Flor.


«Miss Porter escreve inglês com uma pureza e uma exactidão talvez únicas na ficção contemporânea.» [Edmund Wilson]


«A singularidade de Katherine Anne Porter como escritora é a sua exacta exploração de todos os aspectos da consciência da vida. A sua prosa é rigorosa e precisa, as suas ironias subtis mas audaciosas.» [V. S. Pritchett, New Statesman]

 
Collected Stories de Katherine Anne Porter recebeu o National Book Award e o Pulitzer Prize.