2.4.23

Sobre Orlando, de Virginia Woolf

 



«Da magnífica residência dos Sackville-West, o castelo de Knole, Virginia faz a moldura da sua biografia fantástica; de Vita, herdeira de uma das maiores famílias de Inglaterra, o modelo do seu herói. Homem e depois mulher, mas sobretudo homem e mulher, Orlando poderia ter saído com todas as suas armas do cérebro do Aristófanes do Banquete (…) Virginia Woolf não se sente apenas tentada pela originalidade antropológica de Orlando. O que a interessa no personagem é a inumerável variedade de combinações possíveis que permite a ausência das obrigações humanas habituais. (…) Tesoureiro ou embaixador, perseguidor de raparigas ou musa de espíritos apaixonados pela beleza, melancólico ou exaltado, trocando as calças pelas saias ou refugiando-se na sua tebaida de campo para escrever o seu poema, a sua natureza dupla presenteia-o não com duas nem com dez, mas com cem vidas diferentes.» [Monique Nathan, em Virginia Woolf]


Orlando (trad. Ana Luísa Faria) e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/

1.4.23

Sobre Almas Mortas, de Nikolai Gógol

 



Almas Mortas é o grande romance de Nikolai Gógol, autor ucraniano que escreveu em russo.

A narrativa começa com a chegada de Tchítchikov a uma cidade provinciana da Rússia czarista, onde os servos estão presos à terra dos grandes proprietários. Divertido, astucioso, mundano, Tchítchikov seduz rapidamente os locais e cativa as mulheres com as suas boas maneiras, mas depressa se revela a estranheza das suas intenções ao serviço de um imaginativo negócio. Tchítchikov pretende comprar «almas mortas», isto é, servos já falecidos mas que ainda constam do recenseamento como vivos. A operação é facilitada pelo facto de os proprietários terem de pagar impostos pelos servos, incluindo os que morreram nos últimos anos.

Verdadeira comédia negra, o romance denuncia as fraquezas do Império Russo, a corrupção das elites e a miséria dos camponeses. Pelo livro desfilam personagens que vão desde a velha proprietária avarenta e alcoólica ou dos militares obcecados com o jogo até aos funcionários venais e às mulheres atentas às modas moscovitas.

A primeira parte da obra foi publicada em 1842 e provocou escândalo, o que levou Gógol a queimar os manuscritos do segundo tomo, de que só uma parte foi resgatada.


Almas Mortas (trad. Nailia Baldé) e outras obras de Nikolai Gógol estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/nikolai-gogol/

Sobre Será o Cozinheiro Boa Pessoa?, de Javier Marías

 



Na última edição de As Causas, José Miguel Júdice sugere a leitura de Será o Cozinheiro Boa Pessoa?, um «livro exemplar na luta pela civilização, na luta contra os radicalismos, na luta pela democracia: a recolha de crónicas de Javier Marías — só talvez o grande romancista das últimas décadas — que ele publicava no El País». [SIC Notícias, 29-3-2023]


Será o Cozinheiro Boa Pessoa? (trad. Miguel Serras Pereira) e outras obras de Javier Marías estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/javier-marias/


31.3.23

Sobre Jane Eyre, de Charlotte Brontë

 



Jane Eyre, criança órfã, cresceu em casa da tia, onde a solidão e a crueldade imperavam, e ainda numa escola de caridade com um regime severo. Esta infância fortaleceu, no entanto, o seu espírito de independência, que se revela crucial quando ocupa o lugar de preceptora em Thornfield Hall. Porém, quando se apaixona por Mr. Rochester, o seu patrão, um homem de grande ironia e cinismo, a descoberta de um dos seus segredos força-a a uma opção. Deverá ficar com ele e viver com as consequências disso, ou seguir as suas convicções, mesmo que para tal tenha de abandonar o homem que ama?

Publicado em 1847, Jane Eyre chocou inúmeros leitores com a sua apaixonada e intensa descrição da busca de uma mulher pela igualdade e a liberdade.


«A obra-prima de um grande génio.» [William Makepeace Thackeray]


Jane Eyre (trad. Mécia e João Gaspar Simões) e uma selecção de poemas de Charlotte Brontë (trad. Ana Maria Chaves) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/charlotte-bronte/

Sobre Reflexos Primitivos, de Peter Sloterdijk

 



Em que tempo vivemos quando as fake news perturbam até os políticos mais experimentados, os eleitores aceitam a incompetência e a mentira é transformada em verdade oficial por vários governos?

Os ensaios reunidos neste livro abordam temas atuais, a emigração, o avanço dos populismos e da sua visão simplista do mundo, os meios de comunicação, a linguagem e a coesão social.

O mais importante filósofo europeu atual desvenda o funcionamento das modernas sociedades capitalistas, discutindo o senso comum e as ideias preestabelecidas.


Reflexos Primitivos (tradução de Ana Falcão Bastos) e outras obras de Peter Sloterdijk estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/peter-sloterdijk/

Sobre Passagem para a Índia, de E. M. Forster

 



Adela Quested chegou à cidade indiana de Chandrapore para casar. Acompanhada pela Sr.ª Moore, tornam-se amigas do Dr. Aziz, que se oferece para lhes mostrar as Grutas Marabar.

Mas à medida que exploram as grutas ocorre um acidente, e Aziz é acusado e detido. Enquanto o médico aguarda julgamento, a opinião dos britânicos e dos súbditos indianos divide-se entre a sua culpa e inocência, e as tensões surgidas ameaçam transformar-se em violência.


«Um dos romancistas ingleses mais estimados do seu tempo.» [The Times]


«De uma enorme mestria.» [Anita Desai]


Passagem para a Índia (trad. Bernardette Pinto Leite) e Um Quarto com Vista (trad. Manuel de Seabra) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/e-m-forster/

Sobre Uma Viagem à Índia, de Gonçalo M. Tavares

 



«É um livro cheio de fantasmas, fantasmas d’Os Lusíadas, fantasmas do homem contemporâneo, uma viagem, uma anti-epopeia, e é um livro extraordinário. Estou convencido de que dentro de cem anos ainda haverá teses de doutoramento sobre passagens e fragmentos.» [Vasco Graça Moura]


Esta e outras obras de Gonçalo M. Tavares estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/