«Aqui está o retrato de uma condição, a condição dos que dependem da sorte ou do azar que tiveram, desde logo com o nascimento; aqui estão os caminheiros, os desocupados, os bêbedos, os soldados, os operários, os funcionários, as prostitutas; aqui está o despojamento e o empenhamento “à americana”, os ditos e os não-ditos, um pouco Steinbeck, um pouco Hemingway. É literatura dos anos 40, e Cardoso Pires sente a necessidade de declarar numa nota introdutória que a miséria, continuando um facto em 63, continuava tema digno de literatura. […]
É fácil reconhecer alguns méritos a estes contos: os animados diálogos de um grupo de homens num comboio, uns guardas, outros detidos, e a ideia de que no fundo estão todos presos; a falta que faz uma máquina de escrever a determinada personagem, talvez para uma vida burocrática, talvez, fica a suspeita, para outro tipo de vocação; o contraste entre banais discussões domésticas e as páginas escapistas de um romance que o marido vai lendo.» [Pedro Mexia, E, Expresso, 19/6/2022: https://expresso.pt/revista/culturas/livros/2022-06-19-Jogos-de-Azar-de-Jose-Cardoso-Pires-contos-de-um-Portugal-que-nunca-mais-acaba-13d42157]
Jogos de Azar e outras obras de José Cardoso Pires estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-cardoso-pires/
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