22.6.22

Sobre Cartas de Amor, de Virginia Woolf e Vita Sackville-West (tradução de Margarida Periquito)

 



Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Cartas de Amor, de Virginia Woolf e Vita Sackville-West (tradução de Margarida Periquito)


Num jantar a 15 de Dezembro de 1922, Virginia Woolf conheceu a escritora e aristocrata Vita Sackville-West, que lhe haveria de inspirar mais tarde a personagem de Orlando. Virginia Woolf parece não ter apreciado particularmente as opiniões de Vita, mas a impressão que esta lhe causou foi intensa.

Foi o início de uma relação amorosa, de amizade e colaboração literária. A correspondência entre elas prolongou-se por quase vinte anos, até ao suicídio de Virginia Woolf em 1941.

Através desta antologia, conhecemos a evolução dessa relação sentimental.



Virginia Woolf nasceu em Hyde Park Gate em 1882, num final de século vitoriano. O seu pai era o crítico literário Sir Leslie Stephen. Virginia teve a sua primeira crise depressiva em 1904, aquando da morte do pai. Mudou-se, em seguida, para a casa do irmão Thoby e da irmã, a pintora Vanessa Bell, em Bloomsbury, onde estes se reuniam com outros escritores e artistas, incluindo Lytton Strachey, J. Maynard Keynes e Roger Fry. Essa foi a origem do célebre Bloomsbury Group. Entre os seus participantes estava também Leonard Woolf, com quem Virginia se casou em 1912. Cinco anos mais tarde, o casal fundou a e Hogarth Press, que viria a publicar, além da própria Virginia Woolf, obras de T. S. Eliot, E. M. Forster e Katherine Mansfield, bem como traduções de Freud.

O primeiro romance de Virginia Woolf, A Viagem, foi editado em 1915, mas seria O Quarto de Jacob (1922) a suscitar o seu reconhecimento como uma escritora inovadora. Essa evolução seria confirmada em Mrs. Dalloway, onde a sua escrita captou a evanescente matéria da vida e as fugidias experiências de Clarissa, através de um tempo psicológico e reversível.

«Insubstancio, até certo ponto intencionalmente, não confiando na realidade — no que tem de reles», escreveu no seu diário em Junho de 1923, quando trabalhava em Mrs. Dalloway.

A sua abordagem modernista, caracterizada pelo uso da corrente de consciência e com ênfase na personagem e não no enredo, foi desenvolvida em Rumo ao Farol, nos monólogos de As Ondas, em Entre os Actos e em vários dos seus contos.

Virginia Woolf suicidou-se no rio Ouse a 28 de Março de 1941, em plena II Guerra Mundial.

Tinha então quase sessenta anos, publicara nove romances, sete volumes de ensaios, duas biografias e vários contos.

Antes escrevera ao seu marido: «Tenho a certeza de que vou enlouquecer outra vez. E sinto-me incapaz de enfrentar de novo um desses terríveis períodos. Começo a ouvir vozes e não consigo concentrar-me (…). Se alguém pudesse salvar-me serias tu (…). Não posso destruir a tua vida por mais tempo.»

E, finalmente, uma frase inesperada, que retoma a que Terence diz a Rachel morta, em A Viagem, seu primeiro romance:

«Não creio que dois seres pudessem ser mais felizes do que nós o fomos.»


Vita Sackville-West nasceu em Março de 1892 em Kent, Inglaterra, lha de pais aristocratas e neta de Pepita, uma dançarina espanhola. Viajou e viveu intensamente. O seu casamento com o diplomata e autor Harold Nicolson nada teve de convencional, tendo mantido diversas relações amorosas com homens e mulheres.

Escreveu poesia, sendo conhecida pelo longo poema e Land (1926). Entre os seus muitos romances, contam-se Heritage (1919), e Heir (1922), All Passion Spent (1931) e e Dark Island (1934). Foi também autora de livros sobre jardinagem e de biografias, narrativas de viagens e ensaios como Passenger to Teheran (1926), Twelve Days (1928), Saint Joan of Arc (1936), Pepita (1937) e e Eagle and e Dove (1943).

Faleceu em 1962.


Cartas de Amor e outras obras de Virginia Woolf estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/virginia-woolf/

Sem comentários:

Enviar um comentário