Morreu ontem, aos 90 anos, na sua casa em Cambridge, em Inglaterra, o crítico e filósofo George Steiner. O essencial da sua obra foi editado em Portugal pela Relógio D’Água. Entre essas obras está a sua autobiografia «Errata», «No Castelo do Barba Azul», «Gramáticas da Criação», «Depois de Babel», «Paixão Intacta», e «Nostalgia do Absoluto».
Entre os seus últimos títulos traduzidos estão «Dez Razões (Possíveis) para a Tristeza do Pensamento», «A Poesia do Pensamento», e a obra que constituiu uma espécie de despedida do autor, «Fragmentos (Um Pouco Queimados)».
«Steiner reflecte sobre a eloquência do silêncio (aquilo que não é expresso na poesia e na filosofia), as virtudes da amizade em comparação com as intensas mas efémeras do amor, sobre o potencial da educação e a raridade do talento, a realidade ontológica do mal, a omnipotência do dinheiro, os perigos da religião e a transcendência da música.
Estes aforismos luminosos, na tradição de Heraclito, podem ser lidos como outros tantos fragmentos de um auto-retrato.
No final, Steiner aborda a questão do envelhecimento. O tempo de vida tem aumentado, mas muitas vezes a decadência das capacidades físicas conduz o ser humano à indignidade. Steiner elogia o suicídio e a eutanásia como caminhos difíceis mas possíveis para a liberdade.» [Da contracapa de «Fragmentos»]
George Steiner nasceu em Paris em 1929. Mudou-se em 1940 para os EUA e obteve a licenciatura em Letras a Universidade de Chicago em 1948. Em 1950, concluiu o mestrado na Universidade de Harvard, onde recebeu o Bell Prize in American Literature. De 1950 a 1952, foi bolseiro da Fundação Cecil Rhodes na Universidade de Oxford, onde se doutorou. Juntou-se à redacção do «The Economist», em Londres, sendo depois membro do Institute for Advanced Study, em Princeton. Em 1959, recebeu o prémio O. Henry Short Story. Foi professor de Inglês e Literatura Comparada na Universidade de Genebra de 1974 a 1994 e membro da Churchill College em Cambridge a partir de 1969.
Foi também professor de Literatura Comparada na Universidade de Oxford e professor de Poesia em Harvard. Colaborou na «The New Yorker», no «The Times Literary Supplement» e no «The Guardian».
Os livros de George Steiner estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/george-steiner/
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