2.2.15

Sobre O Planeta do Sr. Sammler, de Saul Bellow





«Tem um enredo escasso, o sétimo romance de Saul Bellow, de 1970, pontuado porém por uns quantos incidentes burlescos: um carteirista apanhado no acto, uma inundação numa casa de campo, um manuscrito roubado, um desastre de avioneta. Episódios que são sobretudo uma ocasião para as divagações e diatribes de Artur Sammler. “Artur como Schopenhauer”, diz ele. Judeu polaco, sobrevivente aos nazis, educado em Londres, estudioso de Wells, o septuagenário vive numa Nova Iorque descrita, em prosa imprevisível e expressionista, como sórdida e fétida, embora vibrante. Tomam conta dele a filha solteira e uma sobrinha viúva, enquanto outro sobrinho, médico, o sustenta. Sammler é respeitado como um símbolo, como alguém que esteve quase morto, enterrado vivo. E como um intelectual, atreito a discursos sobre as civilizações. Um Toynbee ou um Canetti, em versão platónica, agostiniana, extemporânea.» [Pedro Mexia, E, Expresso, 23-1-2015]

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