28.11.25

Sobre Visitação, de Jenny Erpenbeck

 «No magnífico “Kairos” (2021), Jenny Erpenbeck usou um caso amoroso como contraponto do colapso da RDA. “Visitação” (2008) é menos fulgurante, mais seco, mas obedece a uma estratégia com umas quantas semelhanças. O prólogo situa-se na Idade do Gelo, anunciando que há “eras” na Terra. E logo é introduzida a figura do jardineiro, que ressurgirá através das gerações como se fosse sempre o mesmo jardineiro. Esta personagem não diz coisas, faz coisas, e as suas intervenções funcionam como uma cortina, um curto capítulo em que ele cava, planta, rega, antes de entrar em cena um novo elenco. Começamos com um lavrador e as quatro filhas, num tempo de patriarcado e crendices. Depois, vem um arquitecto, que foge antes da chegada dos russos e deixa a louça e os talhares enterrados, imaginando que mais tarde esses despojos florescerão.» [Pedro Mexia, E, Expresso, 28/11/2025: https://expresso.pt/revista/culturas/livros/2025-11-27-livros-em-visitacao-de-jenny-erpenback-a-natureza-vence-tudo-94a1465e]


Visitação, Kairos (traduções de António Sousa Ribeiro) e Eu Vou, Tu Vais, Ele Vai (tradução de Ana Falcão Bastos) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/jenny-erpenbeck/

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