13.11.25

Sobre Fragmentos (Um pouco Queimados), de George Steiner

 A descoberta fictícia de um pergaminho carbonizado nas ruínas da antiga cidade romana de Herculano leva Steiner a interpretar o texto original, atribuído a Epicarno de Agra. E desse modo dá-nos uma síntese das suas preocupações essenciais e da sua visão do mundo. Steiner reflete sobre a eloquência do silêncio (aquilo que não é expresso na poesia e na filosofia), as virtudes da amizade em comparação com as intensas mas efémeras do amor, sobre o potencial da educação e a raridade do talento, a realidade ontológica do mal, a omnipotência do dinheiro, os perigos da religião e a transcendência da música.

Estes aforismos luminosos, na tradição de Heraclito, podem ser lidos como outros tantos fragmentos de um autorretrato.

No final, Steiner aborda a questão do envelhecimento. O tempo de vida tem aumentado, mas muitas vezes a decadência das capacidades físicas conduz o ser humano à indignidade. Steiner elogia o suicídio e a eutanásia como caminhos difíceis mas possíveis para a liberdade.


“As ideias de Steiner revelam imparcialidade, seriedade, erudição sem pedantismo e um charme sóbrio.” [The New Yorker]


“George Steiner é talvez o último humanista. O seu pensamento, não isento de paradoxos e indefinições, revela uma enorme ternura, não apenas pela nossa espécie como um todo, mas pela pessoa. Pelo milagre irrepetível de cada ser humano.” [El Cultural]


Fragmentos (Um pouco Queimados) (tradução de Ana Matoso) e outras obras de George Steiner editadas pela Relógio D’Água em https://www.relogiodagua.pt/autor/george-steiner/

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