30.9.25

Adaptação cinematográfica de Hamnet, de Maggie O’Farrell

 


O romance de Maggie O’Farrell sobre o filho de Shakespeare foi adaptado a filme, com realização de Chloé Zhao, e conta com Paul Mescal e Jessie Buckley nos papéis principais. O argumento é de Maggie O’Farrell e da realizadora.

O trailer do filme, ainda sem data de estreia em Portugal, pode ser visto aqui: https://www.imdb.com/pt/video/vi2267400217/?playlistId=tt14905854&ref_=tt_ov_ov_vi


Hamnet é um romance sobre o filho de Shakespeare. Mas esse é apenas o ponto de partida para Maggie O’Farrell construir uma obra actual, que interroga a origem da dor e envereda por caminhos menos conhecidos do amor e da maternidade.

Numa narrativa que mistura realidade e ficção, a autora irlandesa cria uma das mais importantes obras literárias deste início do século XXI, vencedora do Women’s Prize for Fiction 2020.


Hamnet (tradução de Margarida Periquito), publicado com o apoio da @literatureireland, e outras obras de Maggie O’Farrell estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maggie-ofarrell/

Sobre J. D. Salinger

 J. D. Salinger é um dos autores em destaque no episódio de 26 de Setembro do podcast O Poema Ensina a Cair, com Raquel Marinho e Pedro Mexia: https://open.spotify.com/episode/3N22zAdwrEAatdnFRt2KTI


Carpinteiros, Levantai alto a Cumeeira e Seymour — Uma Introdução , Nove Contos e À espera no Centeio, de J. D. Salinger (traduções de José Lima), estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/j-d-salinger/

Yan Lianke em entrevista

 Yan Lianke, «anarquista literário», em entrevista ao South China Morning Post, sobre os escritores chineses, o Prémio Nobel e a censura: 

https://www.scmp.com/news/china/politics/article/3326962/literary-anarchist-yan-lianke-chinese-writers-nobel-prize-and-censorship?share=wJ4MIhmWr8sjUYE++x1EhCyuFSmWKG4Lah9nuxWjprDeOpd30J28ebFpMU96twFAy2n0XKw0c05ph+mxYxY7A2FQsA7lbEflx4gUBJZxAq8WWsPAtNMXXuE6zENgbQwHGfTTa5DNiPWvqKDGURw3yA==&utm_campaign=social_share


A Morte do Sol (tradução do chinês, glossário e notas de Eugénio Graf) e outras obras de Yan Lianke estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/yan-lianke/

Estreia de Lavagante, baseado no livro de José Cardoso Pires

 Em Lavagante, José Cardoso Pires aborda o ambiente opressivo de Portugal no início dos anos 60, marcado pela censura e a acção policial. A história, que se desenrola num contexto de perseguições e prisões políticas, acompanha o romance entre um médico oposicionista e uma jovem estudante, destacando a influência da repressão na vida privada e nos relacionamentos pessoais. O livro utiliza a imagem do lavagante — um crustáceo — para ilustrar a natureza primitiva e a falta de refinamento do país.


A adaptação cinematográfica, de Mário Barroso, com argumento de António-Pedro Vasconcelos, chega às salas portuguesas a 2 de Outubro, dia em que se comemora o centenário do nascimento de José Cardoso Pires.


Lavagante e outras obras de José Cardoso Pires estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/jose-cardoso-pires/

Sobre Libra, de Don DeLillo

 Neste romance, Don DeLillo dá-nos uma versão ficcional mas convincente do assassínio de John F. Kennedy através da descrição do percurso de Lee Harvey Oswald, da sua perturbada adolescência até à idade adulta, em que se imagina um agente da História.

Tudo se passa numa atmosfera de derrube do grande sonho americano em que as figuras reais surgem misturadas com personagens de ficção.

DeLillo mergulhou na realidade histórica — agentes secretos, ativistas de direita e de esquerda, mafiosos, strippers, traficantes de droga, CIA, FBI, KGB — para melhor caracterizar o assassino de Kennedy, que por sua vez será morto diante das câmaras aos olhos de todo o mundo. Com esta personagem, DeLillo criou um anti-herói de um romance absorvente que mostra uma vez mais que um grande escritor nos pode levar mais longe no caminho da verdade do que as investigações oficiais.


Finalista do National Book Award na Categoria de Ficção.


«O melhor romance de DeLillo.» [Anne Tyler, The New York Times]


«Muita da ficção inicial de DeLillo parece agora um prelúdio brilhante à escrita deste livro.» [London Review of Books]


Libra (tradução de Paulo Faria) e outras obras de Don DeLillo estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/don-delillo/

Sobre Lincoln no Bardo, de George Saunders

 Lincoln no Bardo é o primeiro romance de George Saunders. Nestas páginas, o autor revela-nos o seu trabalho mais original, transcendente e comovedor. A ação desenrola-se num cemitério e, durante apenas uma noite, a história é-nos narrada por um coro de vozes, que fazem deste livro uma experiência ímpar que apenas George Saunders nos conseguiria dar.

Ousado na estrutura, generoso e profundamente interessado nos sentimentos, Lincoln no Bardo é uma prova de que a ficção pode falar sobre as coisas que realmente nos interessam. Saunders inventou uma nova forma narrativa, caleidoscópica e teatral, entoada ao som de diferentes vozes, para nos fazer uma pergunta profunda e intemporal: como podemos viver e amar sabendo que tudo o que amamos tem um fim?


«Uma obra-prima.» [Zadie Smith]


«Saunders faz-nos sentir como se lêssemos ficção pela primeira vez.» [Khaled Hosseini]


«Um livro generoso e de enorme humanismo.» [Colson Whitehead, The New York Times Book Review]


«George Saunders faz o impossível parecer fácil. É uma sorte tê-lo.» [Jonathan Franzen]


«Uma voz incrível — graciosa, sombria, autêntica e divertida — que nos conta as histórias de que precisamos para atravessar estes tempos.» [Thomas Pynchon]


Lincoln no Bardo (trad. de José Lima) e outras obras de George Saunders estão disponíveis aqui: https://relogiodagua.pt/autor/george-saunders/

Sobre Reino Transcendente, de Yaa Gyasi

 Em Reino Transcendente, o romance que se segue a Rumo a Casa, Yaa Gyasi traça um retrato íntimo e profundo de uma família oriunda do Gana que se mudou para o estado do Alabama, nos EUA.

Gifty está a fazer um doutoramento em Neurociências na Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, onde estuda circuitos neuronais do comportamento de procura de recompensa em ratos, assim como circuitos neuronais relacionados com depressão e vício.

O irmão, Nana, que fora um promissor basquetebolista na escola, morrera com uma overdose de heroína depois de uma lesão no tornozelo o deixar viciado em OxyContin. E a mãe, deprimida com o regresso do marido ao Gana e a morte do filho, não sai da cama. 

Gifty está decidida a descobrir uma base científica que justifique o sofrimento que a rodeia. Mas quando entra no mundo das ciências exatas, tentando entender o mistério da sua família, acaba por redescobrir a ânsia espiritual que mantinha desde criança, primeiro na igreja evangélica e depois em rutura com ela.


«Um romance repleto de momentos brilhantes, reveladores, que são tão divertidos como pungentes… Gifty é provocadoramente vital.» [James Wood, The New Yorker]


«Gyasi recorda-me outras escritoras que abordaram a experiência de imigrantes na América — Jhumpa Lahiri, Yiyun Li e Chimamanda Ngozi Adichie, em particular… Reino Transcendente troca o brilhantismo de Rumo a Casa por outro tipo de glória, mais granular e difícil de definir.» [The New York Times Book Review]


«Um livro genial… uma reflexão profunda sobre ciência e espiritualidade que lembra os livros de Richard Powers e Marilynne Robinson…» [Ron Charles, The Washington Post]


«Poderia dizer que Reino Transcendente é um romance para os nossos tempos. E é. Mas é muito mais do que isso. É um livro para todos os tempos.» [Ann Patchett]


Reino Transcendente (trad. Helena Briga Nogueira) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/reino-transcendente/

29.9.25

Conferência Agustina/Régio — Uma amizade singular, na Casa-Museu José Régio, em Portalegre, 2 de Outubro

 Conferência Agustina/Régio — Uma amizade singular, na Casa-Museu José Régio, em Portalegre, 2 de Outubro, às, 16h00, por Mónica Baldaque.


Por ocasião da doação, por Mónica Baldaque, da arca do bragal de a Sibila — que pertencera a tia Amélia de Agustina Bessa-Luís — à Casa-Museu José Régio, em Portalegre, terá lugar uma conferência que homenageia e celebra ambos os autores.

A arca foi objecto de um pedido expresso de Agustina a José Régio, em carta datada de 12 de Fevereiro de 1962 (Agustina – Régio. Correspondência (1955-1968), Relógio D’Água Editores):

“Considero objecto de arte o seu gosto de coleccionador e peço-lhe que escolha para mim uma arca de bragal, não imensa nem própria para esconder o sedutor tradicional, mas simples caixa para guardar o enxoval deixado pela minha querida Sibila, fiado por ela, escolhido por ela no puxado do tear. Peço-lhe uma velha arca escolhida com amor para um voto delicado do meu coração. Pagarei o seu preço e transporte; só quero de si uma intenção terna associada à que me leva a adquirir tal objecto.”

Desta forma, a conferência assinala não apenas a incorporação de uma peça de valor simbólico no espólio da Casa-Museu, mas também o diálogo afectivo e intelectual entre Agustina Bessa-Luís e José Régio.


Correspondência Agustina–Régio (1955‑1968), de Agustina Bessa-Luís e José Régio (prefácio de Mónica Baldaque), e outras obras de Agustina Bessa-Luís estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

Sobre A Família, de Sara Mesa

 “Nesta família não há segredos!”, declara Damián, o Pai, homem obcecado com a rectidão e a pedagogia. Mas a casa aparentemente sem segredos está na verdade cheia de fendas, e a opressão que ali se respira cria ocultações, fingimentos e mentiras.

Esta família de duas raparigas, dois rapazes, um pai e uma mãe, em que tudo parece normal e repleto de boas intenções, é a protagonista de um romance que abrange várias décadas e em que se exprime o desejo de liberdade e a crítica aos pilares tradicionais em que assenta a instituição familiar: autoridade e obediência, vergonha e silêncio.


“Fascina-me a sua capacidade de cartografar a condição humana através dos perdedores, do abuso de poder, dos lugares opressivos e isolados, da degradação lenta e continuada.” [Ángeles López, La Razón]


“Uma escrita serena e vibrante ao mesmo tempo.” [Francisco Solano, El País]


“Mesa tem uma prosa livre de lugares-comuns, polida e exacta.” [Martín Schino, Letras Libres]


“Enquanto estás enredado na teia de Sara Mesa, interrogas-te sobre o modo como ela o faz, de que será feita a substância que te leva a aderir aos seus livros, esse alcatrão que te mancha enquanto lês os seus livros, que se mantém horas e dias depois de os fechares.” [Carlos Zanón, El País]


A Família (tradução de António Gonçalves) e Um Amor (tradução de Miguel Serras Pereira) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/sara-mesa/

Sobre Relógio sem Ponteiros, de Carson McCullers

 Numa pequena cidade no sul dos EUA, quatro homens de diferentes idades debruçam-se sobre o seu passado e futuro.

J. T. Malone, um homem solitário de meia-idade que gere uma farmácia, descobre que está a morrer e tenta reconciliar-se com o que resta da vida. O juiz Clane, um homem de idade, resiste aos novos tempos e anseia pelo regresso das antigas maneiras do Sul. Ao mesmo tempo, Jester, o seu neto idealista, nutre simpatia por Sherman, um órfão negro, alegre e de olhos azuis, que está em busca da sua identidade.

Gradualmente, descobrem que as suas vidas estão intrinsecamente unidas. Em Relógio sem Ponteiros, o seu último romance, Carson McCullers explora com humor e talento temas como o preconceito, o segredo e a redenção.


«Carson McCullers entendia o coração dos homens com uma profundidade que nenhum outro escritor consegue alcançar.» [Tennessee Williams]


Relógio sem Ponteiros (trad. Fernanda Pinto Rodrigues) e outras obras de Carson McCullers estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/carson-mccullers/

Sobre Nana, de Émile Zola

 Nana é um dos principais romances de Émile Zola. Nascida no meio operário, filha de um pai alcoólico e de uma lavadeira, Nana precisa de dinheiro para criar o filho que teve aos dezasseis anos de um pai desconhecido.

Medíocre artista de teatro, prostitui-se para compor o ordenado ao fim do mês. A sua ascensão social começa com o papel de Vénus, que vai interpretar num teatro parisiense. Não sabe cantar, mas as suas roupas impudicas e a sexualidade intensa atraem os homens e permitem-lhe viver num apartamento luxuoso, onde foi instalada por um rico comerciante de Moscovo.

Nana vai tornar-se um exemplo de prostituta de luxo, da cortesã francesa do Segundo Império. Alcança a riqueza, afirma-se nos meios da aristocracia e da finança, reinando no seu palacete da avenida de Villiers, entre móveis de laca branca e perfumes perturbadores.

É assim que Nana dissipa heranças e mergulha famílias no desespero, desferindo golpes devastadores numa sociedade corrupta que despreza e de que acabará por ser vítima.


Nana (trad. Daniel Augusto Gonçalves) e Thérèse Raquin (trad. João Gaspar Simões) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/emile-zola/

Sobre Helena, de Machado de Assis

 Publicado em 1876, Helena é um romance do primeiro período de Machado de Assis, em que o próprio reconhece um excesso de romantismo trágico.

A protagonista é de origens humildes, sendo reconhecida em testamento como filha e herdeira do conselheiro Vale, um membro da elite do Rio de Janeiro.

Por isso, vai passar a viver na mansão da família, com a irmã do conselheiro Vale e Estácio, seu filho legítimo.

A relação entre Helena e Estácio transforma-se em paixão não assumida. Mas o segredo que Helena traz consigo permite um desfecho inesperado.


Helena e outras obras de Machado de Assis estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/machado-de-assis/

Sobre D. Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes

 “Não nos rimos dele por muito tempo. As suas armas são a piedade, a sua bandeira a beleza, em todas as situações permanece… gentil, desamparado, puro, generoso e galante. A paródia torna-se um modelo ideal.” [Vladimir Nabokov, em Leituras sobre o D. Quixote]


“Dom Quixote, Falstaff e Emma Bovary representam essas descobertas da consciência; criando-os, na iluminação recíproca do acto criador e do crescimento da coisa criada, Cervantes, Shakespeare e Flaubert chegaram literalmente a conhecer “partes” de si próprios antes insuspeitadas.” [George Steiner]


“Não queria compor outro Quixote — o que é fácil —, mas “o” Quixote. Não vale a pena acrescentar que nunca encarou a possibilidade de uma transcrição mecânica do original; não se propunha copiá-lo. A sua admirável ambição era produzir umas páginas que coincidissem — palavra por palavra e linha por linha — com as de Miguel de Cervantes.”

[Jorge Luis Borges, “Pierre Menard, autor do Quixote”]


D. Quixote de la Mancha (trad. e notas de José Bento) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/d-quixote-de-la-mancha/

28.9.25

Sobre Capitalismo e Pulsão de Morte, de Byung-Chul Han

 Aquilo a que hoje chamamos crescimento é na verdade uma excrescência, uma proliferação cancerosa que destrói o organismo social. Essas excrescências metastizam-se com uma vitalidade inexplicável. A certa altura, esse crescimento já não é produtivo, mas destrutivo. Há muito que o capitalismo ultrapassou este ponto crítico. As suas forças destrutivas produzem não apenas catástrofes ecológicas ou sociais, mas também mentais. Os efeitos devastadores do capitalismo sugerem a existência de um instinto de morte.

Depois de inicialmente Sigmund Freud ter introduzido o conceito de instinto de morte de forma hesitante, confessou que «não poderia pensar de outra forma», porque a ideia ganhara poder sobre ele.

Pensar hoje no capitalismo é impossível sem considerar o instinto de morte.


Capitalismo e Pulsão de Morte (tradução de Ana Falcão Bastos) e outras obras de Byung-Chul Han estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/byung-chul-han/

Sobre A Morte de Virgílio, de Hermann Broch

 A Morte de Virgílio é um dos maiores romances do século xx, uma vasta meditação lírica que exprime inquietação sobre a morte, o sentido da vida e a possibilidade de conhecer o mundo.

Construído com um monólogo interior em que se entrecruzam tempos e espaços, o livro tem um estilo em ruptura com as normas narrativas tradicionais. 

Foi a própria morte do poeta Virgílio que serviu de ponto de partida à elaboração desta obra de concepção sinfónica. Virgílio morreu aos 51 anos, em Brindisi, a 21 de Setembro do ano 19 a. C., no regresso de uma viagem à Grécia, onde contraíra malária. Desiludido com o seu tempo, quis, no decurso dos seus últimos dias, destruir o manuscrito da Eneida.

O livro começa com a chegada da frota romana ao porto de Brindisi, levando consigo o poeta já moribundo, enquanto em terra se preparam os festejos que hão-de acolher o imperador.


«A Morte de Virgílio, uma das obras maiores do nosso tempo, tenta vitalizar a linguagem através da lógica contrapontística e das simultaneidades dinâmicas da música. Mais radicalmente do que Joyce, Broch subverte a organização temporal e a progressão linear sobre as quais a ficção em prosa habitualmente se constrói. O seu estilo tem um sortilégio inquietante. (…) A escrita contemporânea ainda mal começou a explorar as sugestões de Broch.» [George Steiner, em Literatura e Pós-História]


A Morte de Virgílio (trad. Maria Adélia Silva Melo) e Os Sonâmbulos (trad. António Sousa Ribeiro) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hermann-broch/

27.9.25

Sobre O Estranho Caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde, de Robert Louis Stevenson

 «E agora a minha intimação mais importante. Por favor, olvidem, deslembrem, suprimam, desaprendam e remetam ao esquecimento qualquer crença que possam ter alimentado quanto a ser O Estranho Caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde um livro policial ou um filme. […] 

Como policial, a história de Stevenson — Deus abençoe a sua alma pura — não se tem de pé. Não a tomemos também como parábola ou alegoria, pois em qualquer destes casos se tornaria insípida. Porém, um encanto especial a anima se a encaramos como um fenómeno de estilo. Não se trata apenas de uma boa “história demoníaca”, como exclamou Stevenson ao acordar de um sonho em que a visualizara, suponho que pelo mesmo misterioso processo cerebral que já havia revelado a Coleridge a visão do mais famoso dos poemas inacabados. E, mais importante ainda, é também uma fábula “mais próxima da poesia que da prosa comum”, e por essa razão pertence à mesma categoria artística que, por exemplo, Madame Bovary ou Almas Mortas.» [Do Posfácio de Vladimir Nabokov]


O Estranho Caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde (trad. Agostinho da Silva) e outras obras de Robert Louis Stevenson estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/robert-louis-stevenson/

Sobre Nunca Me Perguntarás, de Natalia Ginzburg

 Os ensaios reunidos neste volume assemelham-se às páginas do diário que Natalia Ginzburg afirmava nunca ter sido capaz de escrever. A solidão da infância e o assombro da velhice, os filmes vistos e os livros lidos, o trabalho, a música, a política, a crença ou não em Deus. São textos próximos — tanto pela afinidade temática como pela sabedoria — de Léxico Familiar, e, como em qualquer obra da autora, inseparáveis da vocação para a narrativa na primeira pessoa. Na sua casualidade — na sua tranquila desordem quotidiana —, estes textos revelam questões que pertencem a todos. Um autorretrato singular de uma mulher, Nunca Me Perguntarás torna-se uma experiência familiar e um objeto destinado a fazer-nos companhia dia após dia.


Nunca Me Perguntarás (tradução de Ana Cláudia Santos) e outras obras de Natalia Ginzburg disponível em https://www.relogiodagua.pt/autor/natalia-ginzburg/

Sobre Dizer Não não Basta, de Naomi Klein

 Neste livro, Naomi Klein expõe as forças que explicam o sucesso de Donald Trump, mostrando que não se trata de uma aberração mas sim de um produto dos nossos tempos — imagens de marca de reality shows, obsessão pelas celebridades e por CEO, Vegas e Guantánamo e banqueiros gananciosos— tudo em um.

A autora expõe também a sua opinião sobre como podemos quebrar estas políticas de choque, contrariar o caos e a divisão que hoje imperam, e alcançar o mundo de que precisamos.

Dizer Não não Basta é um dos dez livros da longlist do National Book Award de Não Ficção.


«Naomi Klein escreveu um guia de esperança para a pessoa comum. Leiam este livro.» [Arundhati Roy]


«Urgente, oportuno e necessário.» [Noam Chomsky]


«(…) Este livro é um manual para nos emanciparmos através da única arma de que dispomos contra a misantropia organizada: a desobediência construtiva.» [Yanis Varoufakis]


Dizer Não não Basta (trad. de José Miguel Silva) e No Logo (trad. Pedro Dias) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/naomi-klein/

26.9.25

Sobre Ensaios Escolhidos, de T. S. Eliot

 Este livro reúne alguns dos mais importantes textos de ensaio e crítica literária escritos por Eliot entre 1917 e 1962. Entre eles incluem-se «Reflexões sobre o Verso Livre», «Hamlet», «Os Poetas Metafísicos», «Os Pensamentos de Pascal», «Os Três Sentidos de “Cultura”», «O Que É Um Clássico?», «Poesia e Drama», «Literatura Americana e a Língua Americana» e «A Literatura da Política».


«Ocupa o seu lugar na sucessão directa de poetas-críticos que incluem Sidney, Ben Jonson, Dryden, Samuel Johnson, Coleridge e Arnold.» [F. O. Matthiesen]


«Foi o mais talentoso e mais influente crítico literário em Inglaterra no século XX.» [Hugh Kenner]


Ensaios Escolhidos (trad. Maria Adelaide Ramos) e outras obras de T. S. Eliot estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/t-s-eliot/

Sobre O Estranho Desaparecimento de Esme Lennox, de Maggie O’Farrell

 No meio da azáfama quotidiana na sua loja de roupa vintage, e enquanto tenta evitar os avanços do seu namorado casado, Iris Lockhart recebe um telefonema surpreendente: a sua tia-avó Esme, cuja existência desconhecia, está prestes a receber alta do Hospital Cauldstone, onde esteve internada mais de sessenta anos.

A avó de Iris, Kitty, sempre afirmara ser filha única. Mas os documentos de Esme provam que é irmã de Kitty, e Iris vê no rosto de Esme a sombra do seu pai falecido.

Esme foi considerada inofensiva — suficientemente sã para voltar a viver no mundo exterior. Mas continua, na prática, a ser uma estranha, um membro da família de quem nunca ninguém falou e que trará consigo segredos capazes de mudar vidas quando abandonar o hospital. Se Iris a acolher, que verdades inconvenientes poderá herdar?


«Um livro absolutamente viciante… Lembra escritoras clássicas como Rebecca West e Daphne du Maurier.» [Ali Smith]


«Chocante, comovente e fascinante.» [The Times]


O Estranho Desaparecimento de Esme Lennox e outras obras de Maggie O’Farrell estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/maggie-ofarrell/

Sobre Trabalho de Uma Vida, de Rachel Cusk

 «Trabalho de Uma Vida, livro pioneiro da escrita de Rachel Cusk, interroga a experiência da maternidade deixando a nu as emoções mais ambíguas. […]

Cada texto [de Rachel Cusk] é marcado pela perplexidade e necessariamente pela busca de uma adequação de linguagem e de forma narrativa para a formular. No princípio disto tudo está um livro considerado à época em que foi publicado não apenas uma excepção, mas uma quase afronta ou escândalo, que afinal se baseava numa tentativa de honestidade […].» Isabel Lucas, ípsilon, Público, 26/9/2025: https://www.publico.pt/2025/09/26/culturaipsilon/critica/heresia-honesta-2148184


Trabalho de Uma Vida: Como Nos Tornamos Mães (tradução de Maria de Fátima Carmo) e outras obras de Rachel Cusk estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/rachel-cusk/

Sobre Arte e Infinitude, de Bernardo Pinto de Almeida

 Este ensaio desenvolve, até ao campo que, não sem equívocos, se designa por Contemporaneidade, a investigação começada pelo autor com o livro O Plano de Imagem (1996), cujo propósito foi elaborar uma “arqueologia da modernidade”.

Parte-se de uma concepção antiformalista do Modernismo, que permite reinterpretar criticamente os legados de Picasso, Duchamp ou Malévich, bem como o lugar de alguns artistas e movimentos europeus da década de 60 — Pop inglesa, Beuys, Arte Povera —, para evidenciar o que os diferencia ou opõe ao contexto da arte americana no mesmo período (Warhol, Minimalismo, Arte Conceptual).


«A esta luz, procuraremos pensar em que medida a Contemporaneidade, enquanto tempo de todos os tempos por ser o tempo de todas as imagens, se constituiu precisamente graças ao aflorar de uma nova dialéctica.

A que coloca face a face o domínio aberto pelo tecnológico e o retorno incessante do arcaico (da arkhé), precisamente pelo facto de terem sido instaurados, um e outro, pela irrupção, graças ao fotográfico, do novo tempo das imagens: este nosso tempo.» [Da Introdução]


Esta obra, que é uma co-edição entre a Fundação de Serralves e a Relógio D’Água, resulta do desenvolvimento das conferências proferidas pelo autor na Fundação de Serralves entre Novembro de 2017 e Março de 2018, designadas Arte e Infinitude.


Esta e outras obras de Bernardo Pinto de Almeida estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/bernardo-pinto-de-almeida/