29.7.24

Sobre A Armadilha Identitária, de Yascha Mounk


«Já falei de outros livros sobre o wokismo […]. Este é sobre o wokismo, só que o autor prefere não usar esse termo, porque suscita logo muitas paixões e faz com que se perca o foco do essencial, quanto a ele.

Então usa outra designação, que é a “síntese identitária”, […] este movimento, que vem dos Estados Unidos, e se foca muito na questão da identidade, ou seja, em que as pessoas, os indivíduos, em primeiro lugar, devem pensar-se como elementos dentro de um determinado grupo, de uma determinada tribo, que é definida pela cor da pele ou pela orientação sexual ou pelo género, e não pensarem-se como cidadãos — de uma república, no caso dos Estados Unidos.

E essa tendência tem vindo a agravar as fracturas e a polarizar, como se diz agora, os diferentes campos da sociedade.

Eu acho que é uma boa estratégia, esta de ele evitar o wokismo, porque de facto, à esquerda e à direita, suscita muitas reacções inflamadas […]. Ele faz uma contextualização creio que bastante rigorosa deste movimento, que tem origem nas universidades e em certas teorias das universidades americanas. E ele também traça esse caminho de como é que essas ideias saíram das universidades americanas e começaram a infiltrar-se na sociedade americana e a ganhar a força que hoje têm. E depois tem aqui um lado quase proselitista, evangélico: o que é que podemos fazer para contrariar e não cair nesta armadilha identitária?

Acho que é um livro um bocadinho acima de outros publicados sobre esta matéria, profundo, também com propostas positivas, não optando por uma demonização do outro lado.» [Bruno Vieira Amaral, Pop Up, Observador, 25/7/2024: https://observador.pt/programas/pop-up/o-que-guardamos-de-2024-ate-agora/]


«A Armadilha Identitária», de Yascha Mounk (tradução de Maria João B. Marques), está disponível em: https://www.relogiodagua.pt/produto/a-armadilha-identitaria/

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