5.5.21

De Fogo Errante, de Óssip Mandelstam

 



«Nas alturas abruptas o fogo errante!

Assim é que cintila a estrela?

Olha, estrela de cristal, fogo errante,

tua irmã Petrópole está a morrer!


Sonhos da terra desfazem-se em fogo,

no alto abrupto voa a estrela verde.

Se és estrela, vê: a irmã do céu e da água,

e tua irmã, Petrópole, está a morrer!


Terríveis alturas, a nave monstruosa

plana as asas e corre pelo céu...

Oh, estrela verde — numa esplêndida miséria

a tua irmã, Petrópole, está a morrer!


No Nevá negro — Abril, cristal quebrado,

cera da imortalidade a derreter...

Vê, se és estrela: Petrópole, a tua cidade,

e tua irmã, tua Petrópole, está a morrer!

            1918» [p. 13]


Fogo Errante (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/fogo-errante/

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