«A fábula do Doutor Fausto é conhecida − a história do cientista que criou um pacto com o diabo, vendendo-lhe a alma, sendo depois enganado pelo demónio mefistofélico − e teve muitas declinações, incluindo as de Goethe, Pessoa ou Thomas Mann. É igualmente uma metáfora que Shoshana Zuboff usa para dissecar neste volume, soberbo e fundamentado, os efeitos do “capitalismo de vigilância”. Isto é, um termo por ela cunhado para descrever a manipulação digital dos indivíduos, fenómeno que transformou os “utilizadores” na verdadeira matéria-prima de uma nova ordem económica – um minério abundante feito daquilo a que chama “excedente comportamental” (toda a informação abundante capturada digitalmente) que é abusivamente usado por empresas (como Google, Facebook ou Apple…), instituições e até governos. Para quê? Não só para criar “produtos preditivos” (aqueles que vamos desejar no futuro) como para gerar poder de “instrumentismo” (moldar e modificar o comportamento dos utilizadores para garantir certos funcionamentos do mercado ou até vontades de governos…)» [Sílvia Souto Cunha, Visão, 22/3/2021. Texto completo em https://tinyurl.com/abw8b26w]
A Era do Capitalismo da Vigilância, de Shoshana Zuboff, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-era-do-capitalismo-da-vigilancia/
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