17.3.20

Sobre Poemas, de John Donne




«Se considerarmos em especial as Canções, de que nesta antologia se apresenta um conjunto alargado, logo se reconhece que aquele prolongamento racional pode trazer consigo certas derivas de carácter metafísico. Assim, Donne retoma, em alguns passos, palavras ou ideias cuja procedência é de uma área propriamente filosófica, como acontece com a cosmogonia aristotélica, com uma referência à ekpurosis ou conflagração do mundo admitida pelos estóicos na antiguidade ou, mais genericamente, com noções retiradas da teologia escolástica.
Mas mais do que isso. Revela‑se toda uma visão que se reporta à existência humana centrada em momentos mais intensos e vividos emocional ou intelectualmente, como é o caso da paixão, do desejo, da sexualidade, da separação, da traição. Ou, ainda, da morte, acerca da qual disse num momento em que se encontrava gravemente doente: “a morte de qualquer homem diminui‑me, porque eu estou implicado na Humanidade; por isso não queiras saber por quem os sinos dobram: eles dobram por ti”.» [Do Prefácio de Maria de Lourdes Guimarães e Fernando Guimarães]


Poemas de John Donne (tradução de Maria de Lourdes Guimarães e Fernando Guimarães) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/poemas-3/

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