27.2.20

Sobre Não Sabemos mesmo O Que Importa, de Paul Celan




«Um dos grandes poetas alemães do pós-guerra, em quem a liberdade do surrealismo e a linhagem do expressionismo intervencionista (Brecht, etc.) ou visionário (Trakl) criam uma linguagem nova.» [Jorge de Sena]

Paul Celan é o pseudónimo de Paul Antschel, nascido em Czernowitz, na Roménia, em 23 de Novembro de 1920, de pais judeus de origem germânica. Cursou Medicina em França, mas voltou à Roménia para estudar Literatura. Os pais, que se recusaram a esconder-se dos nazis, morreram em 1942 num campo de concentração. O próprio Paul Celan foi enviado para um campo de trabalhos forçados na Moldávia, sendo libertado pelo exército russo em 1944. Saiu do seu país para Viena em 1947. A partir de 1948, viveu em Paris, onde se suicidou em 1970. O afogamento no Sena ocorreu três anos depois de se encontrar com Heidegger, na sua cabana na Floresta Negra. O filósofo alemão admirava o modo como Celan trabalhava a língua alemã apesar de ser judeu, e este considerava Heidegger um grande filósofo e não compreendia os seus compromissos com o nazismo, nem o seu silêncio sobre o Holocausto, que lhe inspirou o poema “Todtnauberg”. 
Em 1948 publicara um primeiro livro de poemas, A Areia das Urnas. Instalado em França, casara-se, em 1952, com Gisèle de Lestrange, a quem escreveu mais de 700 cartas ao longo de 19 anos. Em 1955, naturalizou-se francês. Em 1960, recebeu o Prémio Literário Georg Büchner pronunciando então um importante discurso, “O Meridiano”. A partir de 1965, foi internado em diversas ocasiões em hospitais psiquiátricos, onde escreveu alguns textos em hebraico.

Não Sabemos mesmo O Que Importa de Paul Celan (trad. e posfácio de Gilda Lopes Encarnação) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/nao-sabemos-mesmo-o-que-importa/

Sem comentários:

Enviar um comentário