7.2.20

Sobre Angel, de Elizabeth Taylor




«Dava pelo nome de Elizabeth Coles e foi considerada por muitos, incluindo o irascível Kingsley Amis, como uma das melhores escritoras do século XX. No entanto, foi também uma das mais esquecida e subvalorizadas. […] Ao fazer da sua (anti-)heroína uma escritora, usou-a como um espelho do seu próprio trabalho criativo e é com ironia que transforma a insolente e caprichosa Angel numa figura “feminista”, uma vez que, ao contrário das mulheres do seu tempo, é absolutamente livre, dominadora e senhora do seu destino, embora consiga tudo à custa de uma perpétua fantasia que, maniacamente, transpõe para os seus romances. O sucesso e consequente queda é, também, o reflexo dos tempos, das alterações da sociedade. O próprio romance como género transformar-se-á radicalmente e o estilo dessa “máquina” de fazer livros, baseado  numa única fórmula, perde importância. Encerrada no seu baluarte fantástico, Angel resistirá até ao último suspiro enquanto, à sua volta, tudo desvanece, engolido pelo tempo.»[Helena Vasconcelos, ípsilon, Público, 7/2/2020]

De Elizabeth Taylor, a Relógio D’Água editou Angel  (trad. Helena Briga Nogueira) e Mrs Palfrey no Claremont (trad. Margarida Periquito). Ambos os livros estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/elizabeth-taylor/

Sem comentários:

Enviar um comentário