1.7.16

Sobre Os Livros da Selva, de Rudyard Kipling




«Se olharmos para estas histórias também como fábulas alegóricas da espécie humana, parecem-nos irredutivelmente justas, generosas e brutais a um só tempo, cheias de complexidades e livres de esterótipos. O homem não ocupa um lugar superior entre as outras espécies e é frequentemente comparado com os macacos (“vaidosos, tolos e tagarelas é o que os macacos são”, afirma Kaa, a cobra gigante. Mas sofre igualmente com “toda a casta de acidentes que pode acontecer ao Povo da Selva”, como fica claro no conto “como o medo chegou”: a seca prolongada traz a fome e a sede, levando os animais a recuperarem velhos pactos de sobrevivência. (…)
Se a visão do mundo de Kipling perdeu sentido, o mesmo não se pode dizer destes contos que podem ser lidos de forma corrida ou seletiva, pois nem todos têm Mogli como personagem. Elaborada mas fluente, viva nos diálogos, sempre refletida, nessta prosa se refletem muitas das questões ecológicas, políticas e filosóficas que estão na ordem do dia.» [Ler, Verão de 2016]

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