«O conto mais
extraordinário do volume é “As Focas”, meditação sobre a morte das pessoas de
família a quem não dávamos a devida importância, mas cuja ausência, sublinhada
pelo fetichismo do tempo que passa, nos causa desgosto e desconsolo. (…) Apesar
do pathos dos contos mais longos, e de algumas miniaturas perturbadoras,
Lydia Davis escreve especialmente bem sobre “o sentimento de já não estar
dentro da minha própria vida”, um sentimento que atenua com a surpresa e a
imprevisibilidade. Quando se diz de alguém que ela sabe em Chicago mas ainda não
percebeu que está no Illinois, isso não se refere decerto a um desconhecimento
geográfico, mas a uma associação de memórias (traumáticas?) com “Illinois”, que
ainda não aconteceu, mas que está iminente, mal acabe o conto.» [Pedro Mexia,
E, Expresso, 28-3-2015]
30.3.15
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