«Os grandes encantos e desconcertos de ler as histórias de Lydia Davis
resultam da sua enorme capacidade de dramatizar os mais pequenos episódios do
quotidiano, aumentando-lhes a dimensão ao ponto de os isolar do todo, o que os
torna hilariantes, ridículos, obsessivos, insignificantes ou tremendamente
emotivos. Esse efeito-lupa dura o tempo exacto para não os descontextualizar, não
lhes retirar sentido, só o suficiente até o absurdo ou a sordidez do insólito
ficarem mais bem sublinhados e, sem que o notemos, impressos no nosso
subconsciente. Em casa momento, a escritora brinca com a perspectiva num difícil
jogo de equilíbrio entre uma análise mais fria, ou cerebral, e a eficácia com
que convoca as emoções mais íntimas.» [Isabel Lucas, ípsilon, Público,
30-1-2015]
30.1.15
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