2.4.12

A Relógio D'Água na revista Ler de Abril de 2012






José Guardado Moreira escreve sobre Os Anos Doces, de Hiromi Kawakami: «A delicadeza na abordagem das mais profundas emoções, o modo como desabrocham e se transformam em amor profundo têm nestas páginas o perfume e a cor das cerejeiras em flor, tão presentes na vida dos amantes. Pequenos episódios pontuam a narrativa, desde a apanha dos cogumelos a uma estadia à beira-mar, a festa das cerejeiras, passeios nos parques, encontros combinados e outros fortuitos, afastamento e aproximação como num ritual dançado de acasalamento, apontamentos que assinalam os pequenos ganhos de confiança mútua.»




Filipa Melo escreveu sobre Isaac Babel e os seus Contos Escolhidos, a primeira tradução publicada em Portugal: «Nos contos deste escritor russo, agora traduzido para português, o virtuosismo exuberante enraíza-se na esquecida cultura iídiche. A frase ecoa em rodapé. (…) Segundo a tradutora, Nailia Baldé, a coletânea Contos Escolhidos apresenta um mestre da narrativa curta, autor de uma autêntica língua de Babel (em Contos de Odessa, um russo palpicado pela influência do ucraniano, do iídiche, do moldavo, do francês, do hebraico antigo, entre outros idiomas), com um estilo “sóbrio e elíptico” que se distingue “pelo tom irónico e humorístico marcado de repetições, gradações, comparações, metáforas e imagens muitas vezes inesperadas e surpreendentes”.»




Ainda neste número da revista Ler, Fernando Sobral escreve sobre A Classe Média, Ascensão e Declínio, de Elísio Estanque, uma edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos e da Relógio D’Água: «oferece-nos uma panorâmica da história da criação e da evolução do conceito, até no âmbito da divisão de classes que a filosofia marxista se encarregou de esmiuçar».




Dá-se ainda conta da chegada às livrarias de 1089 e Tudo o Resto — Uma Viagem pela Matemática, de David Acheson: «Original, lúdico, bem escrito, acessível. Um mimo.»

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