José Guardado Moreira escreve sobre Os Anos Doces, de
Hiromi Kawakami: «A delicadeza na abordagem das mais profundas emoções, o modo
como desabrocham e se transformam em amor profundo têm nestas páginas o perfume
e a cor das cerejeiras em flor, tão presentes na vida dos amantes. Pequenos
episódios pontuam a narrativa, desde a apanha dos cogumelos a uma estadia à
beira-mar, a festa das cerejeiras, passeios nos parques, encontros combinados e
outros fortuitos, afastamento e aproximação como num ritual dançado de
acasalamento, apontamentos que assinalam os pequenos ganhos de confiança
mútua.»
Filipa Melo escreveu sobre Isaac Babel e os seus Contos
Escolhidos, a primeira tradução publicada em Portugal: «Nos contos deste
escritor russo, agora traduzido para português, o virtuosismo exuberante
enraíza-se na esquecida cultura iídiche. A frase ecoa em rodapé. (…) Segundo a
tradutora, Nailia Baldé, a coletânea Contos Escolhidos apresenta um
mestre da narrativa curta, autor de uma autêntica língua de Babel (em Contos
de Odessa, um russo palpicado pela influência do ucraniano, do iídiche, do
moldavo, do francês, do hebraico antigo, entre outros idiomas), com um estilo
“sóbrio e elíptico” que se distingue “pelo tom irónico e humorístico marcado de
repetições, gradações, comparações, metáforas e imagens muitas vezes inesperadas
e surpreendentes”.»
Ainda neste número da revista Ler, Fernando Sobral
escreve sobre A Classe Média, Ascensão e Declínio, de Elísio
Estanque, uma edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos e da Relógio
D’Água: «oferece-nos uma panorâmica da história da criação e da evolução do
conceito, até no âmbito da divisão de classes que a filosofia marxista se
encarregou de esmiuçar».
Dá-se ainda conta da chegada às livrarias de 1089 e Tudo o
Resto — Uma Viagem pela Matemática, de David Acheson: «Original, lúdico,
bem escrito, acessível. Um mimo.»
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