Na edição de Março de 2012 da revista Ler, Hugo Pinto Santos escreve sobre Lagoeiros, de João Miguel Fernandes Jorge: «Esta é uma poesia exímia na criação de brevíssimos enredos, que os versos estilhaçam, distendem, distorcem, até serem um canto distante, um manto subtil sobre a carne — “De / olhos fixos, adivinhava (mais do que via) o sorriso tímido / lábios gretados (qual a escarpa da ilha) e o moço remeiro tocou-lhe no braço // e do lameiro do cais entrou no pequeno barco” (p. 95).»
No mesmo número, José Guardado Moreira escreve sobre Coração de Trevas e No Extremo Limite, de Joseph Conrad: «Duas das mais poderosas histórias escritas por Joseph Conrad (1857-1924) estão reunidas em Coração de Trevas e No Extremo Limite (Relógio D’Água, trad. Margarida Periquito). […] Exageros à parte, a escrita de Conrad possui uma vibração muito própria que nenhum outro antes ou depois dele conseguiu captar, dotado que era para elevar um idioma de comerciantes rudes a ecos de catedral gótica, não erguida em filigrana de pedra, mas de nuvens de tempestade, aromas deletérios, verdes profundos e azuis ominosos, em paisagens tropicais e do Extremo Oriente, nos difíceis mares da consciência humana, dividida entre a abnegação e a vileza.»
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