«Ao ler e reler Wilde, ao longo dos
anos, noto um facto que os seus panegiristas não parecem ter sequer suspeitado:
o facto comprovável e elementar de que Wilde quase sempre tem razão. A Alma do Homem e o Socialismo não só é
eloquente: é também justo.» [Jorge Luis Borges, Sobre Oscar Wilde]
O Declínio da Mentira, de 1889, era o texto
preferido de Wilde e uma brilhante crítica contra a arte realista e o seu «monstruoso
culto dos factos». Para o autor de O Retrato
de Dorian Gray, os escritores
realistas «escrevem romances que se parecem tanto com a vida que a ninguém é possível
acreditar na sua probabilidade». Na sua opinião, «a arte nunca exprime outra
coisa que não seja ela própria» e daí a sua conclusão de que é necessário «ressuscitar
a perdida Arte da Mentir».
Em A Alma do Homem e o Socialismo, texto
publicado em 1891, Oscar Wilde apresenta as suas particulares concepções de uma
sociedade em que a pobreza resulta do funcionamento do capitalismo e não pode
ser resolvida com a caridade e o altruísmo. Para Wilde, o desenvolvimento
tecnológico permitirá ao homem trabalhar menos tempo e cultivar a sua
personalidade. Mas o que mais lhe interessa no socialismo seria a sua
capacidade de desenvolver o individualismo que se exprimiria através da alegria
e da arte, numa espécie de helenismo renovado.
«Onde
o génio de Oscar Wilde se manifesta com mais poder é em A Importância de Ser Earnest e em dois magníficos ensaios, A Alma do Homem e o Socialismo e O Declínio da Mentira.» [Harold Bloom, Génios]
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