Num número dedicado ao teatro, são indicadas dez peças fundamentais. De entre elas, a Relógio D’Água publicou A Gaivota, de Anton Tchékhov, sobre a qual diz Luís Miguel Cintra: «Remete-nos para a vida toda. E a vida é mesmo maior. Um dia chega a morte.»
Nesta edição, os vários colaboradores da revista apontam ainda os melhores livros de 2011, alguns dos quais editados pela Relógio D’Água. Teresa Pearce de Azevedo escolhe De Olhos Abertos, de Marguerite Yourcenar. Susana Nogueira destaca Uma Porta nas Escadas, de Lorrie Moore. Hugo Pinto Santos elege O Duelo, de Anton Tchékhov, e Crítica da Razão Cínica, de Peter Sloterdijk. Ana Paula Gouveia indica O Moinho à Beira do Floss, de George Eliot.
Fátima Lopes Cardoso escreve sobre Flush— Uma Biografia, de Virginia Woolf: «Virginia Woolf inspira-se nas alusões a um belo exemplar de raça spaniel, que descobre nas cartas de amor clandestino entre os poetas Elizabeth Barrett e Robert Browning, e constrói uma obra de estrutura clássica com princípio, meio e fim, mas singularizada por um jogo narrativo entre a consciência do protagonista, o discurso do biógrafo e os excertos da correspondência de Barrett.»
Destacamos também a crítica ao ensaio recentemente publicado sobre a obra de Ana Teresa Pereira: Além-sombras: Ana Teresa Pereira, de Duarte Pinheiro. Diz Hugo Pinto Santos: «O universo ficcional de Ana Teresa Pereira é um dos territórios mais fascinantes, e ao mesmo tempo mais inabordáveis (circularidade referencial, obsessiva reinvenção de personagens e espaços, uma autora “mistura de mulher, de bicho e de nevoeiro”) do que entre nós se entende por escrito ficcional.»
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