25.6.10

Novidade • Stendhal • O Vermelho e o Negro



Tradução de José Marinho
PVP €24


Stendhal (nome literário de Henri-Marie Beyle) nasceu em Grenoble, França, em 1783. Filho de um advogado, perdeu a mãe muito novo e nunca se deu bem com o pai. Tendo ido para Paris com a intenção de frequentar a Escola Politécnica, ingressou no exército, primeiro como oficial de dragões e em seguida na intendência, onde se conservou durante as guerras do Império.
Entre 1814 e 1830 publicou obras de crítica, viagens e ensaios que passaram quase completamente despercebidos. São desse tempo Histoire de la peinture en Italie (1817), Rome, Naples et Florence (1817), Do Amor (1822, edição da Relógio D’Água), Armance (1823), o único romance desta época, Racine et Shakespeare (1823 a 1825), Promenades dans Rome (1829), entre outros.
Nomeado cônsul em Trieste em 1830, é nesse ano que publica O Vermelho e o Negro. Em 1831 é nomeado para Civita-Vecchia. Por volta de 1832 escreve Vie de Henri Brulard e Souvenirs d’égotisme, a que se segue, algum tempo depois, o Journal. Começa então Lucien Leuwen, romance que aparecerá pela primeira vez em edição completa em 1901. Termina entretanto as Mémoires d’un touriste, a Vie de Napoléon e, em 1839, A Cartuxa de Parma (edição Relógio D’Água), onde, através do protagonista, Fabrizio, exprime o seu entusiasmo por Napoleão, sobre quem já escrevera uma biografia. Em 1839 publica Lamiel, falecendo em Paris em Março de 1842.
As suas variadas aventuras (a que teve com a italiana Angela Pietragrua é narrada por Stefan Zweig no seu livro Os Três Poetas) e desventuras amorosas e a sua profunda compreensão da psicologia humana permitiram-lhe escrever como poucos outros autores sobre o amor. Como escritor foi apenas reconhecido, em vida, por alguns espíritos mais lúcidos, como Balzac e Taine.



«Apesar das numerosas semelhanças entre O Vermelho e o Negro e A Cartuxa de Parma, os dois romances são subtilmente diferentes na sua perspectiva erótica e na representação dos protagonistas de Stendhal. A nostalgia de glória napoleónica não abandona Julien quase até ao fim, mas extingue-se em Fabrizio depois da derrota de Waterloo. O autêntico amor não se apodera de Julien a não ser nos seus últimos dias e, ainda que não existam motivos para duvidar da sua sinceridade, tanto ele como Madame de Rênal sabem que não têm futuro, o que constitui um nada negligenciável motivo para intensificar a paixão.»

«Julien Sorel nada sabe de si próprio; só é capaz de sentir as paixões depois de as simular e tem um inegável talento para a hipocrisia. E, no entanto, Julien mantém o nosso interesse e, mais do que isso, fascina-nos, não somos capazes de sentir antipatia por ele.»
[Harold Bloom, O Futuro da Imaginação]

«Stendhal faz com que o leitor se sinta orgulhoso de ser seu leitor.»
[Paul Valéry]

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