8.10.25

Sobre As Casas da Vida de Agustina, de Mónica Baldaque

 «A família, todos eles, tinham um espírito de nómadas, desenraizados da terra que pisavam, ela era apenas o caminho a percorrer, e cavam para trás, em imagens, os lugares, as pessoas, a própria vida passada. Imagens que Maria Agustina chamava a si, numa espécie de recitação meticulosa, como se se entregasse a uma dissecação poética.

Poética?

O comboio para a Póvoa passava ao longe, nas traseiras da casa, como um brinquedo de folha; avistavam-se os misteriosos casarões cinzentos das famílias alemãs de Oliveira Monteiro, onde um velho jardineiro furtivo varria a caruma do chão de saibro branco; no jardim do colégio das Teresianas, de japoneiras rajadas e araucárias seculares, cruzavam-se caminhos de passeio e oração daquelas freiras de toucado real.»


As Casas da Vida de Agustina e outras obras de Mónica Baldaque estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/monica-baldaque/


As obras de Agustina Bessa-Luís já editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

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