31.5.25

Sobre Mistérios de Lisboa, de Camilo Castelo Branco

 O romance Mistérios de Lisboa foi inicialmente publicado, em folhetim, no diário portuense O Nacional a partir de 4 de Março de 1853, tendo aparecido em livro no ano seguinte. A obra teve um razoável êxito junto dos leitores. A terceira edição, sempre em três volumes, surgiu em 1861. Dois anos depois, Ernesto Biester adaptou o romance para teatro com o título A Penitência, tendo a peça sido levada ao palco do D. Maria II.

Alexandre Cabral em Dicionário de Camilo Castelo Branco considera os Mistérios de Lisboa, segunda obra do autor, o «produto de uma imaginação truculenta e incontrolável».

«Os enredos – múltiplos e diversificados – entrelaçam-se no conjunto dos três vols., sendo os seus protagonistas personagens estranhas que têm em comum a faculdade exótica de mudarem de nome com a mesma facilidade como quem muda de camisa. Assim, Pedro da Silva, conhecido por João, chamar-se-á também Álvaro de Oliveira; o “Come-Facas” usava os seguintes pseudónimos: Barba-Roixa, Leopoldo Saavedra, Tobias Navarro e Alberto Magalhães, e Sebastião de Melo faz-se passar pelo padre Dinis Ramalho e Sousa e duque de Cliton. Por outro lado, a vastidão do mundo (Portugal, França, Bélgica, Inglaterra, África, Japão e Brasil) é o cenário onde se desenrolam os conflitos ficcionais, marcados por vectores que perdurarão na novelística camiliana: a vingança, o anátema, o amor de mãe, a passionalidade, que se confunde com a ganância, a perversidade e a santidade. De permeio indícios vários de reminiscências biográficas do autor.»

Mais de 150 anos após a sua publicação original, o livro «em que os pecadores podem ascender à virtude e a virtude se conquista através de sofrimentos e lágrimas» foi levado ao cinema pelo realizador Raúl Ruiz.


Mistérios de Lisboa está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/misterios-de-lisboa/

30.5.25

Sobre Investigações Filosóficas, de Ludwig Wittgenstein

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Investigações Filosóficas, de Ludwig Wittgenstein, com apresentação, tradução e notas de João José R. L. de Almeida


Considerada uma obra central da filosofia do século XX, as Investigações Filosóficas de Wittgenstein introduzem um novo método para a compreensão e o tratamento dos tradicionais problemas que sempre assolaram as diferentes correntes filosóficas. Volta a ocupar-se de conceitos, tais como o sentido das proposições, o pensamento, a lógica, a compreensão das regras ou a (im)possibilidade de linguagens privadas. O seu legado é enorme para a filosofia e para outras disciplinas que não prescindem do esclarecimento das linguagens com que trabalham, ainda antes da produção de conhecimentos específicos. Por isso as Investigações Filosóficas são uma investigação minuciosa e paciente sobre a forma como funciona a linguagem no seu uso prático, construindo ao mesmo tempo uma nova visão do que seja o homem e a forma de vida humana. Escrita num estilo singular, em que por vezes o autor dialoga com o seu alter ego e frequentemente adquire a forma aforística, esta obra do último Wittgenstein é igualmente considerada uma criação de grande valor literário.


Mais informação em https://www.relogiodagua.pt/produto/investigacoes-filosoficas/

Sobre Os Sonâmbulos, de Hermann Broch

 «A nostalgia de uma totalidade e um sentido perdidos permeia toda a obra de Broch, numa combinação ambígua entre a lucidez da análise, nomeadamente a análise das modernas sociedades de massas, e o carácter problemático de uma utopia vagamente messiânica. Regressemos à interrogação obsessivamente formulada por Broch em toda a sua obra, tanto literária como ensaística: num mundo sem ética, onde está afinal a possibilidade de uma relação ética com o mundo?» [Do Prefácio]


«O tema deste vasto romance não nos é ocultado. Broch tem o cuidado de pôr em destaque os pensamentos teóricos que de outro modo procuraríamos no interior das suas histórias. Os títulos já dizem tudo: Pasenow ou o romantismo, 1888; Esch ou a anarquia, 1903; Huguenau ou o realismo, 1918; e, acima destes três nomes, a palavra nocturna que aqui nem sequer é uma imagem, mas um diagnós­tico: Os Sonâmbulos.» [Maurice Blanchot]


Os Sonâmbulos (trad. António Sousa Ribeiro) e A Morte de Virgílio (trad. Maria Adélia Silva Melo) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hermann-broch/

29.5.25

Sobre A Casa Sombria, de Charles Dickens

 Enquanto o caso Jarndyce contra Jarndyce se arrasta pelo Tribunal da Chancelaria, reúne-se um grupo diversificado de pessoas. Ada Clare e Richard Carstone, cuja herança é gradualmente consumida pelas custas judiciais; Esther Summerson, uma pupila do tribunal cuja origem é um mistério crescente; o ameaçador advogado Tulkinghorn; o determinado inspector Bucket; e até Jo, o varredor de ruas.

Um retrato implacável, mas frequentemente cómico, de uma sociedade apodrecida até à raiz, A Casa Sombria é um dos romances mais ambiciosos de Dickens, abrangendo das salas da aristocracia aos bairros mais miseráveis de Londres.


«A Casa Sombria talvez seja o seu melhor romance… Quando Dickens o escreveu, já havia amadurecido.» [G. K. Chesterton]


A Casa Sombria, com prefácio de G. K. Chesterton e posfácio, tradução e notas de Paulo Faria, e outras obras de Charles Dickens estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/charles-dickens/

Sobre O Homem Que Era Quinta-Feira, de G. K. Chesterton

 Num artigo publicado um dia antes da sua morte, G. K. Chesterton considerou O Homem Que Era Quinta-Feira, publicado em 1908, «um tipo de devaneio bastante melodramático». Na sua Autobiografia de 1936 afirmara tratar-se de um pesadelo «não das coisas tal como existem, mas como pareciam ser ao semipessimista da década de 90».

O livro tem sido considerado a obra-prima de Chesterton. Embora seja muitas vezes considerado um thriller metafísico ou um pesadelo teológico, desafia, na verdade, toda e qualquer classificação.

Numa Londres fantasmagórica, os polícias são poetas, os anarquistas não são o que parecem.

A narrativa tem que ver com o ambiente de final do século XIX e o terror das conspirações anarquistas. Mas, como muitas vezes acontece com as criações de Chesterton, o mistério acaba por envolver enigmas teológicos, a liberdade da vontade e a existência do mal sob a forma do irracional.

O protagonista Gabriel Syme é um poeta empenhado na luta contra o caos, que foi recrutado pela secção contra-anarquista da Scotland Yard. Um dia, um poeta anarquista com quem discutira poesia e os méritos da previsibilidade leva-o a uma reunião local para provar que é um autêntico anarquista. É então que Syme consegue ser eleito representante local para o Conselho Central Anarquista, integrado por sete homens, cada um deles com o nome de um dia da semana e vestes a condizer. Domingo é o mais misterioso de todos, afirmando que «desde o princípio do mundo que todos os homens me têm perseguido como se caçassem um lobo: os reis e os sábios, os poetas e os legisladores, todas as igrejas, e todas as filosofias. Mas nunca me apanharam ainda, e os céus hão-de cair sem que eu tenha sido encurralado». E a verdade é que consegue abalar as convicções de Syme numa ordem universal.


«Um poderoso retrato da solidão e desorientação que cada um de nós enfrenta na sua luta com o universo.» [C. S. Lewis]


O Homem Que Era Quinta-Feira (trad. Miguel Serras Pereira) e Ficar na Cama e Outros Ensaios (trad. Frederico Pedreira) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/g-k-chesterton/

28.5.25

Sobre Sobre o Cálculo do Volume I, de Solvej Balle

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Sobre o Cálculo do Volume I, de Solvej Balle, tradução do dinamarquês de Elisabete M. de Sousa


. Finalista do International Booker Prize 2025

. Um dos Melhores Livros de 2024 segundo a The New Yorker

. Finalista do National Book Award — Literatura Traduzida


Vencedor do Prémio de Literatura do Conselho Nórdico de 2022 (o mais importante galardão literário da Escandinávia), Sobre o Cálculo do Volume I, de Solvej Balle, é o início de uma septologia de ficção especulativa, descrita pelo júri como «uma obra-prima do seu tempo».


Tara Selter, a protagonista deste livro, saiu involuntariamente do comboio do tempo. No seu mundo, o dia 18 de novembro repete-se interminavelmente. Conhecemos Tara no seu 122.º dia 18 de novembro, quando já não tem a experiência da passagem dos dias, semanas, meses ou estações. Encontra-se numa nova e solitária realidade sem conseguir explicar porquê. Como é possível acordar todas as manhãs no mesmo dia, sabendo com precisão quando o melro começará a cantar ou quando irá chover? Conseguirá algum dia partilhar esta nova vida com o seu amado — e agora confuso — marido?


«Lê-la é como ser acariciado pela própria linguagem. Uma obra-prima do seu tempo.» [Júri do Prémio de Literatura do Conselho Nórdico]


«A romancista dinamarquesa exilou-se numa ilha durante mais de vinte anos para escrever Sobre o Cálculo do Volume, que se tornou um fenómeno internacional.» [Le Figaro]


«Uma meditação sobre as alterações climáticas e uma experiência com a forma ficcional, o romance de Balle é também uma exploração surpreendente de questões profundas sobre a linguagem, as relações humanas e o tempo.» [The New Yorker]


«Uma meditação silenciosa sobre o casamento, observada de uma distância tanto terrivelmente próxima quanto longínqua. Balle comunica algo doloroso sobre os limites de partilhar uma vida — e talvez sobre os limites de partilhar o tempo em si.» [The New York Times]


«Solvej Balle é uma escritora prodigiosa. Nunca leste nada como Sobre o Cálculo do Volume.» [Hernan Diaz]


Solvej Balle, nascida a 16 de agosto de 1962 em Bovrup, Sønderjylland, é uma escritora dinamarquesa. É conhecida pela sua obra de ficção em vários volumes, Sobre o Cálculo do Volume, cujos três primeiros livros venceram o Prémio de Literatura do Conselho Nórdico, sendo o primeiro volume finalista do International Booker Prize 2025.


Mais informação em https://www.relogiodagua.pt/produto/sobre-o-calculo-do-volume-i/

Sobre Boulder, de Eva Baltasar

 «Esta não é uma história de amor pronta a agradar ou a amolecer estereótipos. É uma história de amor entre dois seres humanos, que, como tantas outras, da pior maneira desembarca na sua última e degradada estação. […]

Num tempo em que as minorias sexuais se vêem retratadas de forma idílica para aderir às imposturas mediáticas, Eva Baltazar ousa retratar de forma dura e complexa uma relação entre lésbicas que, se desfaz as ilusões românticas sobre o amor entre mulheres, oferece uma perspetiva bem mais lúcida dessa realidade comum.» [Rita Homem de Mello, i, 23/05/2025: https://ionline.sapo.pt/2025/05/23/eva-baltasar-a-mulher-macho-e-o-erotismo-como-boia-de-salvacao/?fbclid=IwY2xjawKhZitleHRuA2FlbQIxMAABHuRmqRGoXcba6K334KFaLko5xy8slCfEXniEluq81nh6d5uDbsA-OCJlXxrz_aem_XWIEDH84EsavgrUT8Ingfw]


Boulder, de Eva Baltasar (tradução do catalão de Ângelo Ferreira de Sousa), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/boulder/

Sobre Poemas Escolhidos das Irmãs Brontë

 As irmãs Brontë são principalmente conhecidas pelos seus romances: O Monte dos Vendavais, de Emily, Jane Eyre, de Charlotte, ou Agnes Grey, de Anne. Mas escreveram também poesia.

Este livro contém uma selecção dos melhores poemas das três escritoras.

De Charlotte (1816-1855), inclui «Pressentimento» e «Paixão» e dois poemas sobre a morte das irmãs, entre outros.

De Emily (1818-1848), considerada a melhor poetisa das três, inclui «Fé e Desalento» e «Minha Alma não É Cobarde».

A poesia de Anne (1820-1849) é representada por diversos poemas, entre eles, «O Penitente» e «Se Isto For Tudo».

Embora o trabalho de Emily seja o mais destacado, a poesia das irmãs Brontë partilha inteligência, consciência e profunda emoção.


Poemas Escolhidos (trad. Ana Maria Chaves) e outras obras de Charlotte, Emily e Anne Brontë estão disponíveis em https://relogiodagua.pt

Sobre A Liberdade Democrática, de Daniel Innerarity

 Daniel Innerarity interroga-se sobre o que terá levado a que a liberdade se tenha convertido numa palavra de ordem da direita e a que a obediência pareça ser hoje um valor de esquerda. Não estará subjacente a este curioso deslocamento ideológico uma conceção diferente de liberdade numa sociedade democrática?

Esta obra analisa as novas paisagens ideológicas e oferece uma série de pistas para entender o comportamento dos atores políticos e sociais.

Aqueles que, em nome da liberdade, fazem o que lhes apetece, ignorando o impacto das suas ações, contribuem para formar uma sociedade em que muitos veem reduzidas as suas possibilidades de escolha.

Ao cuidarmos do que nos é comum, não estamos a render-nos a uma estrutura neutra ou distante, mas a qualquer coisa que permite a nossa liberdade pessoal.

Nas páginas deste seu novo ensaio, Daniel Innerarity propõe uma autolimitação da liberdade pessoal para assegurar a sobrevivência da humanidade.


A Liberdade Democrática, de Daniel Innerarity (tradução de Miguel Serras Pereira), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/a-liberdade-democratica/

Sobre A Armadilha Identitária, de Yascha Mounk

 Um dos nossos mais destacados intelectuais descreve a origem das ideias sobre a identidade e justiça social que rapidamente transformaram a América e se espalharam ao resto do mundo e explica porque não conseguirão atingir os seus objetivos. Em «A Armadilha Identitária» Mounk faz a mais ambiciosa e lúcida das abordagens sobre as origens e consequências da chamada política woke.


«Um “tour de force” intelectual sobre as origens da identidade política e a ameaça que ela representa para o genuíno, honesto e velho liberalismo.» [Bret Stephens, «The New York Times»]


«A mais abrangente e lúcida história desta armadilha em que nos tentaram envolver […]. Mounk conta a história do Grande Despertar Woke melhor do que qualquer outro escritor que procurou compreendê-lo.» [«The Washington Post»]


«Notável.» [David Brooks, «The New York Times»]


«Está entre os mais perspicazes e importantes livros escritos na última década.» [Jonathan Haidt]


«A Armadilha Identitária», de Yascha Mounk (tradução de Maria João B. Marques), está disponível em: https://www.relogiodagua.pt/produto/a-armadilha-identitaria/

27.5.25

Sobre O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë

 «Poucas obras tiveram tempo de concepção tão prolongado como Wuthering Heights que, na verdade, deve ter nascido no dia em que nasceu Emily Brontë. Nunca entre um livro e o seu autor aconteceu maior intimidade, no sentido de um crescimento em pura simbiose.» [Hélia Correia]


«É como se Emily Brontë desfizesse tudo aquilo que conhecemos dos seres humanos e preenchesse essas transparências irreconhecíveis com um sopro de vida que faz com que elas transcendam a realidade.» [Virginia Woolf]


«Um livro diabólico — um monstro incrível… A ação tem lugar no inferno — mas parece que os lugares e as pessoas têm nomes ingleses.» [Dante Gabriel Rossetti]


O Monte dos Vendavais (trad. Paulo Faria) e Poemas Escolhidos das Irmãs Brontë estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/emily-bronte/

Sobre O Retrato de Casamento, de Maggie O'Farrell

 A autora de Hamnet visita agora a Itália renascentista para nos dar um inesquecível retrato ficcional da jovem duquesa Lucrezia de’ Medici, cuja vida decorre numa corte turbulenta. Estamos na Florença de 1560 e Lucrezia, a terceira filha do grão-duque, sente-se confortável com o lugar obscuro que ocupa no palácio, entregue às suas ocupações artísticas.

Mas, quando a sua irmã mais velha morre na véspera do casamento com o soberano de Ferrara, Modena e Reggio, Lucrezia é inesperadamente lançada na ribalta política. O duque de Ferrara não perde tempo para a pedir em casamento e o seu pai é rápido a conceder autorização.

Mal saída da infância, Lucrezia entra numa corte que lhe é estranha, com costumes que lhe são desconhecidos e onde a sua chegada não é bem recebida por todos.

Começa por não perceber se o seu marido Alfonso é o esteta sofisticado, amigo de artistas e músicos, que aparentava ser antes do casamento ou um político impiedoso que as próprias irmãs receiam.

Enquanto posa para uma pintura que lhe promete que a sua imagem perdurará nos séculos seguintes, vai-se tornando evidente que a sua principal obrigação é gerar um herdeiro que garanta o futuro da dinastia de Ferrara.


O Retrato de Casamento (trad. Inês Dias) e outras obras de Maggie O’Fareell estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maggie-ofarrell/

Sobre O Hóspede de Job, de José Cardoso Pires

 «Os temas desatualizam­‑se, as tendências literárias saem de moda, os interesses dos leitores mudam, o mundo em que José Cardoso Pires viveu e escreveu já não é o nosso. O brilho da sua prosa, esse, mantém­‑se intacto. Graças a esse brilho, as personagens inteiras que criou (ele que muito escreveu sobre amputados, físicos e espirituais) — veja­‑se João Portela e o tio Aníbal que, daqui a umas páginas, há de o leitor encontrar a calcorrearem os caminhos secos e amaldiçoados do Alentejo — continuam vivas e a iluminar­‑nos.» [Do Prefácio de Bruno Vieira Amaral]


O Hóspede de Job e outras obras de José Cardoso Pires estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jose-cardoso-pires/

Sobre Job, de Joseph Roth

 Os Singers emigraram para a América para escapar à sua situação na Rússia, mas também não vão ter sorte no país que escolheram.

Baseado na história de Job do Antigo Testamento, a questão filosófica do significado do sofrimento e o desejo humano de redenção são trabalhados como uma lenda do século xx, naquele que é um dos principais romances de Joseph Roth.


«Não é possível fazer jus à sua subtileza poética, mas posso atestar os seus extraordinários méritos literários.» [Thomas Mann]


«Job é mais do que um romance e uma lenda, é uma obra poética pura e perfeita, destinada a durar mais do que tudo o que nós, seus contemporâneos, criámos e escrevemos. Na unidade de construção, na profundidade do sentimento, na pureza e na musicalidade da linguagem, dificilmente pode ser superado.» [Stefan Zweig]


«Um livro imensamente triste e estranhamente esperançoso.» [Harold Bloom]


Job, de Joseph Roth, com posfácio de Stefan Zweig (tradução de Gilda Lopes Encarnação), e outras obras de Joseph Roth estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/joseph-roth/

Sobre A Morte Eterna, de Liu Cixin

 Meio século após a Batalha do Juízo Final, o equilíbrio precário da dissuasão da floresta sombria mantém os invasores trisolarianos à distância, e a Terra desfruta de uma prosperidade sem precedentes devido à absorção de conhecimento deste povo. Com os avanços científicos dos seres humanos, e com os trisolarianos a adoptarem a cultura da Terra, parece que as duas civilizações serão em breve capazes de coexistir pacificamente sem a terrível ameaça de aniquilação mútua.

Mas a paz também tornou a humanidade complacente consigo mesma. Cheng Xin, uma engenheira aeroespacial do início do século XXI, desperta da hibernação nesta nova era, e traz consigo o conhecimento de um programa há muito esquecido datado do início da crise trisolariana. A sua presença pode perturbar o equilíbrio delicado entre dois mundos. Irá a humanidade alcançar as estrelas ou vai perecer no seu berço?


“Um livro altamente inovador… uma mistura única de especulação científica e filosófica.” [George R. R. Martin, sobre o primeiro volume da trilogia, O Problema dos Três Corpos]


A Guerra dos Mundos do século XXI.” [The Wall Street Journal, sobre o primeiro volume da trilogia, O Problema dos Três Corpos]


“Extraordinário.” [The New Yorker, sobre o primeiro volume da trilogia, O Problema dos Três Corpos]


O Problema dos Três Corpos (tradução de Telma Carvalho), A Floresta Sombria e A Morte Eterna (traduções de Eugénio Graf) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/liu-cixin/

26.5.25

Sobre A Mão Esquerda das Trevas, de Ursula K. Le Guin

 Considerada uma obra maior da ficção científica, A Mão Esquerda das Trevas conta a história de um viajante solitário terrestre, enviado em missão para Inverno.

O objetivo da missão é permitir que Inverno seja incluído numa civilização galáctica. Os seus dois regimes políticos mais importantes são uma monarquia governada por um rei extravagante e um regime comunal, dirigido por uma burocracia minuciosa e racionalista.

Mas o mais estranho para o enviado terrestre é a particular androginia dos habitantes, que apenas numa dada fase assumem uma forma inteiramente feminina ou masculina, podendo ao mesmo tempo ser mães de umas crianças e pais de outras.

Este contacto com um modo de pensar diferente e as suas consequências nas relações pessoais e sociais permite alargar a compreensão da nossa própria realidade.


«Le Guin, mais do que Tolkien, elevou a fantasia à alta literatura, para o nosso tempo.» [Harold Bloom]


A Mão Esquerda das Trevas (tradução de Fátima Andrade) e outras obras de Ursula K. Le Guin editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis aqui: https://www.relogiodagua.pt/autor/ursula-k-le-guin/

Adaptação cinematográfica de Nas Trevas Exteriores, de Cormac McCarthy



A produtora Good Chaos e o realizador László Nemes adquiriram os direitos de adaptação cinematográfica de Nas Trevas Exteriores, romance de Cormac McCarthy publicado originalmente em 1968. O argumento será adaptado por László Nemes e Clara Royer. O filme contará com a participação de Jacob Elordi e Lily-Rose Depp. Mais informação em https://www.cbr.com/cormac-mccarthy-outer-dark-movie-jacob-elordi-lily-rose-depp/

O livro foi editado pela Relógio D’Água em 2011, com tradução de Paulo Faria.


Nas Trevas Exteriores e outras obras de Cormac McCarthy (tradução de Paulo Faria) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/cormac-mccarthy/

Sobre Os Hereges de Duna, de Frank Herbert

 No quinto volume da saga Duna, Leto Atreides, Imperador Deus de Duna, está morto. Nos mil e quinhentos anos desde a sua morte, o Império desmoronou-se. Com a grande Dispersão, milhões abandonaram a civilização decadente e espalharam-se para lá dos confins do espaço conhecido. O planeta Arrakis — agora Rakis — reverteu ao seu clima desértico, e os seus grandes vermes de areia estão a morrer.

Os Perdidos regressam a casa em busca de poder. Enquanto estas fações disputam o controlo sobre o que resta do Império, a jovem Sheeana ganha notoriedade nas terras desoladas de Rakis, espalhando fervor religioso pela galáxia. Ela possui as habilidades dos Fremen que cavalgam os vermes de areia, cumprindo uma profecia anunciada pelo falecido Imperador Deus.

Através de intrigas políticas e religiosas, Os Hereges de Duna explora temas de poder, fé e identidade numa galáxia fragmentada, onde antigas e novas personagens procuram redefinir o futuro da humanidade.


«Não conheço nada que se lhe compare, além de O Senhor dos Anéis.» [Arthur C. Clarke, autor de 2001, Odisseia no Espaço, sobre a saga Duna]


Os Hereges de Duna (Tradução de Ana Falcão Bastos) e outras obras de Frank Herbert estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/frank-herbert/

Sobre O Adolescente, de Fiódor Dostoievski

 O Adolescente foi publicado três anos depois de Os Demónios e cinco antes de Os Irmãos Karamázov.

O narrador e protagonista deste livro é Arkádi Dolgorúki, um ingénuo jovem de 19 anos repleto de ambição e opiniões.

Filho ilegítimo de um latifundiário, Dolgorúki encontra-se dividido entre o desejo de expor as injustiças do pai e de conquistar o seu amor.

Inspirado por um sonho incoerente de comunhão e tendo na sua posse um misterioso documento que acredita que lhe dá poder sobre os outros, parte para São Petersburgo com a intenção de confrontar o pai que mal conhece.


«O Adolescente é o mais cativante dos romances de Dostoievski.» [Konstantín Mochulski, autor de Dostoievski: Obra e Vida]


O Adolescente (tradução de António Pescada) e outras obras de Fiódor Dostoievski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/

Sobre Eugénio Onéguin, de Aleksandr Púchkin

 «Eugénio Onéguin apreende-se desde as primeiras estrofes como uma sátira, nunca violenta ou gratuita, mesclada de tristezas. A ironia (e a auto-ironia) da sua linguagem apelam à inteligência e ao espírito crítico do leitor.

A ligeireza da sua fala, que permite uma leitura fácil e sem tensão, combina-se com uma grande profundidade de ideias, exprimidas sempre como que a brincar, com uma enorme abrangência na descrição da realidade — pessoas, lugares, estações do ano, actividades, costumes, vida cultural, etc. Diz Andrei Siniávski, crítico literário russo, no seu livro Passeios com Púchkin: “Uma ligeireza — é a impressão que nos produzem as suas obras, a sensação geral e instantânea. (…) Mal ele apareceu na poesia, a crítica falou da ‘fluência e ligeireza extraordinárias dos seus versos’, de que ‘eles, aparentemente, não lhe custaram trabalho nenhum’.”» [Do Preâmbulo dos Tradutores]


Eugénio Onéguin (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra) e A Filha do Capitão (trad. Manuel de Seabra) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/produto/eugenio-oneguin/

25.5.25

Sobre Zipper e o Seu Pai, de Joseph Roth

 Na «Saída de Livros» desta semana, Isabel Coutinho anuncia a chegada às livrarias de Zipper e o Seu Pai, de Joseph Roth: https://www.publico.pt/2025/05/22/culturaipsilon/noticia/biografia-literaria-julio-iglesias-mundo-musica-analisado-joao-gobern-2133928


Passado em Viena no início do século xx, Zipper e o Seu Pai retrata a amizade de infância entre Arnold Zipper e o narrador, vista pelos olhos deste último, enquanto jovem.

A família Zipper recebe com entusiasmo o novo amigo do filho e o rapaz fica fascinado com a sua vida acolhedora e suburbana. O pai de Zipper, fabricante de violinos e vendedor ambulante, está determinado a alcançar o sucesso.

À medida que os dois amigos crescem, as suas vidas seguem caminhos distintos — o exército, a universidade, as primeiras escolhas profissionais e um casamento desastroso com uma aspirante a actriz deixam marcas profundas e cada um tem uma história muito diferente para contar. Das periferias de Viena às colinas de Hollywood, Zipper e o Seu Pai traça o percurso de uma geração que atravessou a experiência da guerra e, num período de profundas mudanças sociais, gradualmente ruir os seus sonhos.


“Joseph Roth é um dos grandes escritores de língua alemã deste século.” [The Times]


“Pode não haver escritor moderno mais cativante e capaz de combinar romance e poesia, de fundir um realismo vigoroso e intocado com um brilhante poder de metáfora e comparação.” [James Wood]


Zipper e o Seu Pai (tradução de António Sousa Ribeiro) e outras obras de Joseph Roth estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/joseph-roth/

Sobre De Que Falamos quando Falamos de Amor, de Raymond Carver

 Estes contos retratam a vida de homens e mulheres do Noroeste dos EUA — pessoas solitárias que gostam de beber, pescar e jogar às cartas para passar o tempo.

Raymond Carver, com a sua escrita sucinta e coloquial, aliada a uma percepção perspicaz do modo como as pessoas comunicam, fez com que esta colecção de contos se tornasse uma das mais influentes da moderna literatura.


«O mestre que deu forma ao moderno conto americano.» [Daily Telegraph]


«A América de Raymond Carver é-nos pintada como um local de dor e sonhos quebrados. Mas na verdade não é tão frágil como aparenta. É um lugar de sobreviventes e de histórias… Carver fez o que a maioria dos escritores mais talentosos não conseguiu: criou o seu próprio país, semelhante apenas a si mesmo — como referiu Wordsworth —, e que é o mundo para todos nós.» [Michael Wood, The New York Times Book Review]


De Que Falamos quando Falamos de Amor (trad. Carlos Santos) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/de-que-falamos-quando-falamos-de-amor/

24.5.25

Sobre Contos, Sonhos e Imaginações, de Agustina Bessa-Luís

Contos, Sonhos e Imaginações reúne em livro os contos completos de Agustina Bessa-Luís, incluindo três inéditos e vários que só tiveram publicação na imprensa.


«As imagens da infância determinam toda a relação com as obras da sua vida.

Agustina junta as duas mãos, entrelaça os dedos, forma uma concha, e no vazio aprisiona o tempo — o seu laboratório, onde recupera o passado, pois sem ele o presente não existe, e aí guarda o segredo da imortalidade.

Às vezes acontece, surpreende-se a sonhar com os olhos fitos nas veias azuis das suas mãos, os dedos vão-se desligando, abre-se uma fissura, e Agustina entra num outro tempo, o da existência no sonho, no mito, no conto.» [Do Prefácio de Mónica Baldaque]


Contos, Sonhos e Imaginações, Adivinhas de Pedro e Inês e outras obras de Agustina Bessa-Luís estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/agustina-bessa-luis/

Sobre Tarass Bulba, de Nikolai Gógol

 Tarass Bulba descreve a vida de um antigo cossaco de Zaporójie, Tarass Bulba, e dos seus dois filhos, Andrei e Ostap. Os filhos, que estudam na academia de Kiev, regressam a casa, de onde os três homens partem numa jornada para a Sietch de Zaporójie (a sede dos cossacos de Zaporójie, localizada no sul da Ucrânia), onde se juntam a outros cossacos e vão para a guerra contra a Polónia.

A personagem principal é baseada em várias personalidades históricas, e o enredo pode ser entendido no contexto do movimento de nacionalismo romântico na literatura, que se desenvolveu em torno de uma cultura étnica histórica.


«Um dos dez melhores livros de todos os tempos.» [Ernest Hemingway]


Tarass Bulba (tradução do russo de António Pescada) e outras obras de Nikolai Gógol estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/nikolai-gogol/

Sobre Tarântula, de Bob Dylan

 «(…) Falámos sobre o seu [de Bob Dylan] livro, sobre as suas expectativas em relação a ele e de como queria que ele ficasse. E sobre o que ele lhe queria chamar. Apenas sabíamos que era um “trabalho em progresso”, um primeiro livro de um jovem compositor, um rapaz tímido, a quem a fama depressa chegaria, e que por vezes escrevia poesia que causava em todos nós um efeito de estranheza inexplicável.» [Do prefácio à primeira edição de Tarântula]


«Dylan? É o maior poeta americano vivo.» [Andrei Codrescu]


Tarântula (trad. Vasco Gato) e outras obras de Bob Dylan estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/bob-dylan/

23.5.25

De Poemas Escolhidos, de T. S. Eliot

 «“BOSTON EVENING TRANSCRIPT”


Quem lê o Boston Evening Transcript

Qual madura seara balouça aos ventos.


Quando, tímido, na rua, se apressa o fim da tarde

E desperta, em alguns, os apetites da vida

E traz, a outros, o Boston Evening Transcript,

Trepo os degraus, toco à porta, volto‑me

Fatigado, como alguém que se vira e inclina a cabeça, num adeus a La Rochefoucauld

Como se esta rua fosse o tempo e ele estivesse ao fundo dela

E eu dissesse: «Prima Harriet, aqui tem o Boston Evening Transcript.» [p. 47, trad. João Almeida Flor]


Poemas Escolhidos (tradução de João Almeida Flor, Gualter Cunha e Rui Knopfli) e Ensaios Escolhidos de T. S. Eliot estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/t-s-eliot/

Sobre Ver Uma Mulher, de Annemarie Schwarzenbach

 No hall de um elegante hotel de Saint Moritz, uma jovem mulher encontra o olhar de outra mulher. Há pessoas que entram e saem do bar, enquanto se ouvem notas de jazz. Lá fora é inverno e as sombras do entardecer deslizam pelos campos, onde as pistas de esqui e os lagos permanecem gelados a maior parte do ano.

Dessa troca de olhares, nasce um fascínio, um impulso amoroso por parte da mulher mais nova, a narradora.

Ver Uma Mulher foi escrito por Annemarie Schwarzenbach quando contava vinte e um anos. O manuscrito tem data de 24 de dezembro de 1929 e foi encontrado no Arquivo Suíço de Literatura de Berna. 

Apesar do distanciamento literário, a narrativa é autobiográfica pelas circunstâncias e o cenário. Annemarie Schwarzenbach frequentou o Grand Hotel com os pais, avós e tios, na infância e na adolescência. Era uma das mais importantes famílias suíças, ligada à fabricação de seda, e a andrógina beleza de Annemarie atraía naturalmente as atenções no hotel daquela povoação de montanha, em que imperava «o superficial prazer da vida».


Ver Uma Mulher (trad. Isabel Castro Silva) e outras obras de Annemarie Schwarzenbach estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/annemarie-schwarzenbach/

Sobre Chuang Tse

 Chuang Tse é uma colectânea de textos enigmáticos, divertidos, irónicos e perspicazes que a tradição atribui ou de algum modo associa ao escritor e filósofo Chuang Chou, que viveu no final do século IV a.C., e que fascinam quem quer saber mais sobre o Tao do que o que nos diz o Tao Te King. Em conjunto com ele, forma a base textual e filosófica da escola de pensamento taoista. Pouco conhecido no Ocidente, é uma das mais importantes obras literárias de toda a história chinesa e exerceu uma enorme influência na cultura de toda a Ásia Oriental. muitas gerações de escritores chineses até ao presente. A maioria dos estudiosos considera-a superior, em quase todos os aspectos, ao muito mais conhecido Tao Te King. A filosofia nele exposta, que incita cada pessoa a encontrar por si própria a felicidade interior, facilitou a assimilação do pensamento budista na China e a sua evolução para o budismo Zen.


Chuang Tse e Tao Te King (tradução e comentários de António Miguel de Campos) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/tradutor/antonio-miguel-de-campos/

22.5.25

Sobre Os Miseráveis, de Victor Hugo

 Publicado em 1862, Os Miseráveis permanece, ao longo de mais de um século e meio, um dos romances mais importantes e populares de toda a literatura.

A obra teve cerca de 65 versões cinematográficas, a primeira delas em 1909.

Victor Hugo terminou de escrever Os Miseráveis quando contava sessenta anos. Através da personagem de Jean Valjean, o autor empreendeu uma vasta acusação sobre as desigualdades sociais da sua época. 

Os Miseráveis não é apenas a narrativa de desgraça e reabilitação de um forçado às galés, vítima da sociedade, mas antes de tudo uma história do povo de Paris.

A vida de Jean Valjean e a ligação que tem com Cosette é o fio condutor da narrativa. Através das suas vidas e encontros, desenha-se um fresco social variado, uma imagem de uma humanidade miserável, mas capaz de todas as grandezas. Homem do povo, esmagado por sucessivas humilhações, Jean Valjean assume as expiações dos pecados do mundo e, num esforço para se resgatar, assume o destino trágico da humanidade em busca de um mundo melhor. 


Os dois volumes de Os Miseráveis e Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo (trad. de Júlia Ferreira e José Cláudio), estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/victor-hugo/

Sobre As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain

 «Toda a literatura moderna vem de um livro de Mark Twain chamado Huckleberry Finn… É o melhor livro que já tivemos. Daí vem toda a escrita americana.» [Ernest Hemingway]


Este livro pode ser interpretado como uma simples história sobre as aventuras de um rapaz no Vale do Mississípi durante a segunda metade do século XIX. Mas a diversidade da experiência humana e as situações humorísticas e dilacerantes por que passa Huck fazem dele uma obra ímpar.

No meio dos mais diversos episódios a solidão faz com que Huck receie não fazer parte do mundo. Mas a solidão é-lhe necessária para sentir a liberdade ou pelo menos, usando a expressão de Harold Bloom, «para não renunciar ao desejo de uma permanente imagem de liberdade».


As Aventuras de Huckleberry Finn (trad. Sara Serras Pereira) e outras obras de Mark Twain estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/mark-twain/

Sobre O Lórax, de Dr. Seuss

 Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: O Lórax, de Dr. Seuss (tradução de Maria Eduarda Cardoso)


“Sou o Lórax. Venho aqui falar em nome das árvores.”


Esta história ensina as crianças a tratar o planeta com bondade e a defender os outros. Fala-nos da beleza das Trufleiras e do perigo de tomar o nosso planeta por garantido, numa história oportuna, divertida e cheia de esperança, que nas últimas páginas nos mostra como uma pequena semente — ou uma criança — pode fazer a diferença.


É o presente perfeito para qualquer criança — ou adulto com alma de criança — com interesse em reciclagem e no meio ambiente, ou que simplesmente ame a natureza e goste de brincar ao ar livre.


“A não ser que alguém assim tenha cuidado e empenho, nada vai ficar melhor.”



Theodor Seuss Geisel nasceu a 2 de março de 1904 e faleceu a 24 de setembro de 1991. Foi um autor de livros infantis, cartoonista político, ilustrador, poeta, animador e cineasta americano. Escreveu e ilustrou mais de sessenta livros sob o pseudónimo Dr. Seuss, que venderam mais de setecentos milhões de exemplares e foram traduzidos para mais de cinquenta idiomas.


Mais informação sobre outras obras de Dr. Seuss em https://www.relogiodagua.pt/autor/dr-seuss/

Sobre Tchékhov na Vida, de Ígor Sukikh

 Tchékhov disse um dia que «sete anos depois da sua morte — bom, sete anos e meio», já ninguém o leria.

Na realidade, as suas obras, tal como as de autores russos como Tolstói, Dostoiévski e Turguénev, continuam a ser lidas em todo o mundo. Além disso, Tchékhov é considerado uma das personalidades mais íntegras de toda a história da literatura.

Nesta obra, Ígor Sukhikh propõe uma montagem biográfica em que os documentos falam do autor de «O Beijo», «A Senhora do Cãozinho» e Três Irmãs. Cartas, fragmentos de textos literários e passagens das memórias dos seus amigos e familiares compõem um fresco de variadas opiniões e testemunhos, por vezes contraditórios e constantemente corrigidos pela palavra do próprio Tchékhov.

O início é a infância em Taganrog, em seguida a adolescente deslocação para Moscovo com uma bolsa de estudos e as primeiras colaborações com revistas satíricas, que lhe vão permitir ajudar os pais e os cinco irmãos.

Mesmo depois de se tornar médico, conhecido pela generosidade com que cuidava os camponeses, Tchékhov prosseguiu a carreira literária, obtendo o Prémio Púchkin, relacionando-se com escritores como Tolstói, Górki e Búnin, e vendo as suas peças serem representadas.

Pela mão de Ígor Sukhikh, ficamos a conhecer a vida quotidiana de Tchékhov, os seus métodos de trabalho, as fontes de inspiração e o seu relacionamento com os amigos, o erotismo, o amor, o dinheiro, a religião e a própria doença.


Tchékhov na Vida, de Ígor Sukihkh (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/tchekhov-na-vida/

Sobre Diário do Escritor, de Fiódor Dostoiévski

 «A ideia do Diário do Escritor nasceu durante a estada de Dostoiévski no estrangeiro em 1867-1871. Sempre atento aos acontecimentos da vida corrente, o escritor sabia captar nos factos aparentemente insignificantes os indícios de fenómenos históricos globais, sabia discernir o lugar desses factos no processo histórico de desenvolvimento dos países, dos povos e das religiões. Os textos do seu “Diário”, enquanto análise e interpretação dos acontecimentos da sua época do ponto de vista da eternidade histórica, mantêm o seu carácter actual ainda hoje, passado quase um século e meio desde a sua criação.» [Da Nota Introdutória de Nina Guerra]


Diário do Escritor (trad. Nina Guerra e Filipe Guerra) e outras obras de Fiódor Dostoiévski estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/fiodor-dostoievski/

21.5.25

Sobre O Tempo É Uma Mãe, de Ocean Vuong

 Neste livro de poemas, Ocean Vuong procura o significado da vida por entre os destroços deixados pela morte da mãe, refletindo sobre o paradoxo de permanecermos sentados com mágoa ao mesmo tempo que procuramos a determinação necessária para a ultrapassar. Mergulhando em memórias, e em sintonia com os temas de Na Terra Somos brevemente Magníficos, Vuong debruça-se sobre a perda, o significado da família e o custo de ser um produto resultante de uma guerra na América.

O resultado é uma abordagem inovadora e corajosa, tanto em relação à linguagem como à forma, que ilumina os principais temas que hoje nos atormentam.


“Um livro terno e corajoso, que partilha os temas do seu romance Na Terra Somos brevemente Magníficos.” [TIME]


“Demora-te nestes poemas, e regressa a eles com frequência.” [The Washington Post]


O Tempo É Uma Mãe (trad. Frederico Pedreira) e Na Terra Somos brevemente Magníficos (trad. Inês Dias), de Ocean Vuong, estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/ocean-vuong/

The Emperor of Gladness, o mais recente romance do autor, será publicado este ano pela Relógio D’Água, em tradução de Inês Dias.

De Poemas, de Bertolt Brecht

 «A MINHA MÃE


E quando enfim se apagou, meteram‑na em terra;

Crescem flores, borboletas bailam‑lhe por cima…

Ela, tão leve, mal calcava a Terra.

Quanta dor foi precisa até se fazer tão leve!» [p. 30]


Poemas, de Bertolt Brecht, versão portuguesa de Paulo Quintela, organização da edição e posfácio de António Sousa Ribeiro, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/poemas-pre-venda/

Sobre O Culto do Chá, de Wenceslau de Moraes

 «O chá japonês, servido invariamente sem leite e sem açúcar, que lhe prejudicariam o aroma, é a bebida mais suavemente agradável que possa oferecer-se ao nosso paladar (não de todos porém, mas um paladar sentimental, um tanto sonhador… que nisto dos nossos órgãos de sentir há temperamentos, aptidões afectivas características...). 0 guyokuró, por exemplo, que é o mais celebrado chá de Uji e de todo o Japão, instila tais subtilezas balsâmicas de sabor, que mais parece um perfume; poderia dizer-se que uma maravilhosa alquimia conseguiu liquefazer os aromas das flores — flores dos jardins, flores silvestres —, transferindo do olfacto ao paladar a impressão do gozo.»

É deste modo que Wenceslau de Moraes fala desta bebida japonesa em O Culto do Chá, a que se acrescentam neste volume dois outros textos seus, Uji — A Terra do Chá e Vestígios da Passagem dos Portugueses no Japão.


O Culto do Chá, de Wenceslau de Moraes, está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/o-culto-do-cha-2/

20.5.25

De Folhas de Erva, de Walt Whitman

 «CANTO AQUELE QUE EXISTE EM SI MESMO


Canto aquele que existe em si mesmo, uma pessoa simples e independente,

Pronuncio, todavia, a palavra Democrático, a palavra En-Masse.


Canto o próprio organismo da cabeça aos pés,

Nem só a fisiognomonia nem apenas o cérebro são dignos da Musa, afirmo que a Forma completa é muito mais digna,

Eu canto tanto a Mulher como o Homem.


A Vida imensa em paixão, vitalidade e força,

Com alegria, para que mais livre seja o impulso formado sob as leis divinas,

Eu canto o Homem Moderno.»

[trad. Maria de Lourdes Guimarães]


Folhas de Erva (trad. Maria de Lourdes Guimarães) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/folhas-de-erva/