«É um livro já dos anos 70 sobre a cultura do narcisismo. Começas a ler o livro, e o diagnóstico que é feito à sociedade daquele tempo, tu dizes: “Então, mas isto é hoje!”
Nós confundimos — e o livro tenta fazer essa destrinça — egoísmo com narcisismo, que não são exactamente a mesma coisa. Ou seja, o nosso impulso, a nossa tendência para protegermos o nosso interesse, a que poderíamos chamar egoísmo, é uma coisa; o narcisismo é quase como um ensimesmamento, ou seja, a pessoa está completamente concentrada e fechada nos seus interesses imediatos.
Nós sermos egoístas é bom […], o nosso egoísmo não se esgota em nós;
aqui a cultura do narcisismo é entendida de uma forma diferente […].
É inacreditável estares a ler aquilo e pensares como tantos dos diagnósticos feitos sobre a sociedade norte-americana daquele tempo se aplicam à sociedade norte-americana hoje e quase ao resto do mundo, pelo menos ao mundo ocidental, que se foi americanizando nestas patologias quase colectivas. É um livro muito interessante, exige algum esforço, mas acho que é recompensado.» [Bruno Vieira Amaral, Pop Up, Observador, 31/10/2024: https://observador.pt/programas/pop-up/livros-e-series-pop-up-especial-sugestoes/]
A Cultura do Narcisismo (trad. Maria José Figueiredo) e A Rebelião das Elites e a Traição da Democracia (trad. João Paulo Moreira) estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/christopher-lasch/
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