Perturbação fala dos sentimentos de um jovem que, em companhia do pai, médico, visita alguns doentes.
Existem seres em quem a obsessão da morte intensifica a vida, outros a quem paralisa todos os gestos, como se fossem antecipadamente inúteis.
Em Thomas Bernhard, escritor austríaco morto em Fevereiro de 1989, havia uma estranha conjunção desses estados de alma.
«A vida é maravilhosa, mas o mais maravilhoso é pensar que ela tem um fim», disse ele uma vez com melancólica ironia, exprimindo o ambíguo fascínio pela morte que projecta em várias das suas personagens.
Em Perturbação surgem os náufragos de um mar imóvel, a Áustria que cobriu de imprecações, seres que bordejam uma loucura que lhes permite desfazer as aparências do mundo, como no caso desse príncipe que sonha os seus domínios destruídos pelo filho que os vai herdar.
«Cresce a sensação de que Thomas Bernhard é o romancista mais original e concentrado a escrever em alemão. As suas ligações… com a grande constelação de Kafka, Musil e Broch tornam-se cada vez mais claras.» [George Steiner, The Times Literary Supplement]
Perturbação e O Náufrago (traduções de Leopoldina Almeida) estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/thomas-bernhard/
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