Entrega do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores | DGLAB a Djaimilia Pereira de Almeida, por Toda a Ferida É Uma Beleza, dia 1 de Outubro, na Sala 2 da Fundação Calouste Gulbenkian
«Sou ciosa da minha liberdade de imaginar e espero não sair vencida dos desafios da imaginação. Imaginar é o risco a que estou sujeita. Sei bem que ninguém sai ileso do mergulho no imaginário.
Este não é um projecto de reparação, se não no sentido em que consiste em aprender, e conduzir os outros, a reparar: a ver a uma nova luz os mesmos que à primeira vista se ignoraram. Essa é, antes de mais, a reparação que está mais à nossa mão, na vida comum, como é a dos leitores e a dos escritores. A leitura é esse dom que nos pode levar a ver o que sempre esteve à nossa frente, e por isso é uma prática da desordem, de virar do avesso, de ver o mundo, as pessoas e as coisas pela primeira vez. Talvez seja por isso que só uma menina, como é a Maria deste livro, possa ter sido capaz de fazer crescer uma mão amputada. Há qualquer coisa de infantil no desejo de nos deixarmos conduzir à primeira vez que vimos o mundo à nossa volta. Vou, como Maria, quero dizer, entendendo que a parte mais bela deste caminho é fazer da ferida uma beleza.» [Do discurso de Djaimilia Pereira de Almeida, autora de Toda a Ferida É Uma Beleza, com ilustrações de Isabel Baraona]
Toda a Ferida É Uma Beleza e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/
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